60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 4. Ciência e Tecnologia de Alimentos

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS DE AMÊNDOAS DO PIQUI, ESPÉCIE CARYOCAR BRASILIENSE CAMB. EM RATOS WISTAR EM CRESCIMENTO.

Kely Cristina Neves dos Santos1
José Antonio Braga Neto1

1. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul


INTRODUÇÃO:
A semente do Piqui possui uma amêndoa rica em proteínas e lipídios sendo consumida in natura ou em receitas culinárias, não somente no Centro Oeste brasileiro, mas também em regiões do Nordeste, São Paulo e Minas Gerais. Justificando, desta forma, sua avaliação nutricional que contribuirá com eventuais programas de nutrição regional já que não se encontra estudos desta natureza na literatura. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade nutricional das proteínas contidas nas amêndoas do piqui através de um ensaio in vivo, determinar a composição da farinha integral e desengordurada da amêndoa do piqui, calcular os índices de qualidade nutricional das proteínas da amêndoa do piqui e verificar o efeito da concentração das proteínas nos índices de qualidade nutricional.

METODOLOGIA:
A matéria-prima utilizada foi a amêndoa de piqui trituradas em triturador Turratec constituindo a base integral, que foi desengordurada pelo método de Soxhlet com éter de petróleo e colocadas em bandejas para ficarem em estufas de ventilação à aproximadamente 45ºC para evaporação do éter de petróleo. Foram determinadas as composições centesimais da farinha desengordurada e integral da amêndoa do piqui bem como das rações formuladas e utilizadas no experimento. Para o ensaio biológico utilizaram-se trinta e dois ratos Wistar separados em grupos compostos de oito animais. Cada grupo foi alimentado, respectivamente, com: Ração aprotéica, Ração padrão contendo 10% de caseína, Ração Teste 1 contendo farinha desengordurada da amêndoa do piqui suficiente para garantir 10% de proteína e Ração Teste 2 contendo farinha desengordurada da amêndoa do piqui suficiente para garantir 20% de proteína, preparadas de acordo com AIN-93G. Os animais foram acondicionados em gaiolas metabólicas e alimentados por 21 dias. Com base na variação dos pesos dos ratos, peso e composição das rações consumidas e quantidades de nitrogênio fecal e urinário foi possível determinar: Digestibilidade, Coeficiente de Eficácia Alimentar, Índice de Eficiência Protéica e a Utilização Protéica Final.

RESULTADOS:
A composição centesimal da amêndoa desengordurada do piqui evidenciou altos teores de proteína (66,84%). As proteínas da amêndoa do piqui possuem alta digestibilidade (94,73%), baixo coeficiente de eficácia alimentar (0,055), baixo índice de eficácia protéica (0,553), baixo valor para a utilização protéica final (37,58%), e menor ganho de peso dos animais quando comparado com o padrão caseína. A ração contendo 20% de proteína de piqui apresentou ganho de peso semelhante aos animais alimentados com a proteína padrão, o ganho de peso foi de 41,70g e 30,29g para os grupos padrão caseína e teste 2, respectivamente. Esse ganho de peso foi semelhante, provavelmente, porque nessa concentração a amêndoa forneceu todos os aminoácidos essenciais nas quantidades recomendadas.

CONCLUSÕES:
O valor nutritivo da proteína da amêndoa do piqui foi conhecido, com base em dados como ganho de peso e ingestão protéica, mostrando que a amêndoa do piqui não tem boa qualidade protéica, pois os ratos alimentados com amêndoa do piqui, quando comparados com o padrão caseína, não ganharam peso desejáveis. Através dos valores dos índices de qualidade da proteína da amêndoa do piqui serem inferiores ao de proteínas de boa qualidade, considera-se de baixa qualidade. O consumo de uma maior quantidade de proteínas de piqui promove ganho de peso semelhante aos de proteínas de alto valor biológico.

Instituição de fomento: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  piqui, proteÍna, valor biológico

E-mail para contato: kelyneves@yahoo.com.br