60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada

MONITORAMENTO AMBIENTAL MICROBIOLÓGICO DE UM LACTÁRIO DA UTI NEONATAL DE UM HOSPITAL EM CAMPINAS, SP

Leila Andrezza Costa Lima1
Rogéria Maria Alves de Almeida1, 2
Karla Regulin1
Gilca Lacerda Saba1

1. Departamento de Microbiologia-METROCAMP
2. Profa. Dra.


INTRODUÇÃO:
Uma das maiores preocupações na área de saúde é a alta incidência de infecção hospitalar ou nasocomial, isto, é infecção adquirida em ambientes hospitalares durante a internação ou após a alta do paciente. Entre os fatores predisponentes dessas infecções estão o próprio doente, os microrganismos determinantes de tais infecções e o meio ambiente hospitalar. Destaca-se ainda, a possibilidade de contaminação através de manipulador de alimentos como agente disseminador de microrganismos, de equipamentos, de utensílios e de alimentos já preparados, se as técnicas de manipulação e higiene não forem adequadas. Deste modo o presente estudo teve por objetivo avaliar as condições higiênico-sanitárias ambientais, através de dados microbiológicas de um lactário da UTI neonatal de um hospital na cidade de Campinas, SP.

METODOLOGIA:
Foram coletadas amostras do ar de ambiente interno (área de preparo) e externo do lactário da UTI neonatal de um hospital localizado em Campinas, SP, a cada quinze dias durante 30 dias. Para coletas de amostras do ar do interior do ambiente, foram estabelecidos 5 pontos de coletas (nas laterais e no centro do estabelecimento). Para coleta do ambiente externo, foram escolhidos 5 pontos ao redor do lactário. Após a escolha dos pontos de coleta, as placas contendo Agar Sabouraud-dextrose para isolamento de bolores de leveduras e agar BHI para isolamento de bactérias, foram colocadas em duplicatas em cada ponto (1,50 m do piso), durante 10 minutos, pela técnica de sedimentação. Em seguida, as placas contendo agar BHI foram incubadas a 37oC por 48 horas, e as placas contendo agar Sabouraud foram incubadas a 250 C e 370C para isolamento de bolores e leveduras. Após a incubação foi feita a contagem do número de colônias por unidade formadora de colônias (UFC/placa). A identificação dos bolores, leveduras Os fungos foram identificados pelas suas características macro e microscópicas e as bactérias foram identificadas pelos métodos usuais de identificação

RESULTADOS:
De acordo com os resultados obtidos da média de 2 coletas do ambiente interno (área de preparo) e externo do lactário da UTI neonatal, observou-se o isolamento de bactérias Gram positivas e Gram negativas pertencentes aos seguintes gêneros: Staphylococcus spp, Corynebacterium spp, Bacillus spp, e Streptococcus spp, e enterobactérias . A contagem média de colônias (UFC/placa) no ambiente interno foram as seguintes: no ponto 1 ( 7 ), ponto 2 ( 7), ponto 3 ( 70), ponto 4 (11), ponto 5 (143), e no ambiente externo no ponto 1 ( 9), ponto 2 ( 6), ponto 3 ( 8), ponto 4 ( 3) e ponto 5 ( 15). Em relação aos bolores e leveduras forma isolados os seguintes bolores e leveduras: Cephalosporium spp, Epicoccum spp, Trichoderma spp, Trichophyton spp, Mycelia sterilia, Malassezia spp e Candida spp. A contagem de colônias (UFC/placa) do ambiente interno foi na seguinte ordem: ponto 1 (22), ponto 2 ( 6), ponto 3 ( 12), ponto 4 ( 11), ponto 5 ( 10), por outro lado no ambiente externo no ponto 1 ( 8), ponto 2 ( 16), ponto 3 ( 10), ponto 4 ( 10), ponto 5 ( 10).

CONCLUSÕES:
Observou-se na área de preparo (ambiente interno) e ambiente externo do lactário a presença de bactérias Gram positivas e negativas, com UFC/placa variando de 7 a 14, com predominância de bactérias Gram positivas, principalmente do gênero Staphylococcus spp. A área de preparo (ambiente interno ) e externo apresentou contaminação por bolores e leveduras com UFC/placa variando de 6 a 22. Os fungos predominantes são fungos anemófilos que podem ser responsáveis por alergias respiratórias ou doenças de pele, assim como leveduras agentes de infecções clínicas diversas. No Brasil não existem parâmetros para limite de contaminação ambiental em hospitais, portanto não há como relacionar o índice de contaminação ambiental com a presença de infecções hospitalares. De acordo com os resultados obtidos observou-se um índice baixo de contaminação por microrganismos em relação à UCF/placa, entretanto houve o isolamento de microrganismos potencialmente patogênicos agentes de infecções hospitalares. Deste modo seria necessário o estabelecimento de normas higiênico-sanitárias que sirvam de parâmetros para eventuais medidas de controle das infecções hospitalares dentro dos lactários .

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Lactário, contaminação ambiental, infecção hospitalar

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