60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica

CARACTERIZAÇÃO DE PALMITO PROVENIENTE DA PALMEIRA SYAGRUS OLERACEA BECC. (GUEROBA)

Hellen Fernanda Nunes1, 2
Edésio Fialho dos Reis1, 3
Vera Lúcia Banys1, 4
Jefferson Fernando Naves Pinto1, 5

1. Universidade Federal de Goiás/Jataí
2. Aluna de Pós-Graduação
3. Prof. Adjunto IV - Orientador
4. Prof° Adjunto II - Co-Orientadora
5. Aluno de Pós-Graduação


INTRODUÇÃO:
A gueroba (Syagrus oleracea Becc) é uma palmeira nativa da região dos cerrados ocorrendo desde o nordeste até os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo, sendo encontrada principalmente, nos estados de Goiás e Minas Gerais, onde seu palmito é muito apreciado, apresentando elevado valor comercial nestas regiões. Essa palmeira caracteriza-se pela produção de palmitos de sabor amargo, diferentemente das demais palmeiras de valor econômico que são de sabor adocicado. O uso da espécie tem sido e ainda vem sendo uma atividade extrativista sendo que em algumas regiões do estado, onde a palmeira era bastante freqüente, praticamente não existe atualmente, tendo de ser implantada ou importada de outras regiões onde se encontra menos devastada. É uma excelente opção de diversificação de renda para o pequeno produtor, podendo ser vendida “in natura”, industrializada na propriedade ou em associações. Os principais entraves ao cultivo desta palmeira para produção de palmito estão associados a grande variabilidade genética existente entre as plantas, o que dificulta maior homogeneidade tanto na produção das mudas e desenvolvimento das plantas quanto nas características químicas e bioquímicas do produto, que certamente dificulta na padronização para a agroindústria.

METODOLOGIA:
Para realização do trabalho utilizou-se experimento de gueroba (Syagrus oleracea Becc.) instalado no Centro de Ciências Agrárias e Biológicas do Campus Jataí, pertencente a Universidade Federal de Goiás em Jataí – GO, localizada na Região sudoeste do estado de Goiás, a uma latitude de 17o 53’S, longitude de 51o 44’W, altitude média de 696 m, com precipitação anual média de 1.600 mm. O delineamento experimental utilizado foi o bloco ao acaso, com três repetições, sendo a instalação no campo feita em dezembro de 2003. Cada parcela foi constituída de uma linha contendo 6 plantas originadas de sementes de uma mesma árvore. As sementes foram coletadas em três municípios diferentes do Estado de Goiás: Jataí (tratamento 1 a 8), Caiapônia (tratamento 9 a 16) e Anicuns (tratamento 17 a 24). No campo constou-se 8 tratamentos de cada município, caracterizando cada um destes tratamentos como famílias de meio-irmãos. Realizou-se a coleta do palmito e analisou-se as características morfológicas da árvore e do palmito e químicas, físicas, e organolépticas do palmito. Utilizou-se para a análise estatística o aplicativo computacional SAEG (sistema de análise estatística) e agrupamento dos tratamentos o GENES (análise genética e estatística). Para agrupar os diferentes tratamentos utilizou-se o método de Tocher tendo como medida de dissimilaridade a distância generalizada de Mahalanobis.

RESULTADOS:
A partir do grupamento pelo método de Tocher formaram-se 6 grupos ( Grupo: I, II, III, IV, V, VI) de similaridade genética para as 36 características envolvendo avaliações morfológicas da planta e palmito e física, organoléptica e química do palmito. As formações dos grupos mostram uma heterogeneidade entre os indivíduos do município e entre os municípios. O sabor foi avaliado por oito degustadores, sendo a classificação do sabor variável de muito amargo a muito doce. Dos 24 genótipos avaliados o genótipo com sabor amargo mais acentuado foi o genótipo oriundo do município de Caiapônia. Mais de 50% dos degustadores atribuíram sabor amargo aos palmitos oriundos das árvores dos municípios de Jataí e Caiapônia. O sabor doce foi detectado em alguns genótipos presente nos três municípios avaliados. Já o sabor muito doce não foi detectado pelos avaliadores. Nota-se que, na avaliação quanto ao sabor, detectou-se uma variabilidade bastante alta entre os indivíduos e que novos trabalhos devem ser realizados no sentido de detectar alguma característica morfológica e visual que possa contribuir na identificação do fator responsável pelo sabor nesta espécie e identificar as plantas facilitando a homogeneização do palmito quanto ao sabor.

CONCLUSÕES:
No presente trabalho sobre avaliação morfológica, física, química e organoléptica do palmito gueroba de três regiões do estado de Goiás pode-se concluir que: Existe divergência genética entre os indivíduos estudados tanto entre municípios quanto dentro de municípios; houve diferença marcante de sabor entre os indivíduos; o município de Anicuns foi o que apresentou maior diversidade.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  gueroba, palmito, sabor amargo

E-mail para contato: hllnunes@hotmail.com