60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 3. Antropologia das Populações Afro-Brasileiras

MAPEAMENTO CULTURAL DO AFRO-BRASILEIRO DE MACEIÓ COM ÊNFASE NO UNIVERSO RELIGIOSO

JOSÉ APARECIDO DOS SANTOS2
GUSTAVO BEZERRA BARBOSA2
ROCHA RACHEL1
BRUNO CESAR CALVACANTI1

1. ICS -INTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS /UFAL
2. ICHCA - INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS COMUCAÇÃO E ARTES/ UFAL
3. FAMED- FACULDADE DE MECINA /UFAL


INTRODUÇÃO:
O projeto Mapeamento Cultural Afro-brasileiro de Maceió surgiu a partir da necessidade de se ter um registro das tradições religiosas do povo negro na capital alagoana, uma que vez que essas são frequentemente discriminadas. Dentre outros motivos, a preocupação com a saúde dos adeptos das religiões afro-brasileiras nos motivou a realizar esse trabalho. Faz-se necessário ressaltar que o levantamento foi feito com a participação dos alunos cotistas da UFAL, ficando, portanto, a nossa contribuição enquanto alunos integrantes e bolsistas do projeto Afro-Atitude. O objetivo do projeto foi o de realizar um estudo sobre as tradições Afro-brasileiras de Maceió através de um mapeamento dos bens e serviços culturais afro-brasileiros existentes na cidade, montando um banco de dados. Buscou-se, assim, traçar o perfil do público alvo.A partir deste trabalho foi executado um Projeto de extensão intitulado: TERREIROS DA SAÚDE "PREVENÇÃO AS DST/HIV/AIDS NAS CASAS DE CULTO AFRO BRASILEIRO EM MACEIÓ.

METODOLOGIA:
Estudo e análise bibliográfica da temática do afro-brasileiro, com enfoque na antropologia da religião e no universo lúdico festivo. Foi feita a pesquisa de campo sobre o universo religioso afro-brasileiro de Maceió, com o grupo de pesquisadores coletando dados nos terreiros, e com a posterior montagem de um banco de um banco de dados. Para isso, foram feitas visitas às sedes das Federações dos Cultos Afro-brasileiros em Maceió (AL), o acompanhamento de festas e ‘toques’ realizados nos centros religiosos e a observação do comportamento do público-alvo no tocante aos cuidados com a saúde, buscando traçar assim, o perfil dos integrantes desses cultos.

RESULTADOS:
Os resultados da nossa pesquisa podem ser visualizados a partir das tabelas abaixo: TABELA 1 A Tabela acima mostra como estão organizadas, por linha/nação, as religiões afro-brasileiras em Maceió-AL. Com base nos dados das três federações existentes em Maceió, temos que 47,9% dos terreiros se autodenominam genericamente como “Toque”; 24,4% como Nagô; 10,7% como Umbanda; 6,1% como Mesa Branca; 5,9% como de “Linha Traçada” (isto é, reunindo duas ou mais nações); 1,9% como Angola; 1,3% como Gegê; 0,9% como Candomblé e 0,9% como Keto. TABELA 2 A tabela 2, de classificação dos terreiros por sexo da liderança religiosa, nos mostra que 60,5% dos centros religiosos são liderados por mulheres, as chamadas ialorixás ou, simplesmente, mães-de-santo, enquanto que 39,5% são liderados por homens, os babalorixás ou pais-de-santo. TABELA 3 A Tabela 3 nos mostra os quantitativos de terreiros, por linha/nação, liderados por Ialorixás: 44,9% auto-classificados como “Toque”; 26,8% como Nagô; 11,1% como Umbanda; 7,7% como Linha Traçada; 4,5% como Mesa Branca; 2,3% como Angola; 1,35% como Jêje; 0,7% como Keto e 0,7% como Candomblé. TABELA 4 A Tabela 4 nos mostra a distribuição dos terreiros, por linha/nação, liderados por babalorixás: 52,4% se auto-nomeiam “Toque”; 20,8% se dizem Nagô; 10,1% Umbanda; 8,6% Mesa Branca; 3,7% Linha Traçada; 1,1% Keto; 1,1% Jêje; 1,1% Angola e 1,1% Candomblé.

CONCLUSÕES:
Através deste projeto notamos que para diminuir as diferenças sociais precisamos primeiro acabar com o preconceito existente em nosso meio. Portanto, fica bem claro que projetos como este devem sempre ser promovidos, pois a batalha contra as DST/AIDS e Preconceito,Racismo e Discriminação é uma luta de todos.

Instituição de fomento: Ministério da Saúde/Programa Nacional de DST/Aids.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  RELIGIÃO, CULTURA, MEMÓRIA

E-mail para contato: cidaohistoria@gmail.com