60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial

SABER E PODER: O DISCURSO DA INFÂNCIA

Maria Antonieta Luvizotto Marques da Silva1
Antônio Carlos da Nascimento Osório2

1. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
2. Prof. Dr. - CCHS/DED/UFMS


INTRODUÇÃO:
Formular políticas a partir da legislação e implementar programas, sob a premissa de garantir ao indivíduo desenvolvimento integral e vida plena; eis a atuação do Estado quanto à chamada educação especial, em resposta à demanda da sociedade, e também o ponto de partida do presente estudo. Contando com o apoio do PROESP/CNPq, a temática da inclusão de crianças deficientes foi abordada à luz do referencial teórico e metodológico de Michel Foucault, desenvolvido a partir do Projeto de Pesquisa: “O discurso da inclusão à diversidade”.

METODOLOGIA:
Iniciamos a pesquisa desvelando os elementos que permeiam os discursos sobre a inclusão, concebendo-os como dispositivos que distorcem a engenharia do poder que submete e a qual são submetidos os sujeitos, desde bem pequenos. Em um primeiro momento foi realizado um levantamento bibliográfico e a análise de documemtos oficiais que tratam da temática; e em seguida, nos dirigimos às instituições de Educação Infantil de Campo Grande, MS, para verificar em que medida a inclusão escolar ocorre.

RESULTADOS:
A partir deste estudo, pudemos concluir que educação vale-se de artifícios desenvolvidos nas instituições que viabilizam e legitimam a dinâmica preconceituosa que permeia a formação das sociedades. Assim, foi possível apontar: 1) O viés pedagógico não prescinde a especificidade “educação especial”, trata-se da interpretação da legislação vigente; 2) Faz-se necessário que os municípios implementem ações e organizem os serviços em face à temática inclusiva; e 3) Há que se pensar no consenso quanto ao sujeito deficiente, sua identidade e reais necessidades na prática pedagógica.

CONCLUSÕES:
Traçado este panorama, compreendemos então que a escola não passa de um dispositivo controlador, cuja prática encontra-se organizada em torno do controle permanente, revelando o local onde homens exercem diferentes poderes. Esse "aparelho para aprender" submete o corpo ao aperfeiçoamento dos padrões culturais convencionados, e mostra-se muito “eficiente” quando os alunos são combinados conforme traços distintivos. Logo, haverá sempre um atrito no tecido social, deixando-o vulnerável e suscetível ao exercício de constantes submissões e concessões.

Instituição de fomento: PROESP/CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Inclusão, Culturas escolares, Infância

E-mail para contato: maluvizotto@hotmail.com