60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 5. Genética Vegetal

AVALIAÇÃO DA GENOTOXICIDADE E CITOTOXICIDADE DE SISTEMAS POLIMÉRICOS NANOESTRUTURADOS

Greice Lubini1
Gracieli Dalla Nora1
Rossana Friedrich Barcellos2
Solange Bosio Tedesco1, 3
Ruy Carlos Ruver Beck2

1. Departamento de Biologia, UFSM
2. Departamento de Farmácia Industrial - UFSM
3. Profª. Drª/ Orientadora


INTRODUÇÃO:
A nanotecnologia aplica os princípios da engenharia, eletrônica, física, ciência de materiais e preparação a nível molecular ou submicrométrico, tratando-se de tecnologia com bases científicas interdisciplinares. Sistemas nanoestruturados têm sido amplamente pesquisados no desenvolvimento de sistemas de liberação de fármacos, com o intuito de se melhorar a sua eficácia ou diminuir a sua toxicidade, além da obtenção de sistemas de liberação modificada. Entretanto, estudos de toxicidade e mutagenicidade são necessários por contribuírem para a utilização segura e eficaz destes sistemas. Os índices mitóticos e de replicação são usados como indicadores de proliferação celular, podendo ser medidos através do sistema teste vegetal de Allium cepa (cebola), método validado pelo Programa Internacional de Segurança Química (IPCS) e o Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP). O objetivo deste estudo foi avaliação da genotoxicidade e citotoxicidade de suspensões de nanocápsulas poliméricas sobre a divisão celular de A. cepa, verificando as fases do ciclo celular e possíveis alterações cromossômicas.

METODOLOGIA:
O experimento foi desenvolvido no Laboratório de Citogenética Vegetal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). As amostras avaliadas foram nanocápsulas poliméricas preparadas a partir de um polímero biodegradável (poli-ε-caprolactona), formol (controle positivo) e água destilada (controle negativo). Utilizaram-se três grupos de cinco bulbos de A. cepa, para enraizar em água destilada. Após, um grupo de bulbos foi transferido para a formulação de sistema nanoestruturado (nanocápsulas), outro grupo para formol, permanecendo ambos por 24h e o terceiro grupo permaneceu em água destilada. A seguir, foram coletadas as radículas de A. cepa e fixadas em etanol-ácido acético (3:1) por 24h. Após, foram colocadas em etanol 70% e conservadas sob refrigeração. Foram feitas lâminas pela técnica de esmagamento das radículas e coradas com orceína acética 2%. As lâminas foram analisadas observando-se as fases do ciclo celular, bem como possíveis irregularidades mitóticas, com o auxílio de microscópio óptico com a objetiva de 40X, contando-se 5000 células por grupo de bulbos para determinação do índice mitótico (IM). Fez-se a análise estatística dos dados pelo teste χ2 a 5% de probabilidade utilizando o software estatístico BioEstat 3.0.

RESULTADOS:
Os valores de Índice Mitótico (IM) encontrados foram 6,4 % para o controle negativo, 6,7 % para nanocápsulas e 1,1 % para controle positivo, diferindo significativamente entre o controle positivo e o controle negativo (χ2 = 189,7) e entre o controle positivo e as nanocápsulas (χ2 = 189,7). Os resultados do controle negativo e das nanocápsulas não diferiram significativamente (χ2 = 1,59). Com relação às alterações cromossômicas, somente uma ponte anafásica foi observada na amostra de nanocápsulas, não demonstrando diferença significativa (χ2 = 2,30) em relação aos controles.

CONCLUSÕES:
Através destes resultados, conclui-se que as nanocápsulas avaliadas neste estudo não apresentaram atividade antiproliferativa e nem genotóxica, através do uso do teste de A. cepa, sugerindo de modo preliminar um emprego seguro tanto do ponto de vista da preparação de sistemas de administração de fármacos, quanto ambiental. É possível verificar também a presença de atividade antiproliferativa no formol, o qual poderá ser utilizado como controle positivo em outros estudos empregando esse modelo.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  nanocápsulas, genotoxicidade

E-mail para contato: greicebl11@yahoo.com.br