60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Gestão e Administração - 8. Economias Agrária e dos Recursos Naturais

AS APRENDIZAGENS E RESULTADOS DECORRENTES DE UMA REDE DE COOPERAÇÃO: O CASO DA REDE INTEGRAÇÃO SOCIAL

Marlise Costa Beber1
Enise Barth Teixeira1

1. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul


INTRODUÇÃO:
A atual sociedade denominada era da informação ou sociedade em rede, do conhecimento, aprendente, pós-industrial e pós-capitalista (DRUCKER, 1999; ASSMANN, 1998; CASTELLS, 1999), entre outras denominações, apresenta diversos desafios gerenciais no que concerne à permanência das organizações no mundo dos negócios. As organizações contemporâneas vem se estruturando em novos arranjos organizacionais, dentre eles as Redes de Cooperação, para garantir sua sustentabilidade diante dos imperativos da eficácia: competitividade, globalização e flexibilidade. O objetivo geral deste estudo é identificar e compreender as aprendizagens decorrentes do processo de formação de uma rede de cooperação entre organizações sociais. Este estudo contribui para a elaboração de uma análise dos processos de aprendizagem nas organizações sociais que constituíram uma rede de cooperação, cujo objetivo das ações conjuntas é a busca de melhor desempenho e, por conseguinte, da sua competitividade, sobretudo, quando observada a conjuntura atual, na qual as organizações precisam continuamente aprender e mudar tornando-se mais eficazes. A originalidade deste estudo consiste em aprofundar a questão da aprendizagem organizacional numa rede de cooperação de organizações sociais em processo de formação.

METODOLOGIA:
No que concerne a abordagem da pesquisa é predominantemente qualitativa. Quanto aos objetivos classifica-se como exploratória e descritiva e em termos de procedimentos metodológicos são empregados as pesquisas bibliográfica, documental e de campo. Esta investigação pode ser considerada como um estudo de caso, pois tem como base a Rede Integração Social. A observação não participante e a entrevista foram as duas técnicas utilizadas para a coleta de dados. A observação não participante deu-se mediante a freqüência as reuniões periódicas e os eventos da Rede, permitindo vivenciar a dinâmica organizacional e gerencial das organizações que compõem a rede, bem como a própria rede. As entrevistas foram realizadas com a supervisora, a consultora, a presidente da rede e com os associados. Os dados coletados empiricamente foram agrupados pelas semelhanças e determinaram-se as seguintes categorias de análise: razões da participação na rede, formas de aprendizado, fatores facilitadores e dificultadores na participação da rede e resultados decorrentes do processo de cooperação.

RESULTADOS:
A partir dos levantamentos teóricos e empíricos é possível constatar que: os motivos para participação na rede concentram-se em atender os objetivos das entidades, e conseguir maior força por meio do compartilhamento de informações e conhecimentos. As aprendizagens ocorrem na rede de forma sistemática e continua a cada evento todo grupo está em aprendizado, cada membro oferece sua contribuição, passando conhecimentos individuais ao grupo. Este aspecto confere com o que Senge (1999) propõe ao descrever as cinco disciplinas e com o que Garvin (1993) classifica aprendizado pela experiência de terceiros, compartilhamento de informações. A aprendizagem organizacional ocorre sob certas condições ou circunstâncias, absolutamente exclusivas, o que é o caso da rede, como sugerem DiBella e Neves (1999), na perspectiva normativa. No mesmo sentido, Nonaka e Takeuchi (1997) consideram que as aprendizagens iniciam individuais e vão sendo integradas e compartilhadas pelo grupo tornando-se rotinas e são institucionalizadas na organização.

CONCLUSÕES:
Em qualquer situação de mudança surgem desafios, oportunidades e limites, contudo são momentos que requerem uma postura de reflexão, avaliação crítica, abertura para o novo e diferente, e mesmo que sejam encontradas adversidades, inclusive estas servem como oportunidades de aprendizagem e de crescimento sejam nos níveis individual, grupal e organizacional. Cabe então, aos cooperados da rede perceber a importância de atuar coletivamente, buscando superar os desafios inerentes ao processo de trabalho em grupo que enriquece sobremaneira o aprendizado. A organização destas entidades em rede de cooperação possibilitou entre outros aspectos maior visibilidade e confiabilidade social destas em sua comunidade, bem como o aprimoramento da gestão e visão estratégica diante do atual contexto socioeconômico. Na medida em que as entidades explicitam seus processos e práticas de gestão, emergem discussões relativas aos problemas e possíveis soluções, propiciando novas ações pautadas em experiências de terceiros bem sucedidas. Desta forma, uma entidade pode contribuir com a outra, com troca de experiências e na resolução de dificuldades.

Instituição de fomento: CNPq e Unijuí

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Aprendizagem Organizacional, Redes de Cooperação, Alternativas Organizacionais

E-mail para contato: marlise.beber@unijui.edu.br