60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Hoje no Brasil encontramos uma população significativa de idosos, os quais, cada vez mais, tratados com descaso. Muitas portas se fecham para eles e são excluídos à medida que vão envelhecendo. No decorrer da história a questão do idoso, vem se modificando de acordo com o desenvolvimento das sociedades em geral. O acréscimo da longevidade e as mudanças no mercado de trabalho acarretam em exclusão social do idoso nos dias atuais. Nos últimos tempos vem se falando muito em “Qualidade de Vida” na Terceira Idade, mas assim, definir qualidade de vida é, sem dúvida, de grande importância, pois a mesma depende da concepção de cada pessoa, da forma de vida de cada ser humano. Para tanto, esta pesquisa objetivou analisar a qualidade de vida segundo os próprios idosos, participantes do Centro de Convivência do Idoso do Município de Ji-Paraná/RO; investigar a renda, a escolaridade e demonstrar a intervenção do Serviço Social. Através deste estudo buscaremos sensibilizar as pessoas e instituições de que a população brasileira está envelhecendo, assim é preciso políticas e ações concretas para a melhoria da qualidade de vida dos idosos de hoje e das futuras gerações.

METODOLOGIA:

Como método de procedimento optou-se pelo monográfico. As técnicas utilizadas foram à observação livre no grupo, e entrevistas com questionário semi-estruturado, realizadas no período de março a julho de 2007, sendo as mesmas gravadas, transcritas e analisadas posteriormente. A amostra constitui-se de 20% dos participantes, totalizando 60 idosos de idade entre 60 a 86 anos, sendo a maioria dos participantes da pesquisa do sexo feminino. Para análise dos dados utilizou-se a dialética que explica as contradições da realidade, e nos permitiu uma análise crítica do problema, com ações reflexivas, porque nada é pronto e acabado, tudo está em constante mudança e transformações ao longo do tempo. Assim analisamos os idosos do centro de convivência na sua historicidade e suas mudanças. O que nos permitiu compreender os motivos que levam cada vez mais os idosos a freqüentarem o Centro de Convivência no município de Ji-Paraná /RO e analisar como eles percebem a sua qualidade de vida.

RESULTADOS:

Segundo os próprios idosos, a maioria avalia sua qualidade vida de forma positiva. Muitos relatam que a sua vida passou a ser prazerosa e sua auto-estima melhorou muito, depois que começaram a freqüentar o Centro de Convivência do Idoso. Quanto à renda, os dados coletados indicam que 13.3% não têm renda fixa, 1.7% recebem menos que um salário mínimo e mais da metade dos idosos 65% recebem um salário mínimo, 16.7% recebem de dois a três salários mínimos e 3.3% recebem mais de três salários. O maior número de entrevistados, 63% têm sua renda proveniente da aposentadoria, 13.3% não têm aposentadoria, 8.5% recebem o Benefício de Prestação Continuada - BPC, 8.5% são pensionistas e 6.7% têm sua renda proveniente de seu trabalho. Quanto a escolaridade, entre os entrevistados 31.6% são analfabetos, enquanto que 61.7% têm a escolaridade da primeira à quarta série do ensino fundamental, 5% têm de quinta a oitava série, e 1.7% tem o ensino médio. Observou-se que o Serviço Social, desenvolve várias ações, tais como: dinâmicas, mensagens de auto-estima, escuta da história de vida, que valorizam o idoso através da atenção dada ao mesmo, ou seja, atividades que estimulam o idoso a ser ativo e participante das atividades desenvolvidas pelo Centro de Convivência.

CONCLUSÕES:

Através desta pesquisa, contatou-se que o idoso participante de grupos de convivência, tem maior possibilidade de melhorar sua qualidade de vida e auto-estima. Vários relatos apontam melhorias após freqüentar o grupo, tornaram-se pessoas mais descontraídas, fizeram novas amizades, deixaram de ser aquelas pessoas que não esperavam mais nada da vida. Um outro fator característico do grupo foi baixa escolaridade, sendo que a maioria não chegou a concluir o ensino fundamental. A renda da maior parte dos entrevistados provém da aposentadoria. As ações desenvolvidas pelo Serviço Social são de suma importância, pois motivam os participantes do grupo a manterem-se sujeitos ativos através da interação com os demais, o que melhora a saúde física e mental dos idosos. Grupos de convivência parecem assim, um bom indicativo de melhoria de qualidade de vida e consequentemente uma velhice bem sucedida, neste sentido, é necessário um planejamento em políticas públicas para que todos os idosos possam terem acesso a atividades grupais.

Palavras-chave: Idoso, Qualidade de Vida, Serviço Social

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