60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

LEVANTAMENTO DA GERMINAÇÃO DE PALMITEIRO (EUTERPE EDULIS MARTIUS), EM JUSSARI, BA.

Nicolle Moreira de Almeida1
Augusto Araújo Santos1
Mayana Leandra Souza dos Santos1
Ondina Maria Morais Freire1
Marcelo Schramn Mielke2
Solange França1

1. Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais / UESC
2. Departamento de Ciências Biológicas / UESC


INTRODUÇÃO:
Euterpe edulis Martius (palmiteiro, jussara), constitui-se em uma das espécies com grande potencial produtivo e conservacionista para a exploração sustentável da Mata Atlântica do sul da Bahia, devido ao seu comportamento ombrófilo e à importância econômica do seu produto, o palmito. É uma palmeira com estratégia de regeneração do tipo banco de plântulas, com distribuição espacial agrupada próximo das plantas parentais. Este banco de plântulas pode ter entre 12 a 20 mil plântulas por hectare (CONTE et al., 2000). É uma espécie esciófila, ou seja, necessita ter seu desenvolvimento à sombra, este aspecto reforça a necessidade de manutenção da cobertura florestal e, conseqüentemente, a conservação da Mata Atlântica como um todo (REIS et al., 2000). O palmiteiro ocupa o estrato médio da floresta, produzindo anualmente grande quantidade de frutos localizados próximo da planta mãe, com boa probabilidade das sementes encontrarem condições de umidade que favorecem a sua germinação devido ao índice pluviométrico nessa região. O presente estudo tem como objetivo avaliar a germinação do palmiteiro em área de cabruca e no interior de um fragmento florestal de Mata Atlântica, em uma área de ocorrência de palmito.

METODOLOGIA:
O estudo foi conduzido na Fazenda Teimoso e Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso (15°12’S, 39°29’W), em Jussari, BA. Segundo classificação de Köppen, o clima varia de úmido a sub-úmido e de seco a sub-úmido. Foram realizados dois experimentos, um em área de cabruca (AC) e outro em uma área de ocorrência de palmito (AP). Em ambos, demarcou-se três blocos de 5 x 15 m, sendo cada bloco com três parcelas de 1 x 15 m, e cada parcela é sub-dividida em três sub-parcelas de 1 x 5 m. No experimento em AC, realizou-se a semeadura do palmito em 17/08/2006, com sementes provenientes da mata. Os tratamentos consistiram da semeadura de quatro ou seis sementes por sub-parcela, totalizando dez sementes por parcela, trinta sementes por bloco. A avaliação do número de sementes germinadas ocorreu em 01/12/2006 (105 dias após semeadura – DAS) e 31/01/2007 (166 DAS). No experimento em AP, a contagem das sementes foi realizada em 17/08/2006. Em 15/11/2006 (90 dias após a primeira avaliação - DAA), realizou-se a contagem de sementes que germinaram. Em AP contou-se o número de sementes por área e posteriormente calculou-se o percentual de germinação nos dois locais de estudo. Com base nestes resultados, determinou-se a média e o desvio padrão do percentual de semente germinada.

RESULTADOS:
Em avaliação realizada na AC (105 DAS), a média de germinação das sementes de palmito foi de 33,3% (±12%). Aos 166 DAS, esse percentual foi de 46,7% (±6,7%). Na AP (90 DAA), a média de germinação foi de 23,7% (±42,8). O percentual de germinação foi relativamente baixo, mas segundo Bovi et al. (1992) as sementes de palmiteiro freqüentemente, têm dificuldades para germinar, ou sua germinação é lenta e desuniforme. Para Carvalho (1994), sementes viáveis iniciaram o processo germinativo em média aos 170 dias após a semeadura. Em trabalho realizado por Bovi et al. (1992), a emergência foi observada a partir do quinto mês de semeadura.

CONCLUSÕES:
O maior percentual de germinação das sementes de palmito ocorreu em área de cabruca em relação à área no interior de um fragmento florestal de Mata Atlântica, de ocorrência natural de palmito.

Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB e UESC

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  palmito, cabruca, Mata Atlântica

E-mail para contato: collealmeida@yahoo.com.br