60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: PREVALÊNCIA EM MULHERES CADASTRADAS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM BAIRRO PERIFÉRICO DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB/BRASIL

Jailson Alberto Rodrigues1
Fabiana Josino Bezerra dos Santos1
Sheila da Costa Rodrigues Grangeiro1
Rosa Martha Ventura Nunes1
Rafaella Lucena Medeiros de Andrande1
Sônia Maria Josino dos Santos1

1. Faculdades Integradas de Patos


INTRODUÇÃO:
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) estão entre as patologias mais comuns do planeta, podendo ter graves conseqüências bio-psicossociais, sendo as mais conhecidas: herpes, sífilis, gonorréia e tricomoníase. Inúmeros são os fatores relacionados ao crescimento da incidência das DSTs, dentre eles o uso de contraceptivos durante as relações afetivo-sexuais, porém aumenta-se, o número de leigos quanto a obtenção, uso adequado e indicação dos mesmos, aliado a isso está a questão financeira, que intervêm no acesso a esses métodos, bem como no grau de “liberdade e autonomia” alcançada por faixa etária cada vez mais jovem. A OMS estima que existam cerca de 250 milhões de novos casos anualmente, para os quais existem intervenções preventivas e terapêuticas efetivas. Muitas das DST’s são assintomáticas ou de difícil detecção, em especial nas mulheres, portanto o acompanhamento às populações deve ser sistemático, com finalidade de reduzir sua incidência, por isso desejou-se caracterizar a prevalência das DST’s em mulheres atendidas no serviço de saúde municipal, constatando as mais prevalentes, pois no nosso país o atendimento à saúde da mulher tem sido reduzido ou relegado a segundo plano, ficando muitas vezes dirigido a exames de prevenção do câncer do colo uterino.

METODOLOGIA:
A presente pesquisa é do tipo descritiva-exploratória, com caráter quali-quantitativo, realizado na Unidade de Saúde da Família (USF) Dr. Walter Ayres, na cidade de Patos-Paraíba, o qual atende uma micro-área formada por quatro bairros periféricos com população carente, durante todo o ano 2007. A população foi composta por 560 registros de exames citopatológicos realizados da unidade, sendo a amostra compreendida por 72 resultados de exames com diagnóstico de DST. Para coletar os dados utilizou-se um Instrumento de Coleta de Dados previamente elaborado, solicitando autorização da Secretaria de Saúde do município para a coleta, investigando-se os registros da Unidade, estando a mesma em acordo com a resolução 196/ 96 do Ministério da Saúde (BRASIL, 1996), que diz respeito à pesquisas com humanos. Por fim, os dados foram analisados e dispostos de forma que facilite a compreensão do leitor.

RESULTADOS:
Prevaleceram por faixa etária as freqüências: 15 e 25 anos (41%), 26 a 35 (35%), 36 a 49 (24%), verificando-se uma maior incidência entre os jovens e adultos jovens, diferindo do que afirmam alguns autores, os quais afirmam serem as DST’s mais freqüentes na idade adulta. Em sua maioria as participantes eram solteiras (51%), 10% mantinham relacionamento estável, 31% apresentavam estado civil casada e 8% outras condições, denotando que as mulheres em estado civil instável estão mais susceptíveis a contrair DST’s. 20% não são alfabetizadas, 30% o são, 25% possuem o ensino fundamental completo, 15% incompleto, 5% o ensino médio completo e outros 5% completo. Das DST’s diagnosticadas encontrou-se 10% de diagnóstico de gardinerella, 13% de Herpes, 47% de candidíase, 14% de tricomoníase e 16% de sífilis, havendo ainda associações das doenças com o Papiloma vírus. O que agrava a condição de ocorrência destas doenças é a não utilização de métodos preventivos por 75% das registradas, uma vez que se sabe da considerável diminuição da ocorrência das DST’s quando do uso dos preservativos.

CONCLUSÕES:
Mesmo que em muitos casos a pessoa mantenha um relacionamento estável é importante a conscientização para o uso de métodos preventivos de doenças como as DST’s e AIDS, pois a exemplo desta última o seu grupo de risco hoje é heterossexuais e, em geral estes não se compreendem como vulneráveis. Em se tratando de comunidades pobres, os riscos aumentam ainda mais, há falta de informação, marginalidade e carência de serviços. As mulheres dispõem de um serviço de saúde especial, porém falta-lhes informação e “coragem” de cobrar aos gestores e profissionais que lhe atendem aquilo que é pertinente a si, à sua saúde. A alta incidência das DST’s mostra a deficiência em se trabalhar áreas pobres e abrangentes sem estratégias sistemáticas efetivamente planejadas, que envolvam a conscientização e participação ativa da população.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Prevalência, DST, Mulheres

E-mail para contato: jailson_rodrigues@ig.com.br