60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 26. Métodos Quantitativos em Economia

INSTABILIDADE DAS RECEITAS DE EXPORTAÇÕES: UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA PARA OS ESTADOS BRASILEIROS (1989 - 2006).

Ariane Danielle Baraúna da Silva1
Laryssa Ramos de Holanda1
Patrícia Rocha dos Santos1
Agnaldo Gomes da Silva1, 2

1. Departamento de Economia/ UFAL
2. Prof. Dr. / Orientador.


INTRODUÇÃO:
Durante as duas últimas décadas, economistas expressaram preocupação com a instabilidade das exportações, principalmente em seus efeitos para os países menos desenvolvidos. Segundo estas teorias a instabilidade dificulta a tarefa de planejar o desenvolvimento, reduzindo a eficiência dos investimentos realizados. As políticas que promovem a diversificação para reduzir a dependência em relação às receitas das exportações estão baseadas na premissa de que tal dependência é a principal causa das flutuações das receitas, principalmente nos países em desenvolvimento. Baseando-se em um estudo da relação entre as receitas das exportações, concentração por destino e por produto, para os estados brasileiros, durante o período de 1989 a 2006, tentar-se-á verificar se tais políticas de diversificação podem ou não conduzir a redução das flutuações das receitas de exportação, pois dentre os determinantes principais da instabilidade das exportações se incluem não só a concentração por produto e por destino deve-se considerar também a importância relativa do um artigo principal do referido país, condições da demanda mundial, afetando o artigo principal, condições de provisão internas, e a efetividade relativa dos acordos comerciais.

METODOLOGIA:
No presente trabalho se fará uso de uma literatura que estuda a relação entre instabilidade das exportações, nível de concentração da pauta e grau de concentração dos destinos para onde o produto é exportado. Esta relação foi estudada por autores como: Love (1979), Massel (1964), Macbean (1966), Kingston (1976), Tegegne (1991) entre outros, onde se mostra que o índice de instabilidade dos ganhos das exportações é uma função do ICP (índice de concentração por produto) e do ICD (índice de concentração por destino). Para medir as concentrações por produto e por mercado, são utilizados os coeficientes de Gini-Hirschman: o ICP e o ICD respectivamente. Os mesmos foram calculados com base nos dados do sistema ALICE/MDIC, cuja agregação obedeceu a Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM), no período de 1989 a 2006. A análise dos dados é feita através de um estudo econométrico, procurando obedecer às hipóteses clássicas de regressão linear, para que os parâmetros estimados possuam variância mínima e que seus valores convirjam, assintoticamente, para seus valores populacionais.

RESULTADOS:
Da regressão obtida a partir da amostra contendo os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal, totalizando 27 observações, pode-se constatar que as causas das exportações instáveis são, entre outras, o nível de concentração da pauta assim como o grau de concentração dos destinos das exportações. Um coeficiente determinação de 0,74 mostra que as duas variáveis, ICP e ICD, explicam 74% da variação do índice de instabilidade, ou seja, só 26% são explicados por outras variáveis não inclusas no modelo. Os resultados dos testes individuais dos parâmetros confirmam a importância das variáveis explanatórias escolhidas. O “valor p” que nos fornece a probabilidade exata de se cometer o erro do tipo I, mostra que o mais baixo nível de significância com o qual a hipótese nula pode rejeitada esta abaixo de 5% para todos os parâmetros. Eles mostram que a probabilidade de cometer-se um erro do tipo I é de 4 em 10.000 para o coeficiente do ICP e é de 3 em 10.000 para o coeficiente do ICD.

CONCLUSÕES:
As estatísticas da regressão mostram que os resultados foram de acordo com a teoria onde se argumenta que, uma das causas da instabilidade das exportações é o nível de concentração por produto e por destino. Dado o exposto, pode-se concluir que a principal saída para a instabilidade das exportações é a diversificação da pauta, objetivando a redução da vulnerabilidade a choques de renda e de demanda dos países importadores. Mas, este é um processo lento e que se dá através de investimentos de longo prazo tanto na especialização da mão de obra quanto em capital, aumentando desta forma a competitividade dos bens tradables, tornando viável a entrada destes no mercado internacional.

Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas - FAPEAL

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Exportações, Instabilidade, Diversificação

E-mail para contato: arieco@bol.com.br