60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Este artigo apresenta uma proposta metodológica para o trabalho em Ciências Naturais, a ser desenvolvida nos terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental. Consiste em fundamentar as bases da Alfabetização Científica (categoria da análise do Ensino de Ciências) indicando passos para sua constituição nas Ciências Naturais como metodologia de ensino. Este estudo contrasta uma necessidade social, que à luz do processo de globalização evidencia necessárias mudanças metodológicas na educação, sobretudo no Ensino de Ciências, espaço privilegiado para discussão sobre historicidade e contrastes da Ciência. Atualmente a Alfabetização Científica está sendo desenvolvida como uma linha emergente na Didática das Ciências, que comporta conhecimentos dos fazeres cotidianos das Ciências e da linguagem científica nos diferentes níveis e modalidades de ensino.

METODOLOGIA:

O presente artigo caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica das categorias de análise do Ensino de Ciências: 1. História da Ciência; 2. Metodologias de Ensino de Ciências; 3. Alfabetização Científica. Tal estudo resultou em uma visão epistemológica firmada em teorias históricas e contemporâneas, visando tal pesquisa inferir potencialmente nas metodologias aplicadas no Ensino de Ciências, na atualidade, como possibilidade de articulação pedagógica e curricular. Apontando desta forma conhecimentos didático-científicos e uma proposta metodológica firmada na dimensão de historicidade da Ciência, para professores de Ciências Naturais do Ensino Fundamental, em especial dos terceiro e quarto ciclos.

RESULTADOS:

A pesquisa surgiu de uma necessidade social atual: ajudar o aluno a selecionar e trabalhar com informações e conhecimentos necessários para sobreviver de forma consciente no mundo pós-moderno, de modo a desenvolver suas habilidades cognitivas, acompanhando as relativas mudanças em CTS – Ciência, Tecnologia & Sociedade. Ou seja, pensar de modo sistematizado em alfabetizar cientificamente os alunos à partir do Ensino Fundamental, espaço na vida escolar onde o aluno caminha para conhecer o novo e a complexidade da existência. Chassot (2006) discute a importância de a Alfabetização Científica ser trabalhada já no Ensino Fundamental para encharcar o ensino de realismos, torná-lo menos asséptico, menos dogmático. No plano pedagógico pensou-se no professor como articulador desses saberes que contrastam ideologias, conhecimentos e culturas.

CONCLUSÕES:

Estudos sobre Alfabetização Científica, desde a década de 1960, no mundo inteiro, situam profundas alterações nas perspectivas de pesquisadores, dado o avanço das tecnologias e divulgação das ciências nos espaços sociais formais e não-formais, assim como significam abertura a uma ampla discussão política e educacional sobre as categorias de analfabetismo científico existentes nas periferias e centros de desenvolvimento. Krasilchik (1992) afirma que a Alfabetização Científica constitui-se como uma das linhas de investigação do Ensino de Ciências, estando estes estudos intimamente relacionados às crises educacionais e a incapacidade da escola desenvolver os conhecimentos elementares para tornar o indivíduo alfabetizado cientificamente. Hurd (1998) afirma que a Alfabetização Científica envolve a produção e utilização da Ciência, provocando mudanças revolucionárias na Ciência, com dimensões na democracia, no progresso social e nas necessidades de adaptação dos seres humanos, discutindo os impactos na política, economia e ambiente. Esta proposta metodológica justifica-se como parte de uma discussão social que necessita ser desenvolvida para fomentar um Ensino de Ciências que acompanhe a sociedade pós-moderna, de modo a promover compreensão e popularização da Ciência.

Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Amazonas - FAPEAM

Palavras-chave: Ensino de Ciências, Alfabetização Científica, Ciência, Tecnologia e Sociedade

E-mail para contato: wfadul@hotmail.com