60ª Reunião Anual da SBPC




H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 2. Literatura Comparada

COMPARAÇÃO ENTRE PERSONAGENS DA LITERATURA INFANTIL: UMA ANÁLISE MAIS PROFUNDA SOBRE A EMÍLIA DE MONTEIRO LOBATO

Débora Raquel Wanke1
Sueli de Souza Cagneti2

1. UNIVILLE
2. Profa. Dra. - Letras - UNIVILLE - Orientadora


INTRODUÇÃO:
O Projeto de Iniciação Científica – PIBIC - realizado durante o ano de 2007, sob o título Personagens da literatura infantil em confronto: um olhar mais apurado sobre a Emília de Monteiro Lobato , teve como objetivo comprar Emília – personagem brasileira criada por Monteiro Lobato no ano de 1921 – com Pinóquio – personagem italiano criado por Carlo Collodi em 1883 – e Píppi Meialonga – personagem sueca criada por Astrid Lindgren em 1944 -, a fim de mostrar que, embora Emília tenha ficado restrita ao Brasil - ao contrário de Pinóquio e Píppi Meialonga, que são personagens consagrados mundialmente - ela é uma personagem densa e que possui grande riqueza literária.

METODOLOGIA:
Por meio da leitura de textos tanto teóricos como ficcionais, inicialmente foram destacadas as características particulares de cada personagem analisado; e, a partir disso, algumas diferenças e semelhanças entre os três personagens foram percebidas. Dentre essas diferenças e semelhanças, alguns pontos importantes foram aprofundados: a trajetória, o uso da palavra e a família. Além disso, estudou-se o contexto histórico e social em que os personagens foram criados, para um aprofundamento da compreensão do processo de criação de cada um.

RESULTADOS:
Emília era uma boneca de pano feita por Tia Nastácia com retalhos coloridos. Não tinha pai nem mãe, mas pertencia à Narizinho e morava no Sítio do Pica-Pau Amarelo, com outros personagens. Primeiramente não falava e nem andava. Começou a falar depois que tomou uma pílula do Doutor Caramujo. Emília gostava de ouvir e contar histórias, inclusive escreveu suas próprias memórias. A boneca era curiosa e filosofava. Sabia argumentar, convencer através das palavras. Resolvia seus problemas através do uso da palavra e do faz-de-conta. Toda essa trajetória fez com que Emília virasse gente. Pinóquio era um pedaço de madeira já falante que foi transformado numa marionete pelo marceneiro Gepeto, seu pai. Pinóquio era aventureiro e sempre estava longe de casa. Não se interessava pelos estudos. Diante de algum problema, chorava e se lamentava. Adaptou-se ao mundo e as suas regras, por isso a Fada Azul o transformou em menino. Píppi Meialonga era uma menina de nove anos que morava sozinha. Sua mãe morreu quando ela era um bebê e seu pai era um capitão de navio, que após uma tempestade no mar havia desaparecido. A menina não gostava da escola e contava várias mentiras. Não sabia se comportar em nenhum ambiente. Resolvia seus problemas utilizando sua força bruta – era muito forte. Píppi era sempre a mesma e pretendia ser pirata quando crescesse.

CONCLUSÕES:
A comparação pôs em evidência a influência dos contextos histórico e cultural na construção das personagens, e aponta as diferenças e semelhanças desses personagens, particularmente na questão da força literária. Provou-se que Emília, embora não tão bem conhecida, possui densidade e riqueza literária profundas. Além disso, a pesquisa pode ser utilizada como base pelos professores que atualmente estão preocupados com a formação de leitores críticos e nem sempre dispõem de estratégias leitoras que visem uma leitura mais competente. A pesquisa está sendo continuada em 2008 por meio de outro PIBIC, com o olhar voltado para a questão da família e da escola - que são fundamentais para a formação das crianças – e cujo objetivo é observar qual é a visão da literatura infantil sobre a família e a escola e suas influências.

Instituição de fomento: Fundo de Apoio à Pesquisa - FAP

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Literatura Infantil, Literatura Comparada, Leitura

E-mail para contato: drwanke@yahoo.com.br