60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública

ADESÃO À VACINA CONTRA HEPATITE B ENTRE RECÉM-FORMADOS DA ÁREA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA-GO

Sergiane Bisinoto Alves1
Silvana Lima Vieira dos Santos2
Anaclara Ferreira Veiga Tipple3
Larissa Oliveira Rocha1
Adenícia Custódia Silva e Souza4

1. Bolsista de Iniciação Científica. Faculdade de Enfermagem/UFG
2. Mestre em Enfermagem.Universidade Salgado de Oliveira - Goiânia
3. Prof. Dr. Faculdade de Enfermagem/UFG
4. Prof. Dr. Faculdade de Enfermagem/UFG. Orientador


INTRODUÇÃO:
O ambiente hospitalar oferece vários riscos aos profissionais da área de saúde (PAS) associados a suas atividades, sendo o de maior impacto o risco biológico. O vírus da hepatite B (HVB) está entre os patógenos de maior importância quanto ao risco ocupacional. Atualmente, a vacinação contra o HBV é a principal medida de prevenção da hepatite B ocupacional entre os PAS. Embora a imunização dos PAS seja preconizada pelos CDC e pelo Ministério da Saúde do Brasil e esta vacina ser disponibilizada gratuitamente, os mesmos ainda apresentam resistência em aderir a tal medida de prevenção. Em decorrência do impacto que a hepatite B traz para a vida dos indivíduos e instituições de saúde, surgiu a necessidade de darmos continuidade ao estudo de Santos (2005). Tal estudo verificou que 92 (12,2%) estudantes do último ano não haviam recebido nenhuma dose da vacina contra hepatite B, estando, portanto, em situação de risco. Para estes foi oferecida a primeira dose da vacina e, orientados a procurarem uma unidade de saúde para completarem o esquema vacinal. Objetivamos verificar a adesão destes profissionais participantes do estudo de Santos à 2ª e 3ª doses da vacina anti-hepatite B; identificar os motivos da não adesão ao esquema vacinal e a resposta vacinal dos mesmos.

METODOLOGIA:
Estudo realizado com profissionais recém formados da área de saúde do Município de Goiânia-GO que participaram do estudo de Santos (2005), e não haviam sido imunizados contra hepatite B e que receberam a primeira dose da vacina naquela ocasião. Os sujeitos foram contactados e entrevistados via telefone no período de abril de 2006 a junho de 2007 e confirmada a autorização fornecida por meio do consentimento livre e esclarecido. Foi utilizado um roteiro estruturado, com questões que permitiam verificar a adesão ao esquema vacinal e as orientações feitas durante a primeira dose. Após a identificação dos concluintes que receberam a 1ª dose da vacina contra hepatite B, verificamos se foi realizada a vacinação da segunda e terceira doses. Àqueles que tinham concluído o esquema vacinal, verificamos se realizaram o teste anti-HBs e o resultado do mesmo. Para os que não fizeram o exame viabilizamos a sua realização através de uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e o laboratório Rômulo Rocha da Faculdade de Farmácia/ UFG. Os dados foram processados no programa Epi-info, versão 2004 e apresentados em tabelas e analisados por meio de estatística descritiva.

RESULTADOS:
Participaram da amostra 46 PAS, 71,8% dos indivíduos que receberam a primeira dose da vacina oferecida durante o estudo de Santos (2005). Desses, 11 (23,9%) permaneceram apenas com a primeira dose da vacina oferecida à época do estudo e somente 04 (8,7%) completaram o esquema vacinal. Os recém-formados indicaram vários motivos pelos quais não completaram o esquema vacinal, sendo os mais freqüentes: esquecimento referido por 32 profissionais (69,6%) e falta de tempo por 12 (26,1%). Todos os quatro recém-formados que haviam completado o esquema vacinal não realizaram o exame anti-HBs por motivos de esquecimento e desinformação. Entretanto 100% destes aderiram ao exame oferecido durante este estudo. Após a realização dos testes sorológicos 03 (75,0%) dos que se submeteram ao exame haviam produzido resposta satisfatória de anticorpos e estavam protegidos contra a hepatite B, apresentando títulos superiores a 11.0UI/L e 01 (25,0%) apresentou situação indeterminada, sendo orientado a revacinar. Embora este exame não seja oferecido de forma gratuita aos profissionais da área de saúde, consideramos que a sua realização é fundamental para garantir a segurança do trabalhador e dos usuários do sistema de saúde e ainda, orienta a profilaxia pós-exposição ocupacional a material biológico.

CONCLUSÕES:
Verificamos que mesmo após serem estimulados e orientados a realizarem a vacina contra hepatite B durante o estudo de Santos (2005) os recém-formados não aderiram ao esquema vacinal. Os fatores referidos para a não adesão foram o esquecimento e a falta de tempo. Os poucos profissionais que completaram o esquema, não realizaram o exame anti-HBs para verificar resposta vacinal. Entretanto, todos aceitaram fazer o exame quando lhes foram oferecido. Dos quatro sujeitos que realizaram o exame durante este estudo, um apresentou resposta indeterminada em relação à vacinação contra hepatite B. Esses dados confirmam a necessidade da realização do exame anti-HBs para a certificação da resposta vacinal. Consideramos que uma vez que não há adesão dos profissionais a comportamentos de busca para a sua própria saúde, normas e políticas mais eficazes sobre imunoprevenção devem ser estabelecidas tanto, nas Instituições de Ensino, quanto nos Serviços de Assistência à Saúde. Talvez a obrigatoriedade da comprovação da realização das vacinas recomendadas para os profissionais de saúde, como pré-requisito para cursar e trabalhar nestas instituições, fosse uma alternativa viável.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  imunização, hepatite B, exposição ocupacional

E-mail para contato: sergianebisinoto@yahoo.com.br