60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana

OCUPAÇÃO URBANA COMO FORMA DE LUTA E ACESSO À MORADIA: O CASO DO “RESIDENCIAL JOÃO ALBERTO”

Thayse Cipriano de Almeida1
Dácia Naiana Moreira Abreu1
Jaciene Pereira1
Juarez Soares Diniz2

1. Universidade Federal do Maranhão - UFMA
2. Prof. Dr. - Departamento de Geociências - UFMA - Orientador


INTRODUÇÃO:
A apropriação do espaço geográfico é uma atividade que o homem pratica devido a sua eterna procura de um local onde possa desenvolver-se progressivamente e de forma a suprir as suas necessidades de sobrevivência. O crescimento urbano desordenado começou a ser o responsável pela geração de inúmeros problemas, indo desde aqueles voltados para a vida social das pessoas (desemprego, falta de infra-estrutura para as moradias), como aqueles que influenciam diretamente na saúde desses indivíduos (poluição seja ela ambiental e /ou sonora, falta de saneamento básico). Em São Luís, a cidade cresceu em grande parte influenciada pelo processo de industrialização ocorrido especialmente no período da década de 1970, fazendo surgir em seu espaço geográfico, inúmeros bairros, sendo que, grande parte desses bairros são frutos de ocupações realizadas por pessoas que vieram à ilha ou que mesmo já nela residiam e que não tiveram suas expectativas supridas pela cidade. A presente pesquisa visa entender o processo de formação do Residencial João Alberto, desde o início de sua construção aos dias atuais, procurando evidenciar a luta diária pela moradia que é travada por aqueles aos quais passaram a residir nessa localidade da cidade de São Luís.

METODOLOGIA:
Para a concretização deste trabalho buscou-se utilizar, de forma predominante o método fenomenológico centrado em entrevistas e observações de campo, pautando-se ainda sob uma postura qualitativa de análise e interpretação, baseada em obras referentes a temática aqui trabalhada. Além de procurar desenvolver um raciocínio fundamentado em uma compreensão coerente e confiável sobre a temática em estudo, isso sob a égide de vários teóricos do assunto, para assim, chegar-se a uma formulação final.

RESULTADOS:
O residencial possui 4 anos, sendo sua data de criação o dia 04 de agosto de 2003. Desde a sua criação, o local estar contando com cerca de 400 famílias e mais de 2000 moradores. Conforme a ocupação foi se firmando, cada vez mais pessoas foram construindo suas casas na localidade. Mas como o local carece de infra-estrutura e de um planejamento, as residências foram empilhado-se uma sobre as outras. Para a grande maioria das pessoas que ali moram, o surgimento do Residencial João Alberto de Souza foi a melhor coisa que lhes podia ter acontecido, pois foi através dessa ocupação que eles conseguiram de forma concreta ter uma moradia, mesmo a localidade não lhes oferecendo as devidas condições de sobrevivência, pois não existe uma distribuição de terreno que seja feita de maneira ordenada; não possuem uma estrutura que assegure a segurança das pessoas, visto que várias residências estão próximas a áreas de deslizamento, ou mesmo a sua qualidade de saúde, pois o local carece de saneamento básico e boa parte da população que compõe o bairro não recebe nem sequer um salário mínimo. Há hoje a vontade de se fazer um clube de mães para se tentar resolver alguns dos vários problemas existentes no local, bem como estar fornecendo cursos de aperfeiçoamento para o s moradores.

CONCLUSÕES:
A construção das sociedades foi estabelecida através da luta de seus indivíduos pelo direito a uma cidade partir de uma habitação digna. A ocupação é um ato que aliado à luta, existem para tentar amenizar o problema da falta de moradia que assola o país inteiro. O ato de ocupar é um direito que o cidadão tem de estar atrás de seus direitos, que muitas vezes são deixados de lado pelo fato do individuo não pertencer à determinada classe social mais favorecida pela sociedade capitalista. O Residencial João Alberto de Souza é uma área de ocupação bem recente e que apresenta falta de serviços públicos de qualidade. O residencial abriga trabalhadores que vendem sua força de trabalho, ou que através de atividades autônomas, conseguem rendimentos baixos para o seu sustento e de sua família, sem falar que estes acabam por ficar fora do mercado de trabalho, pois não conseguem qualificar-se como o atual mercado está exigindo, sendo também marcado pelo descaso do poder público. Os problemas enfrentados por essas pessoas estão no âmbito sócio-econômico e político, daí a necessidade de projetos de políticas públicas para se tentar sanar os problemas que esses cidadãos enfrentam em seu cotidiano, buscando dessa forma assegurar-lhes o direito ao trabalho, a moradia e à dignidade humana.

Instituição de fomento: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica PIBIC/CNPq – UFMA

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Ocupação urbana, Luta, Residencial João Alberto

E-mail para contato: thaysecipriano@gmail.com