60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Segundo o cadastro nacional de estabelecimentos de saúde (CNES), Salvador possuía, no ano de 2002, 1.071 estabelecimentos de saúde. Atualmente este número é de 2.152 estabelecimentos, representando um crescimento de 100,93% no número de estabelecimentos em apenas cinco anos. No que diz respeito às clínicas, elas são subdividas em policlínica (227 unidades) e clínica especializada ou ambulatório especializado (602 unidades). Juntas estas duas modalidades representam 38,52% do número atual de estabelecimentos de saúde em Salvador (2152 unidades). Nesse contexto em que as clínicas representam mais de um terço dos estabelecimentos de saúde em Salvador e são responsáveis por um grande volume de atendimentos, faz-se necessário técnicas que assegurem a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. Para Scarpi (2004), a clínica moderna atingiu um elevado grau de complexidade, evoluindo tanto do ponto de vista médico quanto tecnológico, tornando-se uma organização que possui uma estrutura e administração própria, com pessoas capacitadas, e que presta serviços para a sociedade. Dessa forma, o presente estudo tem o objetivo de estudar a adaptação das clínicas médicas aos critérios e técnicas da gestão da qualidade por meio da caracterização da organização clínica e avaliando seus métodos de gestão da qualidade.

METODOLOGIA:

O estudo da gestão da qualidade nas clínicas médicas está divido em três etapas metodológicas. A primeira etapa consiste em uma abordagem teórica da clínica médica por meio de pesquisa bibliográfica e documental com o objetivo de desenvolver referencial teórico sobre as clínicas médicas e a gestão da qualidade nas clínicas médicas. Primeiramente, são identificadas as singularidades que uma clínica médica possui no que se refere à sua tecnologia de gestão, processos realizados, formas de financiamento e tipos de serviços que presta. Posteriormente a isso, são analisadas as ferramentas de controle e planejamento da qualidade objetivando verificar sua compatibilidade com as clínicas médicas. A segunda etapa é composta por um estudo empírico, utilizando-se do estudo de caso de um grupo de clínicas médicas de Salvador. A coleta das informações é realizada por meio de observação, pesquisa documental e entrevistas o objetivo da gestão da qualidade no contexto da clínica médica. A terceira etapa é dedicada à elaboração de relatórios e trabalhos científicos para divulgação dos resultados em eventos e periódicos científicos.

RESULTADOS:

No decorrer da pesquisa foram alcançados resultados no que diz respeito à construção de uma de um arcabouço teórico sobre ferramentas de gestão de qualidade, destacando-se as ferramentas de planejamento e controle da qualidade. No que se refere às ferramentas de controle da qualidade, foram analisados os seguintes métodos: a) Análise de Pareto; b) Diagrama de causa e efeito; c) Estratificação; d) Folha de verificação; e) Histograma; f) Diagrama de dispersão e; g) Gráfico seqüencial e carta de controle. No que diz respeito às ferramentas de planejamento da qualidade, verificou-se os seguintes métodos: a) Diagrama de afinidades; b) Diagrama de relações; c) Diagrama de matriz; d) Diagrama de priorização; e) Diagrama em árvore; f) Diagrama do processo decisório e; g) Diagrama de setas. Em paralelo a isso, foram definidas as características das clínicas médicas, com o objetivo de identificar aspectos-chave que permitissem uma definição precisa de sua identidade organizacional. Dentre os aspectos analisados estão: a) processos realizados; b) incorporação de tecnologia; c) formas de financiamento da atividade e; d) tecnologia de gestão. Por fim, avaliou-se a compatibilidade das ferramentas de controle e planejamento da qualidade com a realidade das clínicas médicas.

CONCLUSÕES:

O estudo evidenciou que há uma clara expansão do número de clínicas médicas em Salvador. Este crescimento no número de estabelecimentos implica em um aumento da oferta, que pode levar ao aumento a concorrência e possíveis disputas por parcelas de mercado por meio de redução de custos e preços, fato este que já pode ser percebido no segmento de clínicas populares. Entretanto, por se tratar de um serviço essencial ao cidadão, as clínicas médicas são obrigadas pela legislação vigente a manter um determinado nível de atendimento. Nesse contexto, a gestão da qualidade exerce papel fundamental ao gerar uma padronização dos processos realizados, ao mesmo tempo em que cria mecanismos que permitem reduzir erros, diminuir custos e atender às exigências legais e sociais. Com base nisso, as clínicas têm demandado por métodos que assegurem padrões mínimos de excelência nos cuidados com a saúde dos pacientes.

Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Clínicas Médicas, Gestão da qualidade, Serviços de Saúde

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