60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia

ADEQUAÇÃO HIGIÊNICO-SANITÁRIA DE FEIRAS LIVRES, QUE COMERCIALIZAM ALIMENTOS PERECÍVEIS DE ORIGEM ANIMAL, EM BELÉM, PARÁ.

Mayara Negrão Gomes1
Fabiana da Silva Batista1
Michel Garcia Maciel1
Elisabeth Dias Ribeiro1
Valéria Rodrigues de Oliveira2

1. Universidade Federal do Pará (UFPA)
2. Profª. Dra. Adjunta do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA


INTRODUÇÃO:
As feiras livres, herança cultural e comercial do período colonial, são características marcantes em Belém (PA). A capital paraense, na região Norte do país, possui altos índices de umidade relativa e temperaturas elevadas. Calor e umidade são fatores de proliferação de microorganismos em alimentos. Estas condições ambientais, se aliadas à falta de cuidados higiênico-sanitários, proporcionam um meio favorável à contaminação de alimentos. A implantação das Boas Práticas busca evitar a ocorrência de doenças provocadas pelo consumo de alimentos contaminados. Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo verificar a adequação das feiras-livres de Belém, que comercializam alimentos perecíveis de origem animal, à Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 216/04, de 15 de setembro de 2004, vigorada pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), à qual institui a aplicação do Manual de Boas Práticas (MBP).

METODOLOGIA:
Foram entrevistados 58 feirantes em 15 feiras-livres nos principais bairros do município. Para a realização da pesquisa, dispôs-se de formulários contendo 39 perguntas, sendo 21 relacionadas às condições higiênico-sanitárias do local, à manipulação e ao armazenamento de alimentos perecíveis (de origem animal) respondidos diretamente pelo entrevistado. As demais 19 perguntas, relacionadas à higiene do manipulador e às instalações locais, foram obtidas pelos entrevistadores mediante observação “in locu”.

RESULTADOS:
Contatou-se que 88% dos entrevistados avaliaram seu conhecimento sobre higiene entre bom e ótimo, contudo apenas 36% afirmaram ter participado de algum treinamento sobre manipulação e higiene de alimentos. Além disso, 76% dos entrevistados desconhecem o MBP. No que diz respeito à conservação do alimento somente 57% utilizam algum tipo de refrigeração. Dados preocupantes uma vez que Belém (PA) possui altos índices pluviométricos e elevada temperatura, elementos que favorecem a proliferação de microrganismos em alimentos. Em relação ao manuseio, 87% dos manipuladores têm contato direto com dinheiro e posteriormente com alimentos e utensílios, além de 92,5% não utilizarem luvas, 73% não utilizarem touca ou outro acessório apropriado para esse fim e 98,1% não fazerem uso de máscaras. Das feiras verificadas, 66,7% possuem instalações sanitárias, sendo que durante a visita apenas 35,3% encontravam-se limpos e possuíam papel higiênico; 29,4% delas possuem sabão e 64% possuem lixeiras. No entanto, 74% dos entrevistados afirmam que há visitas freqüentes de órgãos de Vigilância Sanitária no local. Ao se propor um curso sobre manipulação e higiene de alimentos, 83% dos entrevistados mostrou interesse em participar.

CONCLUSÕES:
Tendo em vista a melhoria das condições higiênico-sanitária de feira-livres, que comercializam alimentos perecíveis de origem animal, em Belém, Pará e sua adequação à RDC 216/04, torna-se necessário a implementação imediata das Boas Práticas nas barracas, bem como a ampliação das ações de controle e fiscalização pela Vigilância Sanitária.



Palavras-chave:  Feira-livre, RDC 216/04, Boas Práticas

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