60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 1. Construções Rurais

ANÁLISE DA QUALIDADE DO AMBIENTE NA TERMINAÇÃO DE SUÍNOS PARA A MELHORIA DO BEM ESTAR ANIMAL

Yamilia Barrios Tolon1
Irenilza de Alencar Nääs1
Marta dos Santos Baracho1
Daniella Jorge de Moura1
Douglas D' Alessandro Salgado1

1. 1. Departamento Construções Rurais e Ambiência / FEAGRI /UNICAMP


INTRODUÇÃO:
Na atualidade a suinocultura e altamente tecnificada e competitiva e cada vez mais tem exigido animais geneticamente melhorados, nutrição e manejo adequados, instalações planejadas e equipadas de forma a propiciar condições ambientais satisfatórias. Condições apropriadas estão diretamente relacionadas com a ambiência e qualidade do ambiente (SILVA, 1999). O desafio dos animais de produção é adaptar-se as características micro climáticas que o homem lhes impõe nas criações intensivas por exemplo: luminosidade, temperatura, umidade relativa, gases, poeira, tipo de piso, densidade e níveis de ruído, e com todas estas variáveis incidentes continuar a produção de forma constante e eficiente. Uma forma de avaliar o ambiente em que o animal se desenvolve é através da determinação dos índices de conforto térmico os quais tem como objetivo apresentar em uma única variável fatores que caracterizem o ambiente térmico, e o estresse que o mesmo possa estar ocasionando nos animais. Estes índices podem ser determinados tanto para humanos como para animais (CLARK, 1981). Os índices de conforto térmico foram classificados por NÄÄS (1989), conforme a base para seu desenvolvimento e os mais usados são ITGU e CTR. Outra forma é através dos indicadores de qualidade do ambiente. O objetivo este trabalho foi o monitoramento e registro de dados ambientais aéreos e térmicos com vistas à avaliação do bem estar animal.

METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido nas instalações de terminação de suínos da Granja Querência localizada no município de Salto–SP. Foram monitoradas as seguintes variáveis ambientais: a)Conforto térmico: temperatura de bulbo seco (TBS), umidade relativa do ar(UR), estes dados foram mensurados com o equipamento chamado Monitor de estresse térmico marca QUESTEMP 34. b) Amônia: esta medida foi realizada em dias aleatórios e para isto foi utilizado o monitor de gases MULTILOG 2000 . c) Poeira: Os dados de poeira foram coletados de forma aleatória, para isto utilizou-se uma bomba de amostragem pessoal GILIAR 5. d)Unidades formadoras de colônias de fungos (UFC): após a coleta de amostras de poeira as mesmas foram utilizadas para a análise de material microbiológico. e) Ruídos: A coleta dos níveis de ruídos foi realizada em dias aleatórios e com o Decibelímetro QUEST 2900 Sound Level Meter. f) Sanidade: Foi observada a incidência de doenças (ex: laminitis) ferimentos, fraturas assim como a higiene das instalações. A analise dos dados foi realizada com o software Minitab® 14.

RESULTADOS:
Os resultados da ANOVA para a TBS indicam que existem diferenças significativas entre as médias nas estações do ano e nos horários estudados a um nível de significância de 5%. Os resultados obtidos para a U R mostraram que não foi significativo ao 5% de significância para estação do ano, já para o parâmetro horários o resultado mostrou que as medias deste são diferentes nos horários estudados. Os resultados para a Amônia com relação às variáveis horários e estação do ano mostraram que as medias deste gás são diferentes nos horários e estações estudadas. O teor deste gás teve uma oscilação durante o dia coincidindo com o relatado por CHANG, et. al., (2001). Os valores encontrados estavam dentro dos limites recomendados pelo CIGR (1994). A concentração de poeira teve variação durante o dia e no período do ano, sendo que estes resultados coincidem com o encontrado por SCHMIDT et. al., (2002). Os valores encontrados estavam dentro dos limites estabelecidos pela norma ACGIH (2001). Os resultados obtidos para UFC são superiores aos recomendados por TESSARI et. al., (2002), sendo que a porcentagem de fungos do gênero Aspergillus foi de 45%. A análise dos níveis de Ruído indicou que houve grandes evidencias para se afirmar que os horários estudados e a estação do ano possuem influencia significativa sobre os níveis de Ruído (P<0,05). Os níveis de Ruídos encontrados estavam dentro dos limites recomendados pela NR 15 (1978). Não foram observados grandes problemas de sanidade, a mortalidade foi analisada ocorrendo um total de 671 mortes, sendo que 13,71% destas devida a enfarte com maior incidência nos meses mais quentes do ano.

CONCLUSÕES:
A análise da qualidade do ambiente na terminação de suínos mostrou que os parâmetros conforto térmico e unidade formadora de colônias apresentaram valores fora dos padrões recomendados pela norma para esta categoria animal, por isso se faz necessário o controle adequado destes, já que os mesmos podem interferir de forma negativa na produção animal já seja pelo estresse térmico ou pelo aparecimento de doenças.

Instituição de fomento: FAPESP e CNPq



Palavras-chave:  suínos, qualidade do ambiente, bem estar

E-mail para contato: yamilia55@yahoo.com.br