60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 2. Geografia Regional

EXPANSÃO URBANA E IMPACTOS AMBIENTAIS EM VITÓRIA DA CONQUISTA - BA.

João Phelipe Santiago1
Núbia Oliveira Almeida2
Karla Fernandes Santos Ferreira3

1. Prof. Dr. Departamento de Geografia - UESB
2. Pós-Graduanda em Análise do Espaço Geográfico-Departamento de Geografia – UESB
3. Graduanda em Geografia-Departamento de Geografia – UESB


INTRODUÇÃO:
Esta pesquisa discute e analisa a Questão da Expansão Urbana de Vitória da Conquista e os Impactos Ambientais. Parte-se do reconhecimento da complexidade dos processos de impacto ambiental urbano, como multidimencionalidade dos processos de impacto ambiental conexo a interdisciplinaridade como prática de pesquisa. O ambiente urbano é entendido como uma resultante social, historicamente construído. Operada num processo de iteração contínua entre a sociedade, sua historicidade e o espaço físico - lugar, background, solo no sentido amplo, recurso natural - meio onde a vida é possível. O campo teórico desta reflexão envolve a Geografia e a Geomorfologia Aplicada à Gestão Urbana, e a Ecologia Política; pressupondo a indissociabilidade entre a natureza e sociedade. Visa articular num modelo coerente às análises dos processos naturais e sociais (na dimensão econômica, política e cultural). O objetivo principal se insere nas dialéticas das mudanças sociais e ambientais; razão formuladora de uma nova abordagem sobre a formação do espaço geográfico conquistense, correlacionado a evolução da malha urbana e o impacto ambiental. Cuja relevância se deve a crescente demanda provocada neste século pela sociedade e gestão local de estudos que problematizem tais questões.

METODOLOGIA:
Articulamos o conhecimento através de uma teorização abarcando o Espaço Vivido e Vital com a Teoria geral dos Sistemas convergindo para uma Ecologia Política Urbana. Efetuamos pesquisa de gabinete através de revisão bibliográfica de dissertações de doutorado, mestrado e monografias de graduação e especialização, e demais obras sobre a temática urbana local. Realizou-se trabalhos de Campo decorrentes dos cursos ministrados como professor há 20 anos na UESB e como discentes de graduação; além de pesquisas de campo específicas objetivando colher dados em loco nas áreas periféricas da população de baixa renda, através de fotografias e vídeos das áreas de impacto no período de maior precipitação, interferindo no potencial erosivo das enxurradas, momento em que ocorre uma grande mudança na circulação dos transportes e dos habitantes da cidade. Foram realizadas inferências sobre o nível de cultura/educação/consumo quanto a qualidade de vida da população. Colhemos dados na base estatística da SEI, IBGE, INPE. O cálculo da área urbana se baseia na Base cartográfica CAR e software MapViewer 7.2. Nesta análise foram considerados os limites de cada bairro estabelecidos pelo Plano Diretor Urbano, levando em conta os seus vazios urbanos e futuras áreas da expansão urbana.

RESULTADOS:
Os fatores geográficos influenciaram desde suas origens o direcionamento do crescimento da malha urbana. A estrutura agrária pecuarista-cafeicultora aliada a vocação comercial e mais recentemente industrial, determinam a dinâmica do complexo sistema urbano. A taxa de crescimento urbano maior é na vertente S da Serra do Peri-Peri; onde está encravado o Poço Escuro, única reserva preservada. Esta serra se estende por 12 km no sentido E-W margeando toda a cidade. É o fundamental divisor de águas, deste Planalto, entre a bacia do rio Pardo e do rio de Contas. Estendendo-se por 12km no sentido E-W, esta serra recebeu com maior intensidade a ação dos impactos urbanos até 1999, quando foi decretada a criação do Parque da Serra do Peri-Peri. A produção do espaço urbano-regional explica a diversidade dos impactos. Revelando a complexidade do sistema urbano quanto a uma tipologia dos problemas ligados a: erosão dos solos, desmatamento, mineração, poluição, circulação do trânsito, higiene, saneamento, saúde, engenharia das construções, gestão, educação, consumo e qualidade de vida, inclusão social. Identifica-se 5 vetores de crescimento, polarizados pelas principais conexões com a rede rodoviária nacional e estadual: N-S (BR116) – SE-O (BR415), L (BA265), numa área urbana de 339Km2.

CONCLUSÕES:
Esta cidade está inserida num planalto, com tipo de modelado, classificado como pediplano retocado inumado e degradado inumado, com altitudes que oscilam entre 850m e 1150 m, e declividade predominante de 0 a 6%, com aspectos de dissecação muito fraca. A maior parte da drenagem é temporária, só o rio verruga é permanente. A estrutura produtiva associada ao uso do solo urbano são as variáveis fundamentais no entendimento dos processos conseqüentes aos problemas ambientais (ecológicos e sociais). O cerne da problemática está ligado ao modo de vida historicamente subjugado ao sistema de valores sócio-político-cultural dominante, associado com o sistema de mercado operante das formas de apropriação e construção do território. A produção do espaço urbano e regional se engendra em conformidade com a rede de circulação e comunicação hierarquicamente estabelecida, se situando na zona oeste da cidade a maioria dos bairros populares perfazendo mais de 50% da população urbana. 90% desses bairros surgiram a partir dos anos 70 do século passado. Sua situação geográfica de entroncamento, gera novas problemáticas de impacto em todas as direções de seu crescimento, como nas depressões correspondentes a Lagoa das Bateias, a Lagoa das Flores, a Lagoa do Jurema, e ao longo do vale do Rio Verruga.



Palavras-chave:  Questão Urbana, Impactos Ambientais, Vitória da Conquista

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