60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física

A PEDAGOGIA DIFERENCIADA INFLUENCIANDO O ENSINO DE FÍSICA

ANA PAULA SÁ MENEZES1
DAYSE PEIXOTO MAIA1
JOSEFINA BARRERA KALHIL1

1. Universidade do Estado do Amazonas/ UEA
2. Universidade do Estado do Amazonas/ UEA
3. Prof. Dr. - Programa de Pós-Graduação e Pesquisa - UEA - Orientadora


INTRODUÇÃO:
Esse trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiência referente à Pedagogia Diferenciada, utilizando-se do princípio “a cada um, conforme suas necessidades”, ao propiciar percursos de formação de modo que todos os estudantes de uma turma atinjam, em um tempo igual ou quase igual, os objetivos redefinidos de determinado conteúdo de Física. O estudo foi realizado com a mesma turma de estudantes, de ambos os sexos, faixa etária adequada às séries, nos anos de 2005 e de 2007, de uma escola particular de Manaus, Amazonas. A experiência ora relatada se refere ao 2º estudo, em 2007. Os principais norteadores de nosso estudo: • Explicar o fato desses estudantes não conseguirem relacionar os conceitos apreendidos com as ferramentas da Matemática na resolução de problemas de Física que envolvam cálculos, • Que práxis devemos usar para que essa utilização lógico-matemática se transforme – muitas vezes inicialmente numa aprendizagem mecânica -, num continuum, significativa e • Que explicações teremos para o fracasso de um adolescente em sala de aula quando o mesmo possui um certo capital cultural e é bem sucedido em tarefas cotidianas que envolvam estruturas lógico-matemáticas, como o uso de celulares, ipodes, mp3, etc.

METODOLOGIA:
A pesquisa tem caráter exploratório. Foi observada uma turma de 2ª série do Ensino Médio com 28 alunos de uma escola particular de Manaus durante o 1º bimestre de 2007, onde a grande dificuldade na resolução de problemas de Física que envolvem situações matemáticas continuava sendo o grande vilão. Nessa turma, dividida em grupos operativos, foram feitos exercícios de acordo com as necessidades. Esses grupos também apresentam a característica de serem rotativos, pois segundo Perrenoud “seria ainda mais lamentável prescrever um tratamento longo aos alunos, por exemplo, colocando-os, por um ano, no grupo dos fracos e em dificuldade. O professor conduziu a matéria normalmente – para não atrasar o conteúdo – para toda a turma; os grupos só se dividiam no momento dos exercícios. Para respondermos à questão da pesquisa, inicialmente, fizemos estudos teóricos sobre a Pedagogia das Diferenças. Em seguida, apresentamos à turma nossa proposta e, depois, à direção da escola, que foi bem aceita. Vale ressaltar: o que predispôs a turma a aceitar a proposta foi o fato de eles terem respeito e confiança no trabalho do professor e no vínculo afetivo mantido entre ambas as partes. Sem esse vínculo afetivo, sem essa conciliação nada pode ser realizado no processo ensino-aprendizagem.

RESULTADOS:
Segundo Perrenoud, como os alunos são diferentes, convém propor-lhes situações de aprendizagem diferentes, não só às vezes, mas sempre que isso for pertinente.” Partindo desse princípio, foi entregue um teste diagnóstico e, depois de trabalhar com o método proposto na Pedagogia das Diferenças, os alunos realizaram uma prova cujo valor era 3,0 (três). A avaliação feita antes do Projeto constava de uma prova cujo valor era 7,0 e continha questões de múltipla escolha, precisando, necessariamente, deixar os cálculos, caso contrário a questão seria anulada. A prova feita após o projeto seguiu os mesmos parâmetros, mas contou como uma Reavaliação. Todos os 28 estudantes da turma participaram. Dos 28 estudantes da turma, antes do Projeto, 75% não conseguiram acertar 50% das questões da prova de Física. Após o projeto, dos 28 estudantes, esse percentual caiu para 25%.

CONCLUSÕES:
O professor precisa modificar sua prática para que se vença o fracasso escolar. Para resolvermos os problemas dentro de sala de aula, precisamos propor tarefas complexas e desafios que incitem os educandos a mobilizar seus conhecimentos e completá-los. Isso pressupõe uma pedagogia ativa, diferenciada. Nós, professores, precisamos nos organizar para situações didáticas e de atividades que tenham sentido para os estudantes. Não basta ensinar o teorema de Pitágoras e passar uma lista de exercícios para eles resolverem, mas ensinar-lhes em como servir-se do teorema de Pitágoras para resolver problemas de geometria. Só assim, iremos gerar aprendizagens significativas em nossos estudantes. O estudo proposto pela Pedagogia das Diferenças pode ser considerado polêmico por ter sido tão pouco explorado, mas precisamos considerar a contribuição que pode dar à diminuição da repetência e do fracasso escolar. Uma primeira sugestão seria a discussão em grupo de professores acerca do Ensino Reflexivo de Dewey e, a partir da reflexão da práxis pedagógica, criar então, uma diferenciação fundamentada na qualidade dos tratamentos pedagógicos e didáticos, pois cada turma tem seus problemas específicos e, portanto, requerem respostas específicas.

Instituição de fomento: FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA NO AMAZONAS – FAPEAM



Palavras-chave:  PEDAGOGIA DAS DIFERENÇAS, ENSINO DE FÍSICA, ESTRATÉGIA DE ENSINO

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