60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

A crescente urbanização e seus impactos ambientais conseqüentes afetam diretamente a qualidade de vida das pessoas e o ambiente natural adjacente. Em áreas costeiras os problemas ambientais desencadeados pela pressão da população são evidenciados pela intensa ocupação das áreas alagáveis, tais como manguezais, a colocação de lixo e esgotos sobre essas áreas, alteração e impermeabilização do solo oriundo de construção asfáltica. O município de Raposa-MA vem experimentando um crescente fluxo migratório das populações humanas, com reflexos consideráveis, no processo de ocupação desordenada a que vem sendo submetido à maioria dos litorais, levando a população a ocupar desordenadamente o espaço territorial, na forma de ocupação espontânea, o que implica em problemas de ordem ambiental, promovendo a degradação de áreas naturais. O presente trabalho tem como objetivo diagnosticar os impactos ambientais que ocorrem na área costeira do município da Raposa, Maranhão. Contribuindo com dados para subsidiar projetos na gestão integrada da área costeira da Raposa, analisando alternativas de uso e ocupação do solo assim como medidas de conservação em prol do desenvolvimento urbano e proteção dos recursos naturais na área

METODOLOGIA:

A análise dos efeitos do uso e ocupação do solo nas áreas delimitadas para esse estudo não reflete um campo de investigação simples. Para o desenvolvimento da pesquisa, foi construído um banco de dados da área de estudo contendo a base de dados georreferenciados, gerado a partir dos planos de informação referentes ao uso e ocupação do solo. A metodologia aplicada se fundamentou na pesquisa bibliográfica, realizada em órgãos como o IBGE para uma análise do aspecto socioambiental da região. Foi feito um registro fotográfico da área de estudo e aquisição de imagem de satélite do sensor TM do satélite LANDSAT 5 de órbita/ponto 220/062 que foi trabalhada em processamento digital em sistemas de informação geográfica através do programa SPRING versão 4.3.3, que deu origem ao mapa de unidades de paisagem da área de estudo.

RESULTADOS:

O município de Raposa tem uma área territorial de 65 Km2, com uma população de 24.201 habitantes em 2007, sendo sua densidade demográfica de 0,37hab/Km2 (IBGE, 2007). A população de Raposa tem a base de sua economia voltada para o setor primário, em atividades como agricultura, pecuária e principalmente a pesca. A atividade pesqueira destaca-se no município, em 2002, segundo o Boletim de Pesca Marítima e Estuarina do Nordeste do Brasil, a produção de Raposa – MA foi de 3.066,8 t de pescado, representando a maior produção do Estado, respondendo por 9,9% da produção total. Com relação ao saneamento básico segundo o último Censo Demográfico do IBGE no ano de 2000, o município carece de uma rede de esgoto, pois somente uma pequena porcentagem representada por 0,3% é atendida. As Unidades de Paisagem encontradas na área de estudo foram: Mangue, Areia, Área antropizada, Mata secundária e Restinga. Merece destaque a área antropizada, pois está inserida nos Solos Indiscriminados de Mangue e geomorfologicamente nos Tabuleiros Costeiros, sua ação vêm apresentando elevado grau de degradação ambiental no município, principalmente ao mangue. As palafitas predominam na paisagem de mangue, apicum e áreas de praia, o que contribui para a poluição do ecossistema da área em estudo e influi negativamente na qualidade da saúde pública, dado o fato das habitações não oferecerem condições salubres. Essas construções não contam com nenhum sistema de coleta de dejetos humanos e estes são lançados in natura no ambiente.

CONCLUSÕES:

A área em estudo apresenta uma ampla variedade de recursos naturais costeiros que não é propícia ao uso residencial, requerendo cuidados especiais para ocupação, fator que não é respeitado, sendo que a mesma encontra-se, em boa parte, tomada pelo uso urbano desordenado. De um modo geral, nota-se que a ocupação desordenada dos espaços e os impactos ambientais negativos na região costeira do município de Raposa (MA) estão atrelados a fatores como: desordenado crescimento, carência de serviços públicos, como serviços básicos de saneamento; falta de zelo pelo patrimônio ambiental. Como forma de contribuição para a sustentabilidade da área objeto de estudo é importante destacar: a avaliação sistemática dos impactos sócio-ambientais integrados do processo de desenvolvimento no espaço de planejamento; um plano de monitoramento nas áreas de mangue e áreas de praias com a finalidade de controlar a degradação já existente. Com esta análise, ressalta-se a necessidade de serem tomadas medidas visando à implementação de ações corretivas e principalmente preventivas a riscos naturais por parte dos órgãos competentes

Palavras-chave: Uso e ocupação do solo, Ambientes Costeiros, Impactos ambientais.

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