60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO E NUTRIÇÃO DE MEIO DE CULTIVO PARA MICROPROPAGAÇÃO DE PIMPINELLA ANISUM (LINN) – APIACEAE.

Gabriela Tambosi1
Gladys Daniela Rogge Renner2

1. Acadêmica do curso de Farmácia da UNIVILLE.
2. Orientadora, prof.ª departamentos de Farmácia e Ciências Biológicas da UNIVILLE


INTRODUÇÃO:
P. anisum, da Família Apiaceae, é uma espécie vegetal encontrada em Santa Catarina, e é utilizada popularmente para o tratamento de diversas enfermidades. A micropropagação consiste em uma técnica para propagar plantas dentro de tubos de ensaios ou similares de vidro, com a devida assepsia, nutrição e fatores ambientais. Tem importância prática na área florestal, agrícola, e científica. Para o cultivo asséptico de sementes in vitro são necessários métodos eficientes de esterilização, visto que sem esta, o crescimento pode ser inibido ou afetado. O explante (pequeno fragmento de tecido vivo) também deve receber nutrientes favoráveis ao seu desenvolvimento, bem como agentes gelificantes para o suporte das raízes das plantas obtidas. Devido à ausência de bibliografia básica envolvendo assepsia e otimização de cultivo para sua micropropagação, foi desenvolvido o trabalho onde foram avaliados métodos para a esterilização de sementes de P. anisum e foram testadas diferentes concentrações de sais de meio MS (0%, 25%, 50%, 75% e 100%) solidificados em 3,0 g/L e 6,0 g/L de ágar.

METODOLOGIA:
As sementes de P. anisum foram armazenadas em frascos de vidro sob refrigeração a 4°C (RANDI, 1987). Os testes para verificar a melhor assepsia das sementes de anis foram os seguintes: A) Desinfestação com álcool 70% por 2 segundos e em solução de hipoclorito de sódio a 0,5% por 15 minutos. Em seguida, lavagem por quatro vezes em água destilada autoclavada e imersão em cefalexina 500ppm por 10 minutos; B) Desinfestação com álcool 70% por 2 segundos e em solução de hipoclorito de sódio a 1% por 15 minutos. Em seguida, lavagem por quatro vezes em água destilada autoclavada e imersão em cefalexina 500ppm por 20 minutos; C) Imersão em solução de hipoclorito de sódio (2,5%) e água (2:1), por 20 minutos; D) Imersão em solução 2% de NaOCl comercial durante 20 minutos e lavagem em água destilada estéril; E) Lavagem inicial em solução de 50ml de água com 2 gotas de detergente, posterior enxágüe em água corrente e imersão em álcool 70% por 40 segundos. Os procedimentos foram realizados em câmara de segurança biológica, e após cada tratamento de assepsia foram inoculadas 15 sementes em cada frasco do tipo “baby-food” esterilizado, contendo 20 ml meio de cultivo MS (Murashige e Skoog 1962) na concentração de 100% e ágar a 6,0g/L (pH ajustado para 5,8), tampados com tampa plástica e vedados com parafilme (sendo 4 repetições para cada tratamento). O cultivo ocorreu durante 30 dias, com observações diárias, e após este período avaliou-se o percentual de sementes estéreis. As sementes de P. anisum esterilizadas de acordo com o método mais eficaz foram submetidas aos testes de concentração de sais do meio MS e ágar. Foram cultivadas em frascos contendo meio MS (Murashige e Skoog, 1962) nas concentrações 0%, 25%, 50%, 75% e 100% solidificado com 3,0 e 6,0 g L-1 de ágar. A avaliação foi feita diariamente pela observação dos frascos, considerando germinação a protusão da radícula. As plântulas germinadas foram mantidas in vitro por 60 dias, e posteriormente foram pesadas em suas massas fresca e seca (após desidratação em estufa por 48h a 30°C) e foi feita a comparação entre os tratamentos.

RESULTADOS:
Os resultados demonstram que o experimento D proporcionou 100% de sementes estéreis sendo o método mais eficiente para assepsia das sementes de P. anisum. Este fato pode ser atribuído ao grande potencial antimicrobiano do agente antisséptico utilizado (hipoclorito de sódio) que penetra na parede celular das bactérias, desativando uma enzima essencial à sobrevivência dos microorganismos (LAUBUSCH, 1971, apud MEYER, 1994). Também à alta concentração do mesmo na solução (2%, hipoclorito comercial puro), e ao maior tempo de imersão (20 minutos), comparado com os demais métodos utilizados. Para os testes de melhor concentração de ágar e meio MS, foram pesadas as massas fresca e seca das plântulas obtidas in vitro em um período de 60 dias, e através de suas médias observou-se que a concentração de ágar 3g/L favorece obtenção de maior massa fresca de plântulas de P. anisum, o que pode ser explicado pelas raízes da espécie requererem um substrato menos sólido para o suporte de suas estruturas e seu crescimento. As concentrações de 75 e 100% de meio MS proporcionam maior obtenção de incremento de massa seca nas plântulas de P. anisum. Isto indica que além da reserva nutricional que as sementes possuem, a germinação é favorecida com adição de grandes concentrações de sais do meio MS, resultando na obtenção de maior incremento de massa seca de pântulas cultivadas.

CONCLUSÕES:
A partir dos experimentos realizados, conclui-se que o experimento mais eficiente para a obtenção de sementes estéreis para micropropagação de Pimpinella anisum foi a imersão em solução 2% de NaOCl comercial por 20 minutos e lavagem em água destilada estéril. A concentração de ágar que favorece a obtenção de maior massa de plântulas de P. anisum germinadas in vitro é de 3g/L, e de sais do meio MS é de 75 ou 100%.

Instituição de fomento: Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Micropropagação, Pimpinella anisum, Cultivo in vitro

E-mail para contato: gabriela.tambosi@univille.br