60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental

ESTUDO QUÍMICO-AMBIENTAL DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DE AQÜÍFEROS COSTEIROS AMAZÔNICOS (SÃO CAETANO DE ODIVELAS, PA)

Selma Solange Monteiro Santos2
Talita Salomão de Oliveira2
Marília das Graças Mesquita da Silva2
Davis Castro dos Santos1
Edison Almeida Rodrigues3
Waterloo Napoleão de Lima4

1. Departamento de Ciências Naturais - UEPA
2. Departamento de Engenharia Ambiental - UEPA
3. Departamento de Química - CEFET(PA)
4. Prof. Dr. Departamento de Engenharia Ambiental - UEPA - Orientador


INTRODUÇÃO:
Ambientes característicos de zonas litorâneas, os manguezais da mesorregião Nordeste do Pará representam importante fonte de recursos naturais e subsistência para comunidades tradicionais. Ali se pratica captura artesanal do pescado – peixes, crustáceos, moluscos. Em geral, tais comunidades habitam moradias precárias, utilizando água de baixa qualidade para consumo humano. Utilizam, para tanto, poços rasos, localizados às proximidades de manguezais, sujeitos à intrusão salina e influências antrópicas. No período chuvoso, bebem água salobra, de elevada turbidez e conteúdo de matéria orgânica; na estiagem, a água torna-se ainda mais salobra, o que leva à ocorrência de problemas de saúde, tais como verminoses, diarréias, hepatite. Este trabalho enfoca situações observadas em áreas de comunidades carentes, no município de São Caetano de Odivelas, na citada mesorregião.

METODOLOGIA:
Foram considerados parâmetros ambientais físico-químicos capazes de oferecer subsídios necessários à avaliação de intrusão salina e influências antrópicas, tais como pH, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos (STD), cloreto e nitrato. Cobrindo-se dois períodos sazonais contrastantes e coletando-se amostras de poço tubulares rasos (profundidades variando de 8m a 50m).

RESULTADOS:
Registrou-se intervalos de pH de 4,15 a 5,8, condutividade de 14,3 a 503 µS cm-1, STD de 8 a 289 mg L-1, cloreto de abaixo de 1 a 95,5 mg L-1 e nitrato de abaixo de 1 a 17,3 mg L-1 durante o período chuvoso; na estiagem, os valores de pH estenderam-se de 4,27 a 6,8, a condutividade de 16,80 a 760 µS cm-1, STD de 9,4 a 438,5 mg L-1, cloreto de 0,28 a 221 mg L-1 e nitrato de abaixo de 0,1 a 61 mg L-1. Os resultados mostram coerência; enquanto a influência de águas salobras manifesta-se nos valores de pH, às proximidades de 7 e de condutividade elétrica em torno e acima de 100 µS cm-1, em conformidade com as concentrações de íons cloreto, por sua vez, a influência antrópica se faz notar pela ocorrência de notáveis concentrações de íons nitrato nessas águas subterrâneas.

CONCLUSÕES:
Deste modo, configura-se um quadro químico-ambiental bastante elucidativo das condições naturais e antrópicas desses aqüíferos costeiros, caracterizando, de modo inequívoco, a intrusão de águas salobras, bem como a influência relacionada com a ocupação indisciplinada do meio físico. Por outro lado, são evidentes os indicativos das potencialidades de aqüíferos livres regionais, não-contaminados, em áreas de topografia mais elevada.

Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  intrusão salina, manguezais, águas subterrâneas

E-mail para contato: selmaambiental@yahoo.com.br