60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental

EDUCAÇÃO AMBIENTAL (EA) PARA CRIANÇAS UTILIZANDO O TEATRO DE FANTOCHES

Karina Elaine Pantoja de Carvalho5, 2, 1
Édisa Assunção Corrêa5, 2, 4
Maria Ludetana Araújo5, 4, 3
Ariadne da Costa Peres5, 1, 6, 2

1. Instituto de Ciências Biológicas - ICB/UFPA
2. Grupo de Pesquisas e Estudos em Educação Ambiental - GPEEA
3. Universidade Nacional de Educação à Distância de Madrid
4. Núcleo de Meio Ambiente - NUMA/UFPA
5. Universidade Federal do Pará - UFPA
6. Núcleo Pedagógico de Apoio ao Desenvolvimento Cinentífico - NPADC/UFPA


INTRODUÇÃO:
Este trabalho é procedente da exposição interativa “Brincando com as lendas amazônicas através da sucata” ministrada na 15ª SBPC Jovem, pelo Grupo de Pesquisa e Estudos em Educação Ambiental (GPEEA), que surgiu em 1999 a partir da aglutinização de universitários e professores da Universidade Federal do Pará, desenvolvendo oficinas, palestras e produções de materiais didáticos com estudantes das redes de ensino na região metropolitana de Belém. Baseando-se nos PCN’s, Parâmetros Curriculares Nacionais, que sugerem abordagens diferenciadas na Educação e objetivando uma ligação entre EA e ludicidade, o GPEEA utilizou o teatro de fantoches para estimular a criatividade e imaginação de crianças entre 4 e 10 anos aproveitando o conhecimento prévio sobre lendas amazônicas que expressam a cultura e folclore do lugar onde moram. Na mão do professor, o boneco pode contar histórias, alfabetizar, ministrar aulas. Trabalhar a EA é uma maneira simples e agradável para que crianças aprendam a refletir sobre os cuidados que devem ter com o ambiente do qual fazem parte. Guimarães (1995) destaca que no processo da EA, as conjugações do aspecto lúdico e criativo das atividades e procedimentos são importantes para envolver o educando.

METODOLOGIA:
Por ser uma atividade lúdica, o teatro de fantoches foi a proposta que o GPEEA achou mais viável e interessante para trabalhar com crianças de 4 a 10 anos na 15ª SBPC Jovem. A estratégia era possibilitar a sensibilização para problemáticas ambientais a partir de histórias do folclore e da cultura vivenciados em seu cotidiano. Após a escolha das lendas amazônicas que seriam utilizadas nas exposições interativas, houve pesquisa sobre suas personagens no Dicionário do Folclore Brasileiro de Luis da Câmara Cascudo de 1954 e em artigos da internet. Posteriormente, houve o preparo de bonecos - a partir de sucata - e cenários utilizados nas encenações, pôsteres explicativos das lendas e brindes para as crianças. As atividades ocorreram no espaço reservado ao GPEEA. Cada sessão durou aproximadamente uma hora e foi realizada com grupo de dez a doze crianças que também iriam montar, com peças básicas preparadas no GPEEA, seus próprios fantoches ao término do teatro. Após cada sessão, o grupo verificava problemáticas levantadas durante as apresentações ou montagem dos bonecos. Fazendo adaptações que auxiliaram no trabalho e também necessárias para contemplar crianças com necessidades especiais. Ao encerramento das exposições, foram realizadas 12 sessões contemplando um total de 130 crianças.

RESULTADOS:
Aproximadamente 80% crianças se envolveram nas histórias, participaram e opinaram. A dramatização as deixou intrigadas e suas intervenções demonstraram seu interesse. Notamos que não possuíam o hábito de brincar com brinquedos produzidos por elas mesmas. Segundo Ramos & Weiduschat (2002) a criança precisa brincar, inventar e criar para crescer e manter seu equilíbrio com o mundo. Muitas ficaram tímidas, mas depois relaxaram. 30% das crianças mais envolvidas, porém, tinha maior iniciativa e fez até mais de um boneco. Cerca de 20% das crianças perguntava sempre para mãe como fazer e que cor colocar. Em alguns casos os pais mandavam os filhos fazerem, dizendo que estava feio. Tal atitude de acordo com Foulin & Mouchon (2000) é desmotivadora. Vale ressaltar que o objetivo da exposição é a interação entre a criança e o ambiente em que vive. Os pais interferiram no aprendizado julgado apenas a aparência dos brinquedos feitos por seus filhos e não o desenvolvimento de sua criatividade. Algumas crianças deram nomes à seus bonecos e até criaram rápidas histórias. Essas atitudes ratificam Sol (2007) ao dizer que o boneco ensina de forma diferente, que é a maneira lúdica, utilizando-se de trejeitos e vozes engraçadas que despertam o interesse das crianças, proporcionando a interatividade.

CONCLUSÕES:
Após examinarmos os trabalhos da exposição interativa, foi possível concluirmos que o teatro de fantoches pode se amplamente utilizado como material didático no ensino formal. Deixando claro que deve haver uma finalidade cultural, social e pedagógica e não apenas um momento de descontração e de brincadeiras com as crianças. A utilização de contos amazônicos foi muito produtiva no sentido de troca de informações, experiências, idéias e valores entre as crianças e destas com as facilitadoras da exposição. O teatro de fantoches foi considerado um ótimo recurso para trabalhar EA, uma vez que torna possível a interação social e estimula a criatividade e a imaginação de qualquer pessoa. Sendo ainda uma atividade com baixo custo e fácil realização.



Palavras-chave:  Educação Ambiental, Teatro de fantoches, Educação para crianças

E-mail para contato: krinacarvalho@yahoo.com.br