60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)

AS INSTITUIÇÕES TECNOLÓGICAS E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Leandro Rezende Franco1
Luciene Lima de Assis Pires2

1. CEFET / GO
2. Profª DRª - Coordenação de Cursos de Licenciatura - CEFET/GO - Orientadora


INTRODUÇÃO:
Com as transformações processadas na educação brasileira no início do séc. XXI, dentre as quais a aprovação da LDB 9.394/96, propôs-se um redimensionamento na formação de professores no Brasil, difundiu-se a interdisciplinaridade como nova metodologia responsável por trazer à formação dos professores, instrumentos para formar cidadãos conscientes, com responsabilidades e atitudes sensíveis às questões ambientais. Há na formação de professores mediadores do conhecimento, conforme TRAVASSOS (2004) uma preocupação latente com a mudança de atitude das pessoas em relação ao meio ambiente. Os professores da área de ciências da natureza, meio ambiente, trabalham para a formação de cidadãos conscientes com responsabilidades e atitudes sensíveis a respeito das questões ambientais. Este é o caminho de formação de professores seguido pelas instituições federais de educação tecnológica que sempre primaram pela qualificação de um trabalhador consciente de seu papel na construção de um mundo mais humano. Apresentam-se aqui os resultados parciais de pesquisa em andamento sobre a inserção das instituições tecnológicas na formação de professores no Brasil. Tem-se como princípio compreender a formação de professores no Brasil, com foco na inserção das instituições tecnológicas nesta formação.

METODOLOGIA:
Para a compreensão do objeto “As Instituições Tecnológicas e a Formação de Professores” é preciso, como diz Severino (2001, p. 110), incluí-lo “nas tramas políticas da realidade social”, que se vinculam às questões ligadas ao mundo do trabalho. Entendemos, como diz Shiroma, Campos e Evangelista que “a pesquisa no campo da política educacional não começa pelo estudo minucioso de um determinado documento” (2004, p. 8) e que decisões preliminares precisam ser tomadas sobre o recorte temático a ser feito (idem). A pesquisa iniciou-se em agosto de 2007 e partiu-se de um estudo teórico sobre as políticas educacionais no Brasil e as políticas de formação de professores. Dentre as leituras realizadas configuraram-se como prioritárias: Gramsci (1991); Frigotto (2000); Lima Filho (1999); Pereira (1999); Sguissardi e Silva Júnior (2001). Levantou-se no site do MEC/SETEC o cadastro das instituições e em seguida, iniciou-se o levantamento de dados e informações gerais dos cursos ofertados nas Escolas Agrotécnicas Federais e Centros Federais de Educação Tecnológica. Catalogou-se todas as instituições federais, e realizou-se o levantamento dos cursos em todos os CEFETs e Escolas Agrotécnicas Federais. Utiliza-se como parâmetro para a análise documental a proposta de Bardin (1977)

RESULTADOS:
Em 1997 foi dada nova redação ao Decreto 2.406/1997, via Decreto 3.462/2000, dando aos CEFETs a possibilidade de atuarem também na formação de professor, objetivando a formação de profissionais críticos e sensibilizados com as questões sócio-econômicas, políticas e ambientais. Atualmente, os CEFETs desempenham importante papel numa área de formação que carece de profissionais. Constatou-se das instituições catalogadas, 81 CEFETs e 36 EAFs, um total de 51 cursos de Licenciaturas distribuídos em 20 instituições designadas como CEFETs ou UNEDs, uma vez que não se constatou cursos de licenciatura em nenhuma das EAFs. A oferta das licenciaturas em Matemática e Física aparecem como predominantes, representando juntas 48% das licenciaturas de todos os CEFETs no país . Um dado que eleva a importância destas instituições na área das ciências que possui a maior carência de professores entre todas aquelas das escolas públicas brasileiras. Tais cursos se estendem a várias regiões, entre elas Centro-Oeste, Norte, Sudeste e em destaque a região Nordeste com um total absoluto de 51% dos cursos. O que evidencia o papel dos CEFETs na ampliação de cursos de formação de professores em uma região carente de profissionais habilitados.

CONCLUSÕES:
A formação de professores capazes de atender as novas demandas de conhecimento de uma sociedade que a cada dia se torna mais complexa e continuamente a mercê da evolução e da tecnologia, é uma necessidade que poucos governantes se arriscam ao seu apreço. A carência de professores qualificados na área das exatas é um dos resultados da falta de eficiência política e que as instituições tecnológicas e principalmente os CEFETs buscam sanar. Os CEFETs contribuem no sentido de credibilizar a formação de professores para a melhoria da educação, possibilitando a graduação de docentes num âmbito que, ao contrário do que muitos pensam, busca a inclusão da pesquisa e da extensão no currículo de seus graduandos de licenciaturas, formando professores inseridos num meio tecnológico, de constante mutação – como são os cursos técnicos, que sempre se renovam – possibilitando a formação de um professor além de competente, como confere as metas e objetivos de formação nos CEFETs, também um profissional disposto a se aprimorar continuamente e a trabalhar com a interdisciplinaridade, proposta difundida após a mais recente reforma do ensino brasileiro (LDB 9394), o que infere diretamente nas propostas de educação ambiental dos professores.

Instituição de fomento: PIBIC / CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Formação Docente, Instituições Tecnológicas, Habilitações

E-mail para contato: leandrorezendefranco@yahoo.com.br