60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 28. Economia

IMPACTO DAS CONDIÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS NA MORTALIDADE INFANTIL

Laryssa Ramos de Holanda1
Karla Karolyne Barbosa Rocha1
Vitor Rodrigues Pereira1
Maria Cecília Junqueira Lustosa1

1. UFAL


INTRODUÇÃO:
Nos últimos anos ocorreram grandes transformações nos padrões de saúde da população brasileira. A maioria dos coeficientes de mortalidade tem tido uma tendência decrescente, principalmente os ligados à mortalidade infantil. Esse declínio não ocorreu de maneira idêntica para todas as regiões do país. A região Nordeste apesar da evolução dos indicadores, ainda apresenta taxas elevadas se comparadas ao Centro-Sul do país. Entre as medidas a serem adotas para a redução dessas taxas, muitos estudos defendem a importância da melhoria do serviço de saúde, de água tratada e de esgoto, através do aumento nos gastos públicos, deixando clara a importância de melhoras em outros aspectos socioeconômicos, defendendo que esses apresentam custos econômicos e sociais menores. A partir desta apresentação, o objetivo da presente pesquisa é fazer uma análise da mortalidade e as condições socioeconômicas dos estados do Brasil, assim como fazer uma comparação das taxas de mortalidade entre os respectivos estados, com vista de obter as correlações entre taxa de mortalidade e variáveis como: renda per capita, porcentagem de pessoas que vivem em domicílios com água encanada e banheiro, porcentagem de serviços de esgoto, taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais, e a porcentagem de óbitos causados por diarréia.

METODOLOGIA:
Neste trabalho retiramos dados de diversas fontes, como os sites do IPEA, IBGE, DATASUS e do programa Atlas de Desenvolvimento. Serviram de embasamento teórico e aprofundamento sobre o conteúdo, textos do IPEA, artigos universitários e reportagens. A correlação foi rodada no programa excel. Vamos correlacionar a incidência de mortalidade entre crianças de 0 a 1 ano, com os indicadores de esgotamento sanitário, água encanada, analfabetismo, renda per capita, e o percentual de óbitos causados por diarréia. Os indicadores foram retirados dos sites das instituições IPEA, IBGE e do Ministério da Saúde (DATASUS); e do programa Atlas de Desenvolvimento. Nosso modelo será estimado com base na estrutura de painel com dados estaduais utilizando como dados de corte os anos 1991 e 2000.

RESULTADOS:
Parte da população brasileira reside em locais onde as condições de saneamento e de abastecimento adequado de água ainda são precárias. Tanto o percentual de pessoas com condições adequadas de esgoto, quanto o de pessoas que vivem em domicílios com água encanada e com banheiros, apresentaram, na correlação com a taxa de mortalidade infantil, resultados negativos nos dois anos pesquisados, mostrando que quanto maior a cobertura de saneamento e de água encanada, menor a mortalidade na infância, o que pôde ser verificado analisando os dados, pois a cobertura de saneamento e a quantidade de pessoas que residem em domicílios com água encanada aumentaram e a mortalidade entre crianças de 0 a 1 ano diminuiu. A água em má condição quando ingerida causa doenças, que provocam além de outros sintomas uma forte diarréia, trazendo graves complicações em crianças, podendo levar até a morte. Obtivemos, entre as taxas de mortalidade infantil e óbitos causados por diarréia, uma correlação direta nos dois anos avaliados. Outra correlação que se identificou como inversa foi entre mortalidade infantil e renda per capita. É de se esperar que aumentos na renda contribuam para redução na taxa de mortalidade na infância, já que esse fato traz a população uma melhor qualidade de vida. O alto coeficiente da correlação entre mortalidade infantil e taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais, e a relação direta entre esses indicadores, mostra que a educação dos pais é uma medida de grande importância para a redução dos óbitos na infância.

CONCLUSÕES:
Nos períodos analisados os dados apresentaram uma tendência decrescente das taxas de mortalidade infantil. A contínua redução do analfabetismo garante a alternativa mais barata para baixar mais ainda a incidência desse tipo de mortalidade. Por outro lado, nossos resultados indicam que, o acesso aos serviços de saneamento são medidas preventivas que, além das externalidades positivas ao meio ambiente, evitam riscos e desconfortos que as doenças causam às crianças. Concluímos que o maior investimento em esgotamento sanitário e a melhor qualidade de água potável melhoram a qualidade de vida das pessoas e aumentam a esperança de vida das crianças. Isso nos leva a acreditar que crescimento econômico junto com desenvolvimento social, permite melhoras de saúde à população. Porém, as desigualdades sociais existentes excluem uma grande parte da população do acesso à educação, renda, saneamento e serviços de saúde, o que acarreta em elevadas taxas de mortalidade infantil.

Instituição de fomento: mec/sesu

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Mortalidade Infantil, Correlação, Desigualdades Sociais

E-mail para contato: laryssarholanda@hotmail.com