60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação

O RESPEITO À EDUCAÇÃO DA CRIANÇA PEQUENA: UM ESTUDO SOBRE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA CANADENSE – APRENDENDO NO CANADÁ - APLICANDO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

KLONDY LÚCIA DE OLIVEIRA AGRA1

1. Faculdade Interamericana de Porto Velho - UNIRON


INTRODUÇÃO:
O Brasil é um país multicultural com problemas sociais e culturais vários. Embora este multiculturalismo seja objeto de estudos e pesquisas com a meta de integrar e reconhecer as diversas culturas e preservá-las, a sociedade brasileira começa, somente agora, a despertar para o valor da diversidade. O objetivo principal deste estudo e pesquisa foi o de conhecer, analisar, e aprender sobre a Educação Inclusiva Canadense, suas políticas e seu modelo de multiculturalismo para aplicar essa aprendizagem na região amazônica. Antes de deslocar-me ao Canadá, fiz estudos de autores que trabalham com o tema educação multicultural e inclusão (Tara Goldstein, Peter McLaren, Sleeter, McIntosh, entre outros), estudei, traduzi e publiquei alguns artigos, observando as leis multiculturais canadenses e suas aplicações. A partir daí, vi a necessidade de um envolvimento maior e da necessária visita aquele país. Creio na relevância desses estudos à academia e à comunidade a que pertenço, a comunidade amazônica, uma comunidade multicultural que vem perdendo a identidade de vários povos, pela ausência de trabalhos em prol da inclusão. Essa crença se baseia nos resultados apresentados que guiam e fornecem subsídios para a prática da educação multicultural nessa região, discutem a formação de professores para a educação inclusiva e a necessária e urgente intervenção à educação da criança pequena para a obtenção de uma sociedade mais justa, empática e inclusiva.

METODOLOGIA:
O interesse pela educação inclusiva canadense e suas políticas multiculturais surgiu com o estudo, análise e divulgação dos trabalhos de Tara Goldstein, professora da Universidade de Toronto. Seus trabalhos incluem a eqüidade em educação e instrução, instrução em comunidades multilíngües, a educação de adolescentes imigrantes, a crítica etnográfica, educação anti-homofóbica e formação do professor para a educação da criança pequena. Nesses estudos reconheci que o multiculturalismo canadense é bem diverso do multiculturalismo brasileiro, mas que tinha muito a nos ensinar. Procurei, então, conhecer outros autores, entrevistá-los e triangular dados para serem aproveitados no estudo no Canadá. Com a certeza de que o estudo no Canadá seria relevante à inclusão na Amazônia, fiz projeto e segui aquele país. Naquele país, fiz visitas a bibliotecas, a escolas multiculturais, participei de aulas de Prática de Ensino, assisti peças multiculturais, entrevistei outros autores e estudei leis, projetos e programas de inclusão social e cultural, participando de debates e mesas redondas. Com os conhecimentos obtidos, fiz o entrecruzamento dos dados e apresentei resultados.

RESULTADOS:
O presente estudo comprova que o tema Inclusão Social, tão discutido pelas mais variadas mídias brasileiras, é uma tarefa complexa que envolve mais que substituir atitudes negativas sobre raça e cultura por atitudes positivas. É adquirir um amplo conhecimento dessas raças e culturas através de tarefas que envolvem a educação à criança desde sua primeira infância. Uma educação que se volte a objetivos específicos, tais como: o ensino sobre estratificação social e racial; a oportunização à criança da aprendizagem e do reconhecimento de seus próprios preconceitos a fim de combatê-los; o diálogo em sala de aula sobre privilégios da cor da pele e a prática do racismo em suas comunidades; o auxílio a alunos, ainda na infância, a encontrar caminhos para criar identidades raciais positivas. Tais resultados ratificam que a inclusão social é uma tarefa que envolve: ensinar professores brancos que atuam em salas de ensino infantil sobre estratificação racial e raça. (Sleeter, 1999); prover professores com oportunidades para que eles possam aprender e reconhecer as vantagens ou privilégios associados à brancura da pele e como tais privilégios implicam na prática de racismo em suas comunidades (McIntosh, 1999; Olson, 1999); e ajudá-los a encontrar caminhos para criar identidades raciais positivas como professores brancos que atuam na educação infantil (Lawrence & Tatum, 1999).

CONCLUSÕES:
Com esse estudo percebi que muitos conflitos que prejudicam a aprendizagem podem ser solucionados se o professor tiver conhecimentos de seus próprios preconceitos e procurar combatê-los. Para isso, ele deve receber, em sua formação, conhecimentos sobre a organização da sociedade e sobre o relacionamento do ser humano com as várias comunidades das quais faz parte. Então, a partir desses conhecimentos, procurar ter responsabilidade social, com postura e tomada de posição que reconheça e valorize tanto as semelhanças quanto as diferenças como fatores imprescindíveis à educação inclusiva. A Pedagogia Inclusiva não é só uma questão de modernidade, de panfletos ou propagandas televisivas. A Inclusão através da Educação deve ser uma competência político-pedagógica a ser adquirida pelos professores desde a sua formação a aulas para criança. Ensinar crianças a desfazer-se de seus preconceitos, mostrar a criança que cada indivíduo tem sua cultura, suas histórias e seu valor. Cabe ao professor aprender a valorizar para ensinar a valorizar, influenciando de maneira positiva a relação deles próprios e de seus alunos com os outros na escola e na vida cotidiana. Toda cultura cria e reproduz valores e significados. O sujeito só consegue entender e romper determinados padrões quando ele reconhece sua cultura e os valores por ela produzidos e reproduzidos. Um país que procura pela inclusão, deve procurar por uma eficiente educação à criança pequena.



Palavras-chave:  EDUCAÇÃO À CRIANÇA PEQUENA, INCLUSÃO, MULTICULTURALISMO

E-mail para contato: klondy2@gmail.com