60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 1. Enfermagem de Doenças Contagiosas

GENÓTIPOS DO VÍRUS DA HEPATITE C EM USUÁRIOS DE DROGAS ILÍCITAS EM GOIÂNIA, GOIÁS

Thaís Augusto Marinho1
Carmen Luci Rodrigues Lopes2
Nádia Rúbia Silva Reis3
Ágabo Macedo Costa Silva4
Renata Carneiro Ferreira2
Regina Maria Bringel Martins5

1. Bolsista de Iniciação Científica - FEN-IPTSP/UFG
2. Doutoranda - IPTSP/UFG
3. Professora Substituta de Virologia - IPTSP/UFG
4. Técnico do Laboratório de Virologia - IPTSP/UFG
5. Orientadora - IPTSP/UFG


INTRODUÇÃO:
A infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) representa um importante problema de saúde pública. Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 170 a 200 milhões de pessoas estão infectadas pelo VHC em todo o mundo, sendo que a maioria dos casos (85%) evolui para cronicidade, podendo levar ao desenvolvimento de cirrose e carcinoma hepatocelular. A caracterização dos genótipos e subtipos do VHC pode ter implicações no diagnóstico e tratamento dessa infecção, bem como no desenvolvimento de vacina, além de representarem importantes marcadores epidemiológicos. Os usuários de drogas apresentam risco aumentado de adquirir a infecção pelo VHC. A eficiência da transmissão desse vírus varia entre eles segundo o tipo de droga, via de administração, freqüência e tempo de exposição, compartilhamento de seringas e agulhas, além de práticas sexuais não seguras. No Brasil, ainda são poucas as investigações soroepidemiológicas sobre a infecção pelo VHC em usuários de drogas e, para o nosso conhecimento, não existem estudos nesta população em Goiânia-GO. Este estudo teve como objetivos detectar o RNA-VHC nas amostras anti-VHC reagentes de usuários de drogas não injetáveis e injetáveis em Goiânia-GO e caracterizá-las, identificando-se os genótipos e subtipos do VHC.

METODOLOGIA:
A população deste estudo foi constituída de 422 usuários de drogas injetáveis e não injetáveis, em tratamento em 18 centros de recuperação, na cidade de Goiânia-Goiás. Foram coletados 10 mL de sangue através de punção da veia cubital, os soros foram separados e estocados a -20C até a realização do ensaio sorológico. Os soros foram testados para a detecção de anticorpos para o VHC pelo ensaio imunoenzimático (ELISA) de terceira geração (Abbott, Laboratories). As amostras anti-VHC reagentes foram submetidas à detecção do RNA-VHC pela reação em cadeia da polimerase (PCR), utilizando-se “primers” complementares à região 5’ não codificante do genoma do VHC. As amostras RNA-VHC positivas foram genotipadas pelo método line probe assay (INNO-LiPA, Innogenetics, Bélgica).

RESULTADOS:
De um total de 355 usuários de drogas não injetáveis, 10 (2,8%) foram anti-VHC reagentes, cujas amostras foram submetidas à detecção do RNA viral, sendo o mesmo detectado em 90% (9/10) das amostras testadas. Todas as nove amostras RNA-VHC positivas foram genotipadas. Destas, 88,9% (8/9) eram do genótipo 1 e apenas uma (11,1%) do genótipo 3. Quanto à subtipagem do VHC, 77,8% (7/9) foram do subtipo 1a, uma amostra do subtipo 1b (11,1%) e a outra do subtipo 3a (11,1%). Em relação aos usuários de drogas injetáveis, de um total de 67 amostras, 17 (25,4%) foram anti-VHC reagentes. Destas, 94,1% (16/17) foram positivas para o RNA viral. Das 16 amostras RNA-VHC positivas, 75% (12/16) foram do genótipo 1 e 25% (4/16) do genótipo 3. Dentre as 16 amostras positivas para o RNA viral, 10 (62,5%) foram do subtipo 1a, duas (12,5%) do subtipo 1b e quatro (25%) do subtipo 3a.

CONCLUSÕES:
Os índices de detecção do RNA viral em usuários de drogas injetáveis e não injetáveis anti-VHC reagentes foram elevados em relação aos observados em doadores de sangue, demonstrando assim, serem os mesmos portadores do VHC, provavelmente em função da contínua exposição com re-infecção por esse vírus. A genotipagem do VHC na população de usuários de drogas não injetáveis e injetáveis evidencia o predomínio do genótipo 1, seguido do 3, bem como dos subtipos 1a, 1b e 3a.

Instituição de fomento: CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Vírus da hepatite C, Usuários de drogas, Genótipos

E-mail para contato: enferthais@gmail.com