60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação

GAIA - GRUPO DE AÇÕES E INVESTIGAÇÕES AUTOPOIÉTICAS

Nize Maria Campos Pellanda1
Beatriz Rocha Araujo3
Patrícia Schneider6
Cristini Farencena Fernandes7

1. Prof. Dr. - Departamento de Educação / UNISC
3. Departamento de Educação / UNISC
6. Departamento de Psicologia / UNISC
7. Departamento Comunicação Social / UNISC


INTRODUÇÃO:
Um novo paradigma científico, o da Complexidade, começa a emergir. A partir das pesquisas que tem um caráter complexo, por sua autonomia/rede, oriunda de processos comunicacionais, surge o princípio da auto-organização. Esse princípio vai configurar o Movimento da Auto-Organização (MAO), que entende o conhecimento como inseparável do processo de viver. A educação escolar, de modo geral, salvo raras exceções, não trabalha com as competências do viver. A moda das competências, por lidar com habilidades que não levam às aprendizagens para a vida, apenas mascaram a situação e não resolvem os problemas fundamentais da educação. O que pretendemos com esse projeto, portanto, é nos debruçarmos profundamente sobre os pressupostos do MAO e propor articulações com uma práxis educativa que seja mais efetiva em termos de uma transformação pessoal/social, enfatizando os processos comunicaionais.

METODOLOGIA:
No fundo dessa proposta está a investigação sobre ontoepistemogênese, ou seja, um processo integrado de constituição do ser humano num trabalho de questionamento das epistemes que ainda propõem estabilizações e fragmentações centrando em cognições focadas de modo exclusivo nas aprendizagens do tipo lógico-formais ou lineares. E a partir desse pressuposto, formulamos nosso problema central de pesquisa: Considerando o giro epistemológico realizado pela Biologia da Conhecer que considera que nada de externo pode determinar o que acontece aos seres vivos e considerando ainda, como decorrência disso, o papel fundamental do observador, perguntamos: Como conhecemos na complexidade do vir-a-ser no mundo? Sob o ponto de vista metodológico o projeto empreenderá reflexões sistemáticas a partir de estudos teóricos e de dados empíricos como contribuição à necessidade de preencher uma grande lacuna do contexto científico atual: elaborar um quadro referencial para pensar uma educação complexa. Os dados empíricos procederão das pesquisas individuais de cada pesquisador que pertencem a diferentes áreas do conhecimento no âmbito das Ciências Humanas, e também das atividades de conversações do grupo.

RESULTADOS:
Cada pesquisador participou de todas as etapas da pesquisa e das reuniões semanais de discussão. No entanto, cada um deles tem interesses específicos de acordo com seu campo de trabalho. A partir disso, cada um desenvolveu, paralelamente, um projeto de trabalho que atendesse às suas necessidades individuais de pesquisa e que, ao mesmo tempo, contribuísse com os eixos de pesquisa do nosso grupo, o GAIA (Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas). A metodologia nesse sentido foi sempre a observacional de acordo com a teoria da Autopoiesis. Incorporamos os pressupostos científicos do paradigma da complexidade, ou seja, o que é construído junto, atendendo às novas demandas da sociedade da informação e da comunicação, tais como: a inclusão digital, a formação de professores, os processos de subjetivação (característica de cada um) e outras urgências.

CONCLUSÕES:
Aprendemos com a Biologia do Conhecer que nada externo ou a priori pode determinar aquilo que somos ou conhecemos, mas na aventura do aleatório, na dança entre organismo e meio (acoplamento estrutural) emerge a nossa vida numa irreversibilidade onde acontece a criação e a diferenciação, portanto, a complexificação. Os espaços inibidores de construção da diferença, como por exemplo, a escola tradicional, levam a redundâncias e, portanto, à dificultação de produção de singularização/diferença o que acarreta sofrimento. A experiência do conversar numa investigação está nos mostrando alguns fenômenos muito significativos de emergência e de convergência que estão apontando para uma reconfiguração cognitiva e subjetiva do grupo e de cada um de nós. A linguagem, como instrumento de configuração do grupo e de nós mesmos funcionou ao mesmo tempo como instrumento de produção científica porque foi tomada deliberadamente com essa intenção. Com ela geramos os fenômenos a ser observados e a própria observação. A linguagem usada por nós passa longe da linguagem praticadas pela escola atual. É justamente nesse sentido que estamos tentando avançar com nossos estudos.

Instituição de fomento: Universidade de Santa Cruz do Sul

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Educação, Autopoiéses, Comunicação

E-mail para contato: cristinifernandes@yahoo.com.br