60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 21. Economia Industrial

ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO E DIVERSIFICAÇÃO NA AGROINDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA DO NORDESTE.

Vitor Rodrigues Pereira1
Francisco José Peixoto Rosário1
Karla Karolyne Barbosa Rocha1
Laryssa Ramos de Holanda1
Patrícia Costa de Oliveira Rodrigues1

1. Universidade Federal de Alagoas


INTRODUÇÃO:
A agroindústria sucroalcooleira atualmente vem vivenciando uma fase de forte crescimento da demanda mundial por seus dois produtos principais: açúcar e álcool. Entretanto é o álcool o produto que apresenta maior potencial competitivo para a indústria devido às questões mundiais concernentes ao aumento dos preços dos combustíveis fósseis e por questões ambientais, vindo acompanhada pela emergência do setor como um produtor de energia e não só de commodities, permitindo tratar as empresas como unidades diversificadas per si que obtém sua eficiência máxima a partir de aumentos de economias de escala em conjunto com economias de escopo. O nível tecnológico adotado pela agroindústria nordestina aproxima-se das unidades de processamento do Centro-Sul, na medida em que a expansão e modernização do setor sucroalcooleiro em curso, tem grande participação de empresários nordestinos deste setor. Desse modo, as inovações implementadas em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, estão sendo transferidas paulatinamente para suas unidades do Nordeste. Estando os grandes grupos do setor sucroalcooleiro nordestino estão entre os maiores do Brasil. Sendo objetivo desse trabalho analisar o processo de crescimento e diversificação da agroindústria sucroalcooleira do Nordeste brasileiro.

METODOLOGIA:
A metodologia desse trabalho é apoiada em três teorias de análise econômica que irão unir elementos as economias de crescimento, diversificação e escopo. A população de usinas no nordeste é de 82 usinas, foram escolhidas três pelo critério de expansão de suas atividades para estados fora da região nordeste, como São Paulo, Minas Gerais, Goias e Mato Grosso. Para executar o objetivo desse trabalho, foram coletados dados a partir de entrevistas e visitas as usinas em questão. Para contextualizar a agroindústria sucroalcooleira no nordeste, foram utilizados dados secundários do Anuário da Agronegócio da Revista Exame, dos Sindicatos do Açúcar e do Álcool de Pernambuco e Alagoas e da União da Indústria Sucroalcooleira (ÚNICA) a partir da década de 90.

RESULTADOS:
A adoção de inovações e o aumento da capacitação tecnológica se configuram como estratégias dominantes para o setor no esforço de aumentar a eficiência produtiva e obter maiores economias de escala e escopo. Mas, a adoção dessas estratégias não ocorre de forma homogênea para todas as empresas do setor. Como as estratégias atuais do setor foram modificadas para focar na redução de custos e aumento da produtividade, a capacitação tecnológica na produção foi orientada para explorar economicamente eficiências oriundas da produção agrícola e dos processos industriais. No nordeste a baixa fertilidade dos solos, o menor volume de chuvas associado às irregularidades das precipitações e a topografia inadequada para mecanização em muitas regiões, acarretam custos de produção mais elevados na atividade canavieira, comparativamente com os da região Centro-Sul. Tendo como maiores produtores de cana-de-açúcar, em termos de área e produção os estados de Alagoas e de Pernambuco. Na safra 2004/2005, estes dois estados somaram conjuntamente 70% da área colhida e 70% da produção da cana-de-açúcar na Região. Entre o ano de 1999 e a safra 2004/2005, a área da cana-de-açúcar colhida no Nordeste cresceu 5%, sendo inferior à taxa média do Brasil, que foi de 14,8%.

CONCLUSÕES:
A mudança estrutural que vem ocorrendo na agroindústria sucroalcooleira nos últimos anos, está redefinindo os condutores de competitividade desse setor. Do ponto de vista das empresas, a pressão competitiva beneficiou as firmas mais produtivas que incorporaram novas tecnologias e profissionalizaram a gestão, isso repercute no aumento sistemático da produtividade industrial e nos sucessivos ganhos de competitividade. O setor sucroalcooleiro nordestino é altamente competitivo no mercado externo. Perde em competitividade para a região Centro-Sul do Brasil, mesmo possuindo um nível tecnológico das unidades de processamento bastante próximo. Num âmbito em que os usineiros que expandiram suas atividades para fora do Nordeste, a lucratividade de seus negócios cresceu, na medida em que os veículos de transporte da cana-de-açúcar, tratores e colhedeiras foram transferidos para o Centro-Sul, no final da safra do Nordeste. Em suma, a estratégia de produção do setor, a partir da introdução de uma série de inovações tecnológicas, se deslocou de uma produção em massa, para a produção focada na eficiência energética, diferenciação do produto e no aumento da escala e escopo de produção, através da intensificação do aproveitamento de subprodutos.

Instituição de fomento: MEC/SESu

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  diversificação, nordeste, sucroalcooleira

E-mail para contato: vitorrpereira@hotmail.com