60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 7. Meteorologia

ANÁLISE DO BALANÇO DE ENERGIA EM UM SÍTIO EXPERIMENTAL DA RPPN SESC-PANTANAL - MT

Diego Pereira Enoré1
Marcelo Sacardi Biudes1, 2
José de Souza Nogueira1, 3

1. Grupo de Pesquisa em Física Ambiental - Departamento de Física/UFMT
2. Prof. Dr. /Co-Orientador
3. Dr. /Orientador


INTRODUÇÃO:
A radiação solar exerce um importante papel nos processos bio-geoquímicos da Terra. Segundo Filho (2006), o comportamento do balanço de energia e da partição de energia nos ecossistemas, bem como a quantificação do balanço de energia é de grande interesse para melhor caracterizar a interação entre a floresta e a atmosfera. Com base no princípio de conservação da energia, os fluxos de energia são assim divididos: fluxo de calor latente, responsável pelo processo de evapotranspiração; fluxo de calor sensível, responsável pelo aquecimento do ar, fluxo de calor no solo, responsável pelo aquecimento do solo; e radiação fotossintética, responsável pelo processo de fotossíntese. Esses fatores quando somados resultam no saldo de radiação. Em um sistema termodinâmico aberto, como é o caso de uma região de floresta, existe uma intima relação entre os fatores climáticos e a vegetação que pode ser caracterizado como um estado de equilíbrio dinâmico, este e outros fatores são determinantes para permanência da floresta na região. Sendo assim, este trabalho tem o objetivo de analisar os fluxos de energia em uma floresta de cambarazal em um sítio experimental da RPPN SESC-Pantanal utilizando o método da razão de Bowen.

METODOLOGIA:
O estudo é conduzido em uma torre micrometeorológica de 32 m de altura no sítio experimental da RPPN SESC-Pantanal no município de Barão de Melgaço, Mato Grosso, Brasil, e coordenadas geográficas 16º39’50’’ de latitude sul e 55°47’50’’ de longitude oeste e altitude de 120 m acima do nível do mar. As medições são conduzidas em uma área de cambarazal com copa fechada de 29 m de altura. Na torre, encontra-se instalado um sistema de aquisição de dados destinados à medição do microclima da floresta de cambarazal. Este sistema é composto de um saldo radiômetro (Net Radiometer, Kipp & Zonen Delft, Inc., Holland), três transdutores de temperatura e umidade relativa do ar (HMP 45 C, Vaisala, Inc., Helsinki, Finland), três termopares do tipo T para medir a temperatura do solo. Os dados produzidos por pulsos elétricos dos transdutores são processados e armazenados em um datalogger (CR10-X, Campbell Scientific, Inc., Ogden, Utah), com médias de 15 minutos. Os dados foram considerados entre os meses de dezembro de 2006 e novembro de 2007, sendo subdivido em: Período Seco, de junho a agosto; Período Intermediário Seco-Chuvoso, de setembro a novembro; Período Chuvoso, de dezembro a fevereiro; e Período Intermediário Chuvoso-Seco, de março a maio.

RESULTADOS:
Comparando as médias periódicas constata-se que o saldo de radiação teve variações significativas durante os períodos considerados. Os máximos e mínimos encontrados foram de 614 W.m-2 para o período chuvoso e 446 W.m-2 para o período seco. Arruda et. al. (2004) encontrou valores próximos para uma região localizada no sul da Amazônia, em que o saldo de radiação oscilou muito durante alguns períodos. As curvas dos fluxos de calor latente foram muito próximas as curvas do saldo de radiação. Por ser uma região com períodos muito grande de chuva foi esperado que os fluxos de calor latente fossem de fato próximas as do saldo de radiação. Os maiores picos encontrados foram registrado durante o período chuvoso e intermediário chuvoso-seco, com valores de 538 W.m-2 e 503 W.m-2, respectivamente. Como o fluxo de calor no solo corresponde a uma pequena parcela do saldo de radiação, a curva do mesmo é praticamente desprezível em situações de floresta, em que a copa das árvores dificulta a incidência de energia no solo, porém outros fatores devem ser levados em conta. Para os fluxos de calor sensível não foram observadas variações significativas durante o período. Por ser uma região alagada, grande parte do saldo de radiação é destinada a evapotranspiração.

CONCLUSÕES:
Comparando-se os resultados dos fluxos de energia com algumas literaturas, pode-se perceber que houve diferença nos resultados. Como esperado, o fluxo de latente teve valores próximos ao do saldo de radiação. Os fluxos de calor sensível tiveram baixos valores se comparado com o fluxo de calor latente. Porém, nos períodos em que o fluxo de calor sensível deveria apresentar resultados muito superiores que no período chuvoso não se pôde perceber constatar de fato esse hipótese. O fluxo de calor não apresentou valores significativos.

Instituição de fomento: CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Balanço de Energia, Razão de Bowen, Partição de Energia

E-mail para contato: diegoenore@hotmail.com