60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

A preocupação com a água, hoje, adquire complexidade na medida que assume aspectos ambientais, econômicos, políticos e sociais envolvidos na sua gestão pública. O problema na criação de suínos reside no volume de dejetos produzido e a sustentabilidade da sua produção. Podem-se avaliar as conseqüências negativas do manejo e disposição inadequados deste resíduo, como a liberação direta em rios e riachos com riscos sanitários e de poluição e os impactos sobre o solo. A falta de um manejo adequado dos resíduos acabando por lançá-los em cursos d’água tem causado desequilíbrios ecológicos em vários países, dentre eles o Brasil. Um dos problemas mais sérios que pode ocorrer com a aplicação de grandes quantidades nas mesmas áreas, é a poluição das águas e do solo, por causa do excesso de fósforo que fica retido no solo, uma vez que as plantas não são capazes de absorver as quantidades aplicadas através dos dejetos. Quanto maiores as quantidades de fósforo acumulado no solo, maiores são os riscos de perdas desse elemento por erosão e lixiviação. Tendo em vista a ocorrência de problemas ambientais advindos do manejo inadequado de dejetos de suínos, aliados à escassez e à baixa qualidade de água, tornou-se objetivo geral desta pesquisa realizar um levantamento sobre a qualidade das águas residuárias em sistemas de produção e de tratamento dos efluentes da suinocultura e o seu reuso no ambiente agrícola.

METODOLOGIA:

Trata-se de uma revisão bibliográfica de pesquisas sobre o manejo e a reutilização de resíduos da suinocultura no Brasil e o seu impacto ambiental.

RESULTADOS:

Os componentes poluentes, em particular dos dejetos de suínos, apresentam-se em concentrações suficientemente altas para constituírem risco de desequilíbrio ecológico, quando manejados inadequadamente. Para que se possa aplicar maiores quantidades de dejetos no solo é preciso diminuir o poder de poluição deles e o tratamento dos dejetos torna-se uma alternativa que vem sendo empregada por diversos produtores de suínos. Os dejetos de suínos podem ser reutilizados como fertilizantes de uma maneira cuidadosa e após o devido tratamento, trazendo grandes vantagens no âmbito da preservação e conservação ambiental, infelizmente a carência de informações, dificuldades de acesso a novas tecnologias, baixa capacidade de investimento por parte dos criadores, limitações de área, propiciam o lançamento indiscriminado de efluentes brutos em lavouras atingindo assim o solo e os corpos d’água. Quando se utiliza dejeto de animais como fonte de adubação, é preciso saber que eles não trazem apenas benefícios, mas também alguns problemas, que serão mais ou menos graves, dependendo de fatores como tipos de dejetos, quantidades aplicadas, número de aplicações, além dos tipos de solos e de plantas. São fatores que o produtor precisa saber para estar utilizando adequadamente os dejetos, a fim de que o uso indiscriminado destes não traga problemas ao meio ambiente e aos próprios trabalhadores.

CONCLUSÕES:

As tecnologias empregadas para o tratamento dos dejetos não são projetadas, construídas nem operadas de maneira adequada. Os parâmetros de projetos empregados são copiados da literatura estrangeira ou adaptados de outros resíduos para a suinocultura. É essencial que haja, por meio dos órgãos públicos competentes, a normatização das concentrações limites destes resíduos a serem aplicados ao solo e/ou reutilizados como fonte de irrigação, para que tais limites possam ser conhecidos e levados em consideração. O problema da gestão dos dejetos de suínos é complexo e não existe, a priori, uma única solução, mas diversas possibilidades apresentam pontos positivos e negativos. As pesquisas desenvolvidas até o momento oferecem resultados motivadores que orientam para a otimização, em campo, desses procedimentos, e de novas alternativas que integrem a produtividade de suínos com a preservação ambiental. Muita atenção deve ser direcionada para ações de prevenção a médio e longo prazo.

Instituição de fomento: CAPES

Palavras-chave: impacto ambiental, resíduos, suinocultura

E-mail para contato: neidi@fcm.unicamp.br