60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 3. Ecologia Terrestre

AVALIAÇÃO FITOSSOCIOLÓGICA PRELIMINAR DE UM CAMPO LIMPO SAZONALMENTE INUNDÁVEL NA RPPN SESC PANTANAL – MT – BRASIL.

Thaísa Soares Silva1
Fernando Henrique Barbosa1
Patricia Carla de Oliveira1
Cátia Nunes da Cunha1

1. UFMT


INTRODUÇÃO:
O conhecimento de áreas naturais fornece informações necessárias à recuperação de áreas semelhantes que estejam degradadas (Primack & Efrain, 2001). Estudos fitossociológicos permitem conhecer a composição e estrutura vegetal e descrever as fitofisionomias de um bioma. Entre as fitofisionomias do Pantanal estão os campos nativos sazonalmente inundáveis, áreas topograficamente mais baixas onde predominam plantas herbáceas e sedimentos durante os meses de seca, e macrófitas aquáticas durante o período de inundação (Nunes da Cunha et al. 2006), sendo importante componente da pecuária extensiva, principal atividade econômica da região. Este trabalho avalia a fitossociologia de um campo limpo sazonalmente inundável no Pantanal de Barão de Melgaço - MT.

METODOLOGIA:
A área de estudo localiza-se na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) SESC Pantanal em Barão de Melgaço – MT. O estudo foi feito em março de 2008, em um campo limpo sazonalmente inundável, localmente chamado de campina. As campinas são de formato aproximadamente circular e limitadas pela cordilheira, área topograficamente mais alta, normalmente não inundável, coberta por vegetação de cerrado florestal (Nunes da Cunha,1990). Foram amostradas duas campinas utilizando-se quadrats de 0,5 m². Foram distribuídos 30 quadrats aleatórios por campina, totalizando 60 pontos amostrais. Em cada ponto foram estimados o percentual de Cobertura de Matéria Morta (MM), de Espaço Vazio (EV) e da Área de Cobertura (AC) de cada espécie encontrada. O material botânico foi identificado por comparação com exemplares da coleção do Herbário Central da Universidade Federal de Mato Grosso. Os indivíduos não identificados serão encaminhados a especialistas.

RESULTADOS:
A área amostrada foi de 15 m2. A maior ocupação corresponde à MM e EV, cobrindo 70,76 e 18,53%, respectivamente. A grande quantidade de MM deve-se ao fato de o estudo ter sido realizado durante o período de cheia. A inundação contribui para a morte e decomposição de muitas espécies, porém permite o surgimento de outras adaptadas. As plantas corresponderam a 12% de cobertura, o que significa que quase não houve sobreposição de estratos. As 17 espécies já identificadas estão distribuídas em 14 gêneros e 15 famílias. O cálculo da representatividade de famílias e espécies foi feito excluindo a área coberta por MM e EV. Assim, a família de maior relevância foi Poaceae, com 67,9% das ocorrências. A segunda família mais relevante foi Cyperaceae, contribuindo com 12,65%, seguida por Malvaceae com 6%. A predominância de Poaceae permite o uso econômico dos Campos Limpos no Pantanal, apesar de o estudo ter sido realizado em área protegida. Este fator permitiu a análise praticamente livre de distúrbios antrópicos. Entre as espécies mais significativas destacam-se Paspalum cf. lenticulare Kunth representando 10,34% dos indivíduos registrados e Eleocharis elegans (Kunth) Roem. & Schult., com 5,5%. Entretanto, se for considerada a sua relevância para a área coberta, quando então devemos levar em conta MM e EV, estes valores caem para 1,12 e 0,6%.

CONCLUSÕES:
O campo limpo estudado foi descrito dentro da perspectiva fitossociológica, revelando as famílias e espécies mais significativas. O estudo descritivo de vegetações em áreas protegidas é importante para o estabelecimento de ecossistemas de referência às práticas de restauração.

Instituição de fomento: Instituição de fomento e apoio: CNPq e UFMT

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Fitossociologia, Campo Limpo, Pantanal

E-mail para contato: thaisa_bio@yahoo.com.br