60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica

QUALIDADE NUTRICIONAL DOS PRINCIPAIS HÍBRIDOS DE MILHO DE CICLO PRECOCE CULTIVADOS NO SUDOESTE GOIANO.

Maísa Mantelli1
Sueli Maria da Silva1
Anali Martim1
Francys Pimenta de Faria1
Rangell Camilo Oliveira1
Samuel Gislon Mariano da Silva2

1. Departamento de Bioquimica / UFG
2. Prof. Dr. / Orientador


INTRODUÇÃO:
O milho é cultivado em todos os Estados do Brasil, em função de seu uso na alimentação humana, animal, biocombustível e um elevado potencial produtivo, associado a sua composição química e valor nutritivo, constitui-se num dos mais importantes cereais cultivados e comercializados no mundo. Juntamente com o arroz e o trigo, o milho fornece nutrientes para seres humanos e animais, servindo como material básico à produção de amido, óleo, proteína, adoçantes e outros. O milho é um alimento essencialmente energético, uma vez que seus grãos são constituídos principalmente de carboidratos, e fonte de proteína, pois o nutriente representa cerca de 10% do grão. O milho é essencial para o homem, pois é rico em fibras, vitaminas (A e B), sais minerais e ácidos graxos. Apesar de ser usado no fabrico de pães, o milho não contém a proteína glúten. Isso faz com que os assados de milho não sejam especialmente nutritivos. Porém constitui - se uma alternativa para pessoas que tenham alergia ao glúten originado da desnaturação dessa proteína. No Brasil, o milho e seus derivados são mais largamente consumidos na zona rural e na região nordeste do país. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade nutricional dos principais híbridos de milho cultivado e consumido no Sudoeste Goiano.

METODOLOGIA:
O trabalho consistiu de um ensaio instalado na área experimental da Universidade Federal de Goiás, Campus de Jataí, num Latossolo Vermelho distrófico e de textura argilosa. Foram cultivados 24 híbridos de milho. O delineamento experimental utilizado foi de Blocos ao acaso, com cinco repetições no campo. A semeadura foi realizada em 08/02/2006. Conforme análise laboratorial, o solo foi corrigido e incubado com calcário antes da semeadura. A colheita dos grãos foi efetuada de acordo com a maturação de cada variedade nas plantas úteis excluindo-se as bordaduras. No laboratório, as amostras foram trituradas em moinho melich. O teor de lipídios foi determinado utilizando o extrator Soxhlet e hexano como solvente. Os teores de nitrogênio foram determinados após a digestão peróxido-sulfúrica da amostra e a destilação com hidróxido de sódio 45%, sendo o destilado recebido em uma solução de ácido bórico posteriormente titulado com ácido sulfúrico. A conversão do teor de nitrogênio em teor de proteína foi realizada pela multiplicação da percentagem de nitrogênio pelo fator 6,25.As análises foram realizadas em triplicata para cada repetição no campo. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F, e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5%.

RESULTADOS:
Apesar dos 24 híbridos terem se desenvolvido no mesmo ambiente e terem o mesmo ciclo, apresentaram teores de lipídios e proteína distintos. O teor de lipídio variou de 3,2 a 5,4% concordando com os resultados obtidos na literatura, que foi de 3,5 a 5%. Para os teores de proteína obtiveram valores próximos de 7%. Esses valores são mais baixos que os obtidos por vários autores foi de 9%. Provavelmente isto se deve aos fatores ambientais endêmicos a esta região. Segundo a literatura, proteínas e açúcares estão limitantes devido à seca, deficiência nutricional, tempo nublado ou sombreamento. O híbrido que apresentou maior teor de proteína foi o BRS 1030 e para lipídio o híbrido DKB 499. Para ambos parâmetros a maior produção foi no hibrido 2B587. Essa diferença entre os híbridos se deve ser atribuído às diferenças no potencial genético do material. O teor de óleo no grão é um caráter quantitativo, sendo controlado por inúmero de genes. Percebe-se que os híbridos BRS 1030 e DKB 499 obtiveram percentuais elevados, diferindo estatisticamente dos demais. Indicando que houve variabilidade genética entre os híbridos, são indicativos de um bom potencial de exploração destes híbridos, tanto comercialmente, como para fins de melhoramento genético.

CONCLUSÕES:
Houve variabilidade genética quanto aos teores de proteínas e lipídios nos vinte e quatro híbridos de milho testados. O acúmulo de nitrogênio, pela planta de milho, e conseqüentemente o maior teor de proteína no grão, está relacionado principalmente com o caráter genético do híbrido ou variedade utilizada. Pode-se indicar que 2B587 é o híbrido de melhor qualidade nutricional, para ambos parâmetros. O híbridos citado, nas condições oferecidas por essa região possui a capacidade de formar uma quantidade maior de proteína e lipídios no grão. Oferecendo a população dessa região que consome esse produto uma alimentação uma melhor qualidade nutricional.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Lípidio, Proteína, Milho

E-mail para contato: maisa_mantelli@hotmail.com