60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia

AVALIAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS EM PONTOS DE VENDA DE AÇAÍ EM BELÉM, PARÁ

Nadja Lobato da Silva1
Milena Moraes da Costa1
Dyanara de Almeida Oliveira1
Flávia Bragança Monteiro da Silva1
Valdilene Vitelli da Silva1
Valéria Rodrigues de Oliveira2

1. Universidade Federal do Pará (UFPA)
2. Prof. Dra. Adjunto do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA - Orientadora


INTRODUÇÃO:
O açaí é um fruto típico da região Norte, rico em fibras, energia, vitaminas (B1, B6, C) e minerais (cálcio, ferro e fósforo), sendo muito apreciado o ano todo pela população. Ressalta-se que, em 2007, houve um período de acentuada redução no consumo de açaí em Belém (PA) devido a suspeita de que o protozoário, Trypanossoma cruzi, causador da Doença de Chagas, seria transmitido pela ingestão do suco do fruto mal manipulado. A implantação das Boas Práticas, normatizadas pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), visa evitar as Doenças Transmitidas por Alimentos. Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo verificar a adequação dos pontos de venda de açaí na cidade de Belém (PA) à Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 216/04, de 15 de setembro de 2004, estabelecida pela ANVISA, a qual institui a aplicação do Manual de Boas Práticas (MBP) e de Procedimentos Operacionais Padronizados (POP).

METODOLOGIA:
Foram visitados 40 pontos de venda de açaí, distribuídos em 14 regiões na cidade de Belém (PA). As entrevistas ocorreram através de formulários contendo 31 questões referentes aos dados do manipulador e às condições de manipulação e higiene do alimento. De modo complementar, realizaram-se observações “in situ”, quanto à manipulação, transporte, armazenamento e comercialização de açaí com base na RDC 216/04, especialmente no MBP e POP.

RESULTADOS:
Constatou-se que 52,7% do fruto provêm principalmente da Ilha do Marajó, situada ao norte do estado do Pará. Quanto a utilização de acessórios pelos manipuladores notou-se que 47,5% não usam proteção nos cabelos (touca ou rede) e 75% manipulam o fruto e também tem contato com o dinheiro. A metade dos pontos de venda não é dotada de instalações sanitárias, e 42,5% dos pontos não possuem coletores de resíduos. Mas, a maioria dos estabelecimentos são lajotados (92,5%) e encontravam-se limpos (92,5%) na hora da visitação. Em todos os pontos visitados a água utilizada é filtrada e há procedimentos para a retirada de sujidades; 35% dos entrevistados afirmam que os frutos não são recebidos limpos. A forma de limpeza dos frutos variou; sendo que 18,36% somente lavam em água corrente, 42,86% deixam de molho na água quente, ou 34,7% em água sanitária; 4,08% usam conjuntamente os três procedimentos. Ao serem questionados quanto ao seu conhecimento de higiene, 52,5% se auto-avaliaram com notas máxima (entre 9 e 10), mas 42,5% dos entrevistados desconhecem o MBP e o POP. De acordo com os entrevistados, 80% dos locais são vistoriados pela ANVISA. Dos entrevistados 82,5% mostraram interesse em participar de cursos de higiene e manipulação adequada do fruto.

CONCLUSÕES:
Mediante os dados obtidos, conclui-se que ainda não há uma total adequação dos pontos de venda de açaí visitados na cidade de Belém, Pará, quanto aos critérios da RDC 216/04, estabelecidos pela ANVISA. Sendo assim se faz necessário implantar medidas para que haja a completa adequação dos estabelecimentos, em especial através da divulgação e implementação das Boas Práticas, previstas pela referida RDC, que pode ser feita através de cursos e oficinas, uma vez que haverá receptividade para os mesmos.



Palavras-chave:  Açaí, Boas Práticas, RDC

E-mail para contato: nadja_lobato@hotmail.com