60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 14. Ensino Superior

PROJETO SEMPRE É TEMPO DE SABER: EDUCANDO PARA INCLUIR PESSOAS DA TERCEIRA IDADE NO SÉCULO XXI

Márcia Marlene Stentzler1

1. Profa. / Fac. Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória - PR


INTRODUÇÃO:
Este projeto de extensão surgiu em virtude da necessidade constatada pelo Curso de Pedagogia da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras em União da Vitória e foi cadastrado junto ao CEPEX, órgão responsável pela validação dos projetos desenvolvidos institucionalmente. Além do apoio institucional, também o Instituto de Ensino Pesquisa e Prestação de Serviços passou a investir mensalmente recursos para a viabilização das atividades. Iniciou-se ano de 2005, com uma turma de aproximadamente quinze alunos da terceira idade. Os acadêmicos das licenciaturas passaram a atuar como voluntários, implementando assim as atividades, bem como praticando atividades de ensino e aprendizagem em suas respectivas áreas. Tem como principais objetivos: a) Alfabetização da Letras, Alfabetização Digital e Práticas de Letramento; b) Oportunizar aos acadêmicos participantes a vivência das práticas pedagógicas, por meio de atuação efetiva como forma de desenvolvimento e aprimoramento pessoal e profissional; c) Inclusão Social; d) Integração do Ensino Superior com as demandas da sociedade; Atualmente o projeto desenvolve-se em parceria com a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, por meio do Programa Universidade Sem Fronteiras. Os acadêmicos recebem bolsas pelo trabalho desenvolvido.

METODOLOGIA:
Inicialmente foi necessário construir uma proposta metodológica para o trabalho que se propunha ser realizado. A coordenadora do projeto, Professora Líris Rosalina Guerra, juntamente com outros dois professores, seis acadêmicos das licenciaturas e duas recém-formadas, uma na área de psicologia e outra pedagogia, passaram a buscar materiais direcionados para a Educação na Terceira Idade. Esta busca mostrou-se muito produtiva e esclarecedora, sendo considerado que a fundamentação teórico-metodológica mais adequada era a pedagogia libertadora, com base nos trabalhos de Paulo Freire, que discute em seus estudos aspectos políticos, sócio-educacionais e culturais que permeiam a educação brasileira. Logo, nas atividades de alfabetização da letras respeita-se a leitura de mundo dos treze alunos da terceira idade como ponto de partida para novos conhecimentos. Esta base teórica serviu de referência também para as atividades de letramento, pois, os atuais oito alunos já tiveram experiências significativas de leitura e escrita. A alfabetização digital, caracterizada pelo ensino individualizado, com quinze alunos em cada turma, sendo quatro turmas, um computador por aluno, permitindo-se aos aprendizes construir o conhecimento respeitando-se o ritmo de cada um.

RESULTADOS:
Durante o período de realização primou-se pela divulgação das atividades, o contato com a comunidade, convidando pessoas da terceira idade para voltar a estudar. Neste trabalho houve envolvimento expressivo dos acadêmicos, realizando visitas nas casas de bairros próximos a Faculdade. O resultado foi significativo, tendo em 2008 dobrado o número de alunos da alfabetização, que ao final de 2007 eram oito. Também nas atividades de letramento houve elevação do número de alunos, ao término do ano letivo de 2007 concluíram três, sendo que hoje conta-se com oito. A alfabetização digital atende sessenta alunos, ou seja, o dobro atendido no ano passado. Neste período do ano, as atividades estão centradas na parte pedagógica, ou seja, organização de material de apoio para todas as modalidades de ensino. Este trabalho acontece em função das necessidades dos alunos, sendo fruto de discussões em momentos específicos entre os acadêmicos, alunos recém-formados e professores orientadores do projeto.

CONCLUSÕES:
Constatamos que o projeto oferece atualmente uma opção educativa para muitos idosos, que aposentados viviam parte de seu tempo sem atividades organizadas para o crescimento intelectual e psicológico. Inicialmente com o apoio da Prefeitura Municipal de Porto União, Santa Catarina, que disponibilizava transporte aos idosos pertencentes aos grupos de terceira idade, o projeto ganhou mais espaço junto a comunidade e atualmente ampliou-se, atendendo um número maior de pessoas, prioritariamente no Estado do Paraná. Os acadêmicos conquistam espaços onde a pesquisa e atividades de cunho científico fazem parte do cotidiano, enriquecendo a formação inicial e tornando-se diferencial nas atividades acadêmicas. Ao elaborar artigos científicos inter-relacionando atividades de cunho prático e teórico, mediante a orientações dos professores, demonstram clareza e aperfeiçoamento na práxis. O Ensino Superior realiza-se quando extrapola os muros da instituição, logo, possibilitar a comunidade o acesso aos laboratórios, biblioteca e serviços da Faculdade é permitir que aconteça a democratização da educação. Consideramos que o Projeto Sempre é Tempo de Saber vem caminhando na direção da Inclusão Social, isto é, permitindo a construção da cidadania e apropriação de seus direitos e deveres.

Instituição de fomento: Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná – SETI (Programa Universidade Sem Fronteiras – Incubadora dos Direitos Sociais)



Palavras-chave:  Alfabetização das letras, Inclusão digital, Terceira Idade

E-mail para contato: pedagfafiuv@yahoo.com.br