60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 2. Economia e Sociologia Agrícola

PROCESSO DE FORMAÇÃO DA COOPERATIVA BIOLEITE

Lucas da Rocha Ferreira3
Cintia Natacha Takahashi1, 4
Mateus Augusto Donega5
Vanilde Ferreira de Souza2
Eder Pereira Gomes1, 2

1. Unitrabalho - UEM
2. Prof. Dr. - Departamento de Agronomia - UEM
3. Departamento de Agronomia - UEM
4. Departamento de Geografia - UEM
5. Departamento de Produção Vegetal - Esalq-USP


INTRODUÇÃO:
Os processos de abertura comercial e globalização geraram conseqüências para o setor rural, aumentando a competitividade, fazendo com que os preços agrícolas sofressem reduções constantes e, consequentemente, acarretando uma diminuição da renda no campo. Essas transformações afetam a cadeia produtiva do leite, sendo necessária uma adaptação a essas mudanças para a manutenção da atividade. Esse cenário demonstra que o produtor rural, principalmente da agricultura familiar, deve encontrar meios para sobreviver nesse mercado competitivo, objetivando manter a viabilidade da propriedade e garantir uma renda satisfatória. Uma alternativa para a permanência do agricultor familiar na propriedade e no mercado é a participação em organizações sociais como, por exemplo, as cooperativas. Dessa forma, o presente trabalho objetivou formar uma cooperativa entre os produtores de leite dos municípios de Cruzeiro do Oeste e Tapejara-PR.

METODOLOGIA:
O trabalho de formação da Bioleite, registrada oficialmente como Cooperativa dos Produtores de Leite do Arenito Caiuá, foi desenvolvido no ano de 2006 pela Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários de Umuarama-PR (Extensão do grupo Unitrabalho da Universidade Estadual de Maringá) junto a um grupo de produtores de leite de 14 estabelecimentos rurais localizados na região Noroeste do Paraná, nos municípios de Cruzeiro do Oeste e Tapejara. A metodologia utilizada foi: Levantamento da trajetória ocupacional e pessoal dos interessados a partir da aplicação de questionários, formação do grupo beneficiário, discussão sobre o cooperativismo e associativismo, capacitação administrativa, elaboração do estatuto e regimento interno e legalização do empreendimento.

RESULTADOS:
Durante as reuniões foi apresentado e discutido amplamente o funcionamento e as finalidades de uma cooperativa, além de dinâmicas e debates com outro pequeno grupo de cooperados. A equipe da Incubadora visitou as 14 propriedades envolvidas no processo para vivenciar a situação das mesmas e estabelecer uma relação mais próxima com os produtores, sendo que em 2008 e 2009 haverá assessoramento nos processos de demandas técnicas e autogestão com recursos do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Dos 14 produtores, metade afirmou possuir algum conhecimento sobre cooperativismo. Porém, para 12, os principais motivos que os levaram a fazer parte de uma cooperativa foi adquirir melhores preços na comercialização e insumos mais baratos. Mesmo com formação recente, em dezembro de 2006, atualmente a cooperativa possui um quadro de 40 associados e mudanças significativas ocorreram, como por exemplo, o desenvolvimento do censo crítico dos produtores e o sentimento de união. Em função do maior volume de leite ofertado, houve um aumento de renda antes mesmo da formação oficial da cooperativa. Os produtores unidos adquiriram maior força nas negociações aumentando o preço do litro de leite pago pelos laticínios em até R$ 0,07.

CONCLUSÕES:
Com a cooperativa os produtores conseguiram aumento no preço do leite junto aos laticínios da região. Percebeu-se ainda que os cooperados estão mais conscientes da importância do trabalho em conjunto e da força política que possuem com a formação da cooperativa. É certo que a cooperativa contribuiu de forma significativa para a conscientização dos produtores quanto à força da negociação em conjunto, gerando como conseqüência uma melhor comercialização do produto, mas o trabalho da mesma deve continuar de forma a desenvolver meios que levem a redução no custo de produção, com formação técnica dos produtores e focando na autogestão, para que no futuro industrializem a própria produção, gerando com tudo isso aumento na renda dos cooperados.

Instituição de fomento: Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários de Umuarama-PR – Grupo Unitrabalho da Universidade Estadual de Maringá.



Palavras-chave:  Cooperativismo, Agricultura Familiar, Produção leiteira

E-mail para contato: lukas.rf@hotmail.com