60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais

CONSTITUINTES QUÍMICOS VOLÁTEIS DO HORTELÃ-GROSSO, PLECTRANTHUS AMBOINICUS (LOUR) SPRENG, CULTIVADO EM ILHÉUS

Indiana Silva Moreira1
Israel Cívico Gil de Sá1
Fernando Faustino de Oliveira1, 2
Lucienir Pains Duarte3
Rosilene Aparecida de Oliveira1, 4

1. Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas/ UESC
2. Prof. Dr.
3. Departamento de Química/UFMG
4. Profa Dra/Orientadora


INTRODUÇÃO:
No Nordeste do Brasil, grande parte dos habitantes fazem o uso das plantas medicinais tanto para tratar as enfermidades bem como para manter-se sadios. Vários trabalhos relatam o estudo farmacológico de plantas medicinais cultivadas no Brasil, no entanto, faz-se necessário também estudos químicos dos componentes voláteis das mesmas. A produção de metabólitos secundários nos vegetais sofre influência das variações ambientais sendo, portanto, imprescindível obter dados sobre caracterização química das plantas cultivadas nas diversas regiões do nosso País. O Hortelã-grosso, Plectranthus amboinicus (Lour) Spreng., é uma planta estéril terrestre herbácea de hábito ereto, conhecido também como hortelã-grande, hortelã-graúda, hortelã-gorda e malva. Seu óleo essencial é rico em timol. Essa planta é utilizada no tratamento da asma, bronquite, coriza, dor de cabeça, dor de ouvido, gripe, epistaxe, hemoptise, hipertermia. O sumo das folhas é usado como medicação oral para problemas ovarianos e uterinos. Apesar da escassez de estudos de avaliação sobre a eficácia e segurança do hortelã-grosso, essa planta medicinal vem sendo usada amplamente. Nesse trabalho relatamos, pela primeira vez, a análise dos componentes químicos dos voláteis dessa espécie cultivada na região sul da Bahia.

METODOLOGIA:
A planta foi coletada em novembro de 2006 na Vila Cachoeira, Ilhéus. Cerca de 100g das folhas foram submetido ao processo de extração por hidrodestilação usando um adaptador Clevenger por 2 horas. O óleo foi extraído com diclorometano e seco. A análise cromatográfica foi realizada usando um cromatógrafo a gás Varian Saturno 3800 equipado com um detector FID e coluna capilar HP-5 (30m X 0,25mm com 0,25µm de espessura de filme), tendo hélio como gás arraste, fluxo de 1,4 mL/min. As temperaturas do injetor e detector foram de 250°C e 280°C. Foi injetado 1,0µL de solução em clorofórmio a 5%. A programação de temperatura da coluna teve inicio a 60ºC seguido de um aumento de 8ºC/min ate atingir 280ºC. A análise qualitativa foi realizada usando o cromatógrafo a gás HP6890 acoplado a um espectrômetro de massas HP5989A. Foi usado coluna PDMS (50 m x 0,20 mm com 0,2µm de espessura de filme) tendo hélio como gás de arraste (1,5mL/min), temperatura do detector e injetor de 300ºC. O modo de operação foi impacto eletrônico a 70eV e o volume de óleo injetado foi de 1,0µL. Os diversos constituintes químicos dos óleo essencial foram identificados através da comparação computadorizada com dados da literatura e índice de retenção de Kovats.

RESULTADOS:
As folhas verdes do Hortelã-grosso coletada na primavera forneceu 0,07% de um óleo amarelo que apresentou índice de refração de 1,5050. A análise cromatográfica do óleo (CGAR) indicou a presença de 19 componentes químicos, dos quais sete foram identificados correspondendo à elucidação de cerca de 90% da composição química do óleo. Os constituintes químicos majoritários são Timol (75,39%) e E-cariofileno (10,52%). Em menores quantidades foram identificados o Terpine-4-ol (1,23%) e o alfa-Humuleno (2,26%). Os demais componentes foram detectados em concentrações abaixo de 1%. A composição química do óleo essencial do Hortelã-grosso, cultivado em Ihéus, apresenta 76,62% de compostos monoterpênicos oxigenados e 13,17% sesquiterpênicos não oxigenados. O Hortelã-grosso cultivado em Ilhéus é rica Timol, coerente com a relatos sobre esse cultivar em outras regiões do Brasil.

CONCLUSÕES:
A presença do componente majoritário, timol, na espécia P. amboinicus cultivada em Ilhéus está coerente com dados na literatura. Portanto, essa planta deve exibir propriedades medicinais semelhantes às citadas na literatura, tais como atividade antibacteriana, antifebril, antiinflamatória da boca e garganta, anti-séptica bucal, antitussígena, balsâmica, diaforética e peitoral. Nessa análise não foi encontrada nenhum componente com restrições de uso, segundo comparação de dados com a literatura.

Instituição de fomento: Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  teor de óleo, Bahia, Analise CG-EM

E-mail para contato: indyabella@hotmail.com