60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 4. Parasitologia Geral

PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM CRIANÇAS COM BAIXOS INDICADORES SOCIOECONÔMICOS EM CAMPINA GRANDE – PB.

Maria Teresa Nascimento Silva1
Gerson Bragagnoli1
Anunciado A. Melo1
Ronaldo R. Lira1
Paulo F. Monteiro1
Teobaldo Gonzaga Realço Pereira1

1. Unidade Acadêmica de Medicina – C.C.B.S. - UFCG.


INTRODUÇÃO:
No Brasil, nas áreas cuja urbanização ocorre de forma desordenada e com baixos indicadores sócio econômicos, os problemas ambientais se avolumam, propiciando uma maior exposição às parasitoses intestinais (Santos, 1996). Campina Grande-PB, tem recebido grande quantidade de imigrantes de áreas rurais, os quais vão residir em assentamentos clandestinos expondo-se à inúmeros riscos, incluindo violência urbana e falta de saneamento básico. O bairro do Pedregal tem uma população aproximada de 9.267 habitantes, segundo a SEPLAN (Secretaria de Planejamento e Gestão da Prefeitura Municipal de Campina Grande). Essa área não possui rede de esgoto, porém, 92% dos domicílios possuem banheiro ou sanitário, e apenas 62% são servidos pela coleta de lixo. Com este trabalho objetiva-se avaliar a prevalência de parasitose intestinal em crianças de 2 a 10 anos no bairro do Pedregal da cidade de Campina Grande – PB.

METODOLOGIA:
: No período de 16 de janeiro a19 de novembro de 2007, foram entregues 1.597 frascos coletores para fezes, ou seja, um espécime fecal por criança de 2 a 10 anos de idade, mas apenas 69% (n=1.101) o (a) responsável entregou a amostra fecal. Cada amostra fecal foi examinada pelos métodos de Ritchie e Kato-Katz, no Laboratório de Parasitologia da Faculdade de Medicina da UFCG. O projeto de pesquisa foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Hospital Universitário Alcides Carneiro (22 de maio de 2006). No estudo estatístico foi utilizada a planilha Excel para analisar as freqüências da presença dos parasitos.

RESULTADOS:
Apenas 26,3 % (n=290) das crianças não apresentavam enteroparasitose. Os resultados positivos, para helmintos, são assim distribuídos: Ascaris lumbricoides 27,2% (n=300); Ancilostomídeos 0,4% (n=4); Enterobius vermiculares 0,7% (n=8); Strongyloides estercolares 0,5% (n=5); Taenia sp 0,3% (n=3); Trichuris trichiura 17,2% (n=189); Hymenolepsis nana 1% (n=11). Não foram encontrados ovos de Shistosoma mansoni. Entre os protozoários foram encontrados: Entamoeba histolytica 48% (n=529); E. coli 30,9% (n=340); Giárdia lambria 19,3% 9 (n=213); Iodamoeba butschilii 0,2% (n=2).

CONCLUSÕES:
A alta prevalência de parasitas intestinais encontrada no bairro do Pedregal evidencia que apesar do Programa de Saúde da Família, ainda se mantém como um problema sanitário, mostrando que o local carece de melhorias nas condições de saneamento básico e políticas públicas de planejamento urbano, educacional e de habitação.



Palavras-chave:  Parasitose, Criança, Prevalência

E-mail para contato: gonzaga.ccbs@ufcg.edu.br