60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Nos processos fluviais, a planície de inundação é como uma feição deposicional do vale do rio, e está associada com o regime hidrológico da bacia de drenagem. Uma alteração nas condições de equilíbrio, devido às mudanças no regime hidrológico, pode resultar na alteração da planície de inundação e levar à degradação e formação de terraços, ou levar à agradação (Leopold et al., 1964). O entendimento do regime hidrológico é importante para se identificar as alterações no leito de um rio. Regime hidrológico é um padrão de comportamento que o rio segue. Esse padrão é constatado pelo estudo dos valores de vazão do fluxo e altimetria do nível do rio, podendo-se obter uma previsão de cheias e secas. Em relação ao rio Paraná, por estudos recentes, Rocha (2002, 2004), sugere-se que este rio está em desequilíbrio e sua planície de inundação em desequilíbrio passivo persistente (Nanson & Crooke, 1972). Assim, na planície fluvial, alguns paleocanais estão reativados pela hidrologia atual do rio. A Reserva Particular do Patrimônio Natural Faz. Cisalpina que se encontra na planície fluvial do alto rio Paraná é a área de estudo. Assim, este trabalho enfoca o estudo dos dados hidrológicos de vazão e nível hidrométrico, identificação do padrão dos rios Paraná e Verde, influentes na área de estudo.

METODOLOGIA:

Os dados das series históricas de nível e vazões foram obtidas das estações fluviométricas de Porto Panorama (rio Paraná) e Porto Velho (rio Verde), pertencentes a CESP. Após a obtenção dos dados, esses foram organizados em planilha eletrônica no software Microsoft Excel, de maneira que fosse possível a formulação de gráficos para a visualização do tipo de regime do rio, e possíveis alterações no mesmo. Esses gráficos foram formulados por valores médios mensais e anuais dos dados tabulados. As séries históricas de vazão e níveis hidrométricos, são referentes ao período de 1986 a 2005 para o rio Paraná e para o rio Verde de 1964 a 2005. Os valores de nível devem ser adicionados à cota zero de cada estação, sendo a de Porto Panorama de 248,120 metros acima do nível do mar e a de Porto Velho de 260,493. Foram também realizadas visitas à área de trabalho, para a visualização do local e identificação de pontos inundados, bem como para o melhor entendimento da geomorfologia do ambiente. Três visitas técnicas a campo foram feitas. A partir do suporte prestado pelo funcionário da CESP responsável, sendo possível à obtenção de informações sobre o período em que não foram realizados os trabalhos de campo, assim como o auxílio do professor orientador.

RESULTADOS:

A partir da interpretação do gráfico das séries históricas de vazão e de hidrometria das estações de Porto Panorama pode-se observar uma alteração elevada no nível e no fluxo do rio, no começo da década de 90, tendo uma queda no final da mesma década. Ocorreu outra elevação nos valores a partir do ano 2001. Tais elevações podem ser explicadas pela construção da UHE de Porto Primavera, e a provável liberação de maiores vazões por parte da UHE de Jupiá, à montante. Como não existe uma quantidade maior de dados, não é possível afirmar um. padrão hidrológico para o rio Paraná. Na série histórica do rio Verde, fica nítida a elevação do nível e da vazão na década de 1970. Tais alterações podem ser associadas a processos de uso e ocupação na parte superior da bacia. Essa alteração também foi constatada em estudos realizados nos rios Peixe e Aguapeí (Rocha & Rocha, 2007). Após essa elevação, o rio segue um padrão de vazão e de nível hidrométrico constante. Os regimes sazonais indicam que no periodo de março à maio, a vazão e as cotas são mais elevadas no rio Paraná e nos meses de dezembro à março no rio Verde. Sendo nos meses de agosto, setembro e outubro, os menores valores de vazão e cotas para os dois rios.A explicação mais lógica para esse padrão de regime sazonal é o fator clima.

CONCLUSÕES:

Tais resultados podem ser importantes para as propostas do plano de manejo das áreas inundáveis da área em questão, a partir de dados hipsométricos do relevo da RPPN Fazenda Cisalpina (Rocha et al, 2007). Podem-se planejar melhor os periodos para o transito de um possivel turismo ecológico na RPPN, considerando a possibilidade de trilhas ecologicas, bem como a manutenção de áreas restritas à circulação de pessoas. A região apresenta um clima que tem por caracteristicas um inverno seco e um verão chuvoso. Assim essa variações de valores devem ser relacionadas com os valores pluviométricos da região. Quanto aos níveis hidrométricos do rio Paraná, percebe-se que após o enchimento do reservatório de Porto Primavera, houve manutenção de níveis máximos e a principal alteração se deve à elevação dos níveis mínimos para a manutenção e operação da UHE, e que propiciou que a planície fluvial fosse reativada

Instituição de fomento: PROEX/UNESP

Palavras-chave: Rio Paraná, Hidrológico, Vazão

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