60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)

ENTRE AÇÕES E CONCEPÇÕES: UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA

Renata Esmi Laureano1
Elaine Regina Cassan2

1. Prefeitura Municipal de Campinas – SME
2. Prefeitura Municipal de Campinas – SME


INTRODUÇÃO:
O que nos move neste trabalho é a reflexão dos pressupostos que fundamentaram um curso de formação continuada em que ministramos pela Rede Municipal de Educação de Campinas em 2007. O curso intitulado “Um novo olhar sobre o registro: produção de Conhecimento” teve por objetivo olhar e refletir os registros individuais produzidos pelas profissionais das unidades educacionais e a partir desses ressignificar a prática de documentação do trabalho pedagógico. A relevância desse trabalho de formação continuada se dá na concepção que considera o sujeito-educador como produtor de conhecimento, perspectiva essa compartilhada com PRADO e SOLIGO (2005). Dessa forma a questão que nos norteia nesta apresentação é desvelar como as escolhas teórico-metodológicas do / no curso traduzem tal concepção, e vice versa. Assumir essa visão nos trouxe a responsabilidade de: a)garantir um espaço de ouvir e validar as narrativas que cada profissional trazia sobre trajetórias de vida e profissional; b) de propiciar a troca de experiência; c) de produzir conhecimento a partir da escrita coletiva; d) de refletir e sistematizar um conhecimento sobre o próprio fazer.

METODOLOGIA:
Se fez uma constante em nossos encontros, propor atividades que envolvessem a sensibilização do grupo. Foram momentos disparadores da sensibilidade no qual a arte foi fonte de provocações. Vivenciamos experiências com poesia, música e diferentes formas de expressão que tiveram como intenção a retomada de si mesmo, auto-percepção, de apurar o olhar, de traduzir nossos sentimentos, de possibilitar a experiência coletiva entrelaçando o grupo Do mesmo modo, a cada encontro sempre havia uma atividade prática que estava intrinsecamente ligada ao tema que estávamos discutindo. Isto é, propusemos tarefas para sistematizar as discussões e reflexões sobre o tema Registro. E ainda, reafirmando a intenção de retomar, sistematizar, registrar e documentar o próprio processo formativo destacamos um texto produzido coletivamente e apresentado no XVI Congresso de Leitura (2007) cujo objetivo foi tornar o processo de produção transparente e visível para o próprio grupo, dando condições de compreender a relação entre pensar, falar e fazer.

RESULTADOS:
Os resultados se constituem tanto por aspectos mais explícitos, através dos avanços das discussões que o grupo trazia e também pelas próprias produções, durante os encontros, bem como os indícios que nos remetem às mudanças na forma de olhar sobre o tema, o trabalho pedagógico e sobre si mesma. Um dos resultados foi tornar evidente a capacidade de criação e produção de conhecimento sobre o próprio trabalho, colocando cada educadora na condição de sujeito que produz e se apropria do produto de seu trabalho.

CONCLUSÕES:
As ações que compuseram o desenho do curso foram por nós – formadoras – intencionalmente planejadas com o intuito de dar convergência à concepção que ora optamos e a ação que desenvolvemos na condição de formadoras. Sentimo-nos assim, como participantes de um processo que nos coloca como produtoras legítimas de conhecimento no campo da Formação Continuada. Para nós, o trabalho com formação nos permite um distanciamento do cotidiano escolar ao mesmo tempo em que voltamos o olhar para a prática pedagógica refletindo-a e teorizando-a. A experiência nesse curso nos trouxe a crença, o desejo, a necessidade de apostar e investir em ações formativas que tenham como foco a concepção de sujeito que produz conhecimento.

Trabalho de Professor do Ensino Básico ou Técnico

Palavras-chave:  FORMAÇÃO, PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO, CONCEPÇÃO

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