60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 4. Patologia Animal

ANEMIA INFECCIOSA EQÜINA: PREVALÊNCIA EM MATO GROSSO DO SUL NO PERÍODO DE 2004 A 2007.

Paola Larissa de Almeida1
Marilyn A. Errobidart de Matos2
Clayton Bernardinelli Gitti3

1. Pós Graduação em Vigilância e Defesa Sanitária Animal- QUALITTAS
2. DQI-Mestrado em Ensino de Ciências-UFMS
3. Prof. Dr. do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública-UFFRJ / Orientador


INTRODUÇÃO:
A Anemia Infecciosa Eqüina (AIE) é uma infecção cosmopolita, conhecida também como “Febre dos Pântanos”, causada por um retrovírus pertencente à subfamília Lentivirinae, que infecta os membros da família Eqüidae. A AIE se caracteriza por ser uma enfermidade freqüente de eqüinos criados em terrenos baixos e mal drenados ou em zonas úmidas muito florestadas e encontra-se disseminada em vários países, sob várias formas clínicas. Não apresenta tratamento e sua principal forma de controle é a eliminação dos animais infectados, gerando perdas econômicas consideráveis. Apesar de sua importância, poucas medidas de controle são adotadas por parte dos órgãos governamentais devido ao alto custo para a implementação de programas de controle e erradicação da doença no Estado de Mato Grosso do Sul e no Brasil. Deste modo, ocorreu um aumento no número de casos positivos nos últimos anos. Este trabalho tem a finalidade de realizar um levantamento da ocorrência de casos confirmados da doença no Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2004 a 2007, demonstrando como está o controle nos animais nas mesorregiões e suas microrregiões respectivamente.

METODOLOGIA:
Neste trabalho utilizou-se de uma avaliação quantitativa, com um estudo de coorte retrospectivo, da avaliação dos relatórios anuais da AIE provenientes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (M.A.P.A.) e dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de 2004 a 2007. Com o cruzamento desses dados foi possível determinar o percentual de casos positivos de AIE nas microrregiões e respectivos municípios no estado do Mato Grosso do Sul. Os resultados foram agrupados de acordo com a divisão geográfica de Mato Grosso do Sul, em quatro mesorregiões (Pantanal, Sudeste, Centro-Norte e Leste) e subdividido em onze microrregiões (Baixo Pantanal, Aquidauana, Alto Taquari, Campo Grande, Cassilândia, Paranaíba, Três Lagoas, Nova Andradina, Bodoquena, Dourados e Iguatemi) totalizando 77 municípios

RESULTADOS:
Os resultados apontam para uma maior prevalência da doença na mesorregião do Pantanal (que compreende as microrregiões Baixo Pantanal e Aquidauana) e próximas a ela. A microrregião de Aquidauana apresenta a maior prevalência do estado com 29% no município de Dois Irmãos do Buriti, na mesma microrregião no município de Aquidauana com 16,03%, seguidos pelo município de Maracajú, com 17,17% na microrregião de Dourados. As demais microrregiões obtiveram um índice menor ou igual a 5%.

CONCLUSÕES:
Após a análise dos dados obtidos, se pode concluir que a prevalência da doença observada em cada microrregião, está relacionada a aspectos geográficos, climáticos, ambientais, densidade de populacional de insetos, e da população eqüídea, além dos fatores que envolvem diretamente a higiene com os materiais utilizados nos animais, que favorece em muito a multiplicação da doença, e a falta de controle e a negligência por parte do Poder Público, com seus órgãos responsáveis, para ação dos animais doentes e dos animais saudáveis. O aumento no Estado deve-se a dificuldade de conscientização dos proprietários sobre a importância da realização do exame, que por falta de incentivo financeiro, trazem prejuízos econômicos cada vez maiores, acarretando de forma significativa no desenvolvimento do Estado, para com outras Regiões do Brasil e do Mundo, levando a um isolamento cada vez maior do Mato Grosso do Sul.



Palavras-chave:  Anemia Infecciosa Equina, Patologia Animal, Mato Grosso do Sul

E-mail para contato: larissavet3@hotmail.com