60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva

EFEITOS DE DIFERENTES INTERVALOS DE RECUPERAÇÃO ENTRE SÉRIES DE EXERCÍCIO RESISTIDO NA FREQÜÊNCIA CARDÍACA DO PÓS-EXERCÍCIO

André Otavio Peres Protzek1
João Veloso1
Debora Flores1
Aline Sayuri1
Martim Bottaro1

1. Universidade de Brasília


INTRODUÇÃO:
A freqüência cardíaca (FC), número de batimentos cardíacos realizados em um minuto é considerado um importante marcador para controlar a intensidade do exercício (Leite e Farinatti, 2003) e utilizado por vários autores como indicador não-invasivo da sobrecarga cardiovascular no exercício (Veloso e Farinatti, 2003). Romero et al. (2005) investigou os efeitos de diferentes ordens de exercícios resistidos na FC do pós-exercício. Entretanto, até esta data, os efeitos de diferentes intervalos de recuperação na FC do pós-exercício ainda não foram investigados. Portanto, o objetivo do estudo foi analisar o efeito de dois diferentes intervalos de recuperação entre séries de uma sessão tradicional de TR na freqüência cardíaca (FC) do pós-exercício em homens universitários.

METODOLOGIA:
Doze homens jovens (24,1 ± 3,6) ativos saudáveis participaram dos protocolos do estudo. Em três ocasiões distintas, os sujeitos foram divididos em uma ordem contrabalanceada para uma sessão de TR com os protocolos de 60 (P60) ou 120 (P120) segundos de intervalo de recuperação entre as séries e uma sessão controle (PC). A sessão de TR consistiu em cinco exercícios compostos de 3 séries de oito repetições utilizando uma carga de dez repetições máximas (10RM). Para coleta da FC foi utilizado o freqüencímetro da Polar modelo FS2 (Finlândia), e coletada nos seguintes momentos: 1) repouso (T0); 2) 10 minutos após a sessão (T10); 3) 20 minutos após a sessão (T20); 4) 30 minutos após a sessão (T30); 5) 40 minutos após a sessão (T40); 6) 50 minutos após a sessão (T50) e 7) 60 minutos após a sessão (T60). Foi realizada uma análise de variância de medidas repetidas de 3 x 7 [protocolos (P60, P120, CP) x tempo (T0, T10, T20, T30, T40, T50, T60)] com o procedimento LSD post-hoc para todas as medidas de FC. O nível de significância estatística foi de p< 0,01 em todas as comparações.

RESULTADOS:
Não houve diferença significativa na FC de repouso (T0) entre os grupos P60 (72,5 ± 2,1 Bpm), P120 (68,2 ± 2,94 Bpm), e PC (98,0 ± 1,6 Bpm). Além disso, também não foram encontradas diferenças significativa na FC intragrupo (T0 a T60) no PC. Entretanto, no P60 foi encontrado um aumento significativo da FC (p< 0.01) nas medidas pós-exercício T10 (98,66 ± 2,0 Bpm),, T20 (95,5 ± 2,4 Bpm),, T30 (88,5 ± 2,0 Bpm), e T40 (84,6 ± 3,0 Bpm) quando comparadas com T0. No P120 também foram encontrados aumentos significativos (p< 0,01) na FC nos momentos T10 (95,0 ± 1,7 Bpm), T20 (90,5 ± 2,2 Bpm), T30 (85,1 ± 2,4 Bpm), T40 (79,4 ± 2,4 Bpm), T50 (77,2 ± 2,9 Bpm ; p<0,02) e T60 (78,4 ± 3,1 Bpm). Quando comparado os protocolos (P60 vs P120), não foi encontrada alteração significativa na FC.

CONCLUSÕES:
Os resultados indicam que os protocolos de TR utilizados no presente estudo induziram respostas hemodinâmicas que se refletiram na elevação da FC do pós-exercício por até 40min (p60) e até 60min (P120) de duração. Ao mesmo tempo, a utilização de diferentes intervalos de recuperação parece não influenciar na magnitude da FC elevada do pós-exercício.

Instituição de fomento: CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  exercício resistido, intervalo de recuperação, freqüencia cardíaca

E-mail para contato: andreprotzek@gmail.com