60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 26. Métodos Quantitativos em Economia

COMÉRCIO EXTERIOR E CRESCIMENTO ECONÔMICO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA SEGUNDO A LEI DE THIRLWALL PARA AS REGIÕES NORDESTE E SUDESTE NO PERÍODO DE 1989-2004.

Patrícia Rocha dos Santos1
Ariane Danielle Baraúna da Silva1
Laryssa Ramos de Holanda1
Agnaldo Gomes da Silva1, 2

1. Departamento de Economia/UFAL
2. Prof. Dr./Orientador


INTRODUÇÃO:
Este trabalho tem como objetivo analisar a relação entre PIB(externo e interno), exportações, importações e taxa de câmbio no Nordeste e Sudeste do Brasil, no período de 1989 a 2004. A Região Nordeste é caracterizada pelo crescimento do PIB com significativa vulnerabilidade, com períodos com relativo crescimento do PIB e com aumento das exportações, e outros com diminuição no crescimento de seu produto e com redução das exportações. O Sudeste é a região mais desenvolvida e industrializada do Brasil, responsável por grande parte da produção do país, apresentando uma evolução considerável na balança comercial, fato este que contribui para o aumento de seu produto. De acordo com a teoria econômica, existem vários fatores que determinam o crescimento de uma região.Os fatores do lado da oferta, dados pelo volume de recursos naturais e/ou pela produtividade total dos fatores, e aqueles do lado da demanda agregada da economia, como as exportações, por exemplo. Este trabalho vai se utilizar justamente das variáveis do lado da demanda, ou seja, exportações, importações, assim como a taxa de câmbio para tentar verificar se há diferença de comportamento do PIB de cada região, com relação ao comportamento dessas variáveis de demanda.

METODOLOGIA:
O método utilizado no trabalho é o desenvolvido por Thirlwall(1979), método clássico de análise dos dados. São utilizadas as séries do PIB, exportações e importações para todos os estados das Regiões Nordeste e Sudeste, em dólares, no período 1989-2004. É realizado no trabalho a estimação das exportações em função da renda externa e da taxa câmbio efetiva real, a estimação das importações em função da renda interna de cada estado e da taxa de câmbio efetiva real. É calculada a taxa de crescimento médio anual de equilíbrio do PIB compatível com o Balanço de Pagamentos, isto é, taxa de crescimento das exportações ponderada pela elasticidade-renda das importações.As fontes foram IBGE, MDIC e SUDENE e Conjuntura Econômica, para o PIB; Boletins do Banco Central do Brasil e IPEA para a taxa de câmbio efetiva real. Para a renda externa, o PIB da economia americana, a fonte foi o FMI. Para deflacionar os dados, o índice utilizado foi o PPI(Producer Price Index) americano, cuja fonte foi o BLS(Bureau of Labor Statistics, do U.S. Department of Labor).

RESULTADOS:
Na análise das elasticidades-renda das exportações e das importações dos estados do Nordeste observamos que a elasticidades-renda das importações foi maior que a das exportações, o que segundo Thirlwall(1979) limita o crescimento econômico e explica as diferenças de crescimento econômico dos estados. Com relação à taxa de câmbio os estados da Bahia, Ceará, Paraíba e Sergipe, apresentaram sinal contrário ao esperado e não significativo, enquanto Alagoas, Maranhão, Pernambuco e Piauí apresentam sinal contrário, mas significativo. Para o Rio Grande do Norte o sinal foi o esperado, mas não significativo.Os dados mostraram que as elasticidades-renda das importações estaduais do Nordeste são altamente sensíveis a variações na renda. No Sudeste a estimação da função exportações mostrou que a renda externa apresenta sinal esperado e significativo em todos os estados. Com relação à taxa de câmbio, o Espírito Santo e Minas Gerais apresentaram o sinal esperado e significativo, porém o Rio de Janeiro apresentou sinal contrário e não significativo.Para São Paulo a taxa de câmbio apresentou o sinal esperado, mas não significativo. A estimação da função importação mostrou que as elasticidades-renda das importações é maior que um em todos os estados do Sudeste.

CONCLUSÕES:
O comportamento dos estados do Nordeste tem sido irregular nas últimas décadas. Pela análise observamos que a região é muito dependente das importações, o que restringe o crescimento econômico. As exportações evoluíram significamente no período de 1989-2004, porém, bem menos do que as importações. O resultado disso foi que as elasticidades-renda das importações para todos os estados foram superiores àquelas das exportações e superiores à unidade, indicando que ao mesmo que o produto cresceu, as importações cresceram mais ainda. As exportações dos estados do Sudeste apresentaram uma evolução considerável no período analisado, porém as importações aumentaram ainda mais, o que leva a um efeito multiplicador menor da renda. Quando comparamos a taxa de crescimento dos PIBs dos estados do Nordeste com aquelas relativas à restrição do balanço de pagamentos vemos que apresentaram a mesma tendência, com exceção de Pernambuco, Piauí e Sergipe. Nos estados do Sudeste o crescimento dos PIBs quando comparado ao crescimento com restrição do Balanço de Pagamento apresentaram tendência de crescimento parecida, com exceção do Espírito Santo, significando esses resultados que as variáveis do comércio externo são importantes ao crescimento econômico.

Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas - FAPEAL

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Exportações, Importações, Crescimento

E-mail para contato: patricia.rochars@bol.com.br