60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 3. Técnicas e Operações Florestais

MAPEAMENTO DO USO DO SOLO E COBERTURA VEGETAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CATOLÉ PARA DELIMITAÇÃO DE FRAGMENTOS FLORESTAIS.

Jálvaro Santana da Hora2, 6
Taciano Oliveira da Silva4, 1
Felizardo Adenilson Rocha5, 3
Tiago Azevedo de Araujo2
Glaydson Simões Dos Reis2

1. Departamento de Estudos Básicos e Instrumentais - UESB
2. Estudante de Engenharia Ambiental - UESB.
3. Departamento de Estudos Básicos e Instrumentais - UESB - Orientador
4. Engenheiro Civil. Doutorando em Engenharia Civil - UFV
5. Engenheiro Agrí­cola. Doutor em Recursos Hí­dricos e Ambientais - UFV
6. Bolsista de iniciação cientifica -FAPESB


INTRODUÇÃO:
A fragmentação florestal é a substituição de áreas de floresta nativa por outras formas de uso da terra, deixando isoladas suas partes, com conseqüências negativas para o conjunto de seus organismos. A fragmentação reduz a área coberta por florestas, podendo resultar em extinção de algumas espécies (MURCIA, 1995). Dentre os efeitos da fragmentação florestal, estão à alteração do micro clima dentro e ao redor do remanescente e o isolamento das populações vegetais (SAUNDERS et al., 1991; ESSEEN, 1994; CAMARGO & KAPOS, 1995; VIANA & TABANEZ, 1996), contribuindo assim para sua degradação em maior ou menor grau. O levantamento e mapeamento do uso do solo e cobertura vegetal de uma dada região são importantes porque apresentam a distribuição espacial das atividades de exploração e conservação da área. Esta informação associada àquela da capacidade de suporte do terreno serve de base para o planejamento da ocupação antrópica das terras, de forma racional. (NOBRE et al. 1991). Neste contexto, o presente trabalho busca verificar a condição espacial dos fragmentos de formações florestais na bacia hidrográfica do rio Catolé no Sudoeste do estado da Bahia, rio de grande importância para a microrregião de Vitória da conquista e afluente do rio Pardo.

METODOLOGIA:
O presente trabalho foi realizado na área da bacia hidrográfica do rio Catolé delimitada por um retângulo com as coordenadas geográficas 14º 37’ 40” S e 40º 52’ 32” W no canto inferior esquerdo, e 14º 37’ 40” S e 40º 05’ 44” W no canto superior direito. Para a realização desse trabalho foram utilizados materiais cartográficos digitais e softwares, descritos a seguir: Software GIS Idrisi, para a geração e classificação espectral da imagem do satélite Landsat 5 TM e software GIS ArcView 3.2a, para delimitação dos limites da área de estudo e execução do layout final das figuras para impressão. As bases cartográficas foram: planialtimétricas em formato digital na escala 1:50.000, digitalizadas a partir das folhas dos municípios limites (IBGE, 1979), e Imagens digitais do satélite Landsat 5 TM da órbita 216/70 e 216/71, com resolução espacial de 30 m, espectral de 0,45-0,69 µm, obtidas em 25 de Janeiro de 2006. Realizou-se a interpretação visual do recorte das imagens Landsat 5 TM, seguida da digitalização das classes de uso do solo e cobertura vegetal, por meio do software IDRISI. E posteriormente, foram realizadas análises, especialmente, dos fragmentos de vegetação florestal dentre as classes de uso do solo e cobertura vegetal determinada.

RESULTADOS:
A imagem do satélite Landsat 5 TM, bandas 3, 4 e 5, obtida em Janeiro de 2006, permitiu identificar e mapear 6 classes de uso do solo e cobertura vegetal : mata densa , mata ,capoeira , pastagem ,área urbana e agricultura , mais 2 classes referentes a nuvem e sombra. Diante da análise das imagens observa-se uma predominância da classe pastagem sobre as demais classes de uso do solo e cobertura vegetal estudadas. O resultado da extração das classes mata densa, mata e capoeira, referentes à fragmentação florestal da área de estudo se observa significativa presença de vazios entre os fragmentos florestais. A vegetação predominante na área de estudo é a pastagem artificial, seguida das florestas estacional e decidual submontana, remanescentes da Mata Atlântica.

CONCLUSÕES:
Pode-se constatar que um terço da área da bacia hidrográfica do rio Catolé é composta por pastagem artificial (34,76%), o que indica um significativo desmatamento da área da bacia, visto que a mesma era coberta por vegetação proveniente da Mata Atlântica. Aproximadamente 27,83 % da área da bacia estão coberta pelas classes mata densa e mata que representam os remanescentes da Mata Atlântica, enquanto que 25,25 % estão coberta por capoeira, que pode ser vegetações provenientes de pastagens sujas, que são áreas originalmente transformadas em pastagens e, posteriormente relegadas ao abandono, podendo ser, “a priori” consideradas áreas em primeiro estágio de sucessão vegetal, dentro do processo natural de regeneração da cobertura original. A análise do mapa temático dos fragmentos florestais mostra que existem poucos fragmentos florestais nativos, mata densa (6,92%), e estes se encontram significativamente dispersos na área da bacia, dificultando as possibilidades de implantação de projetos de união de fragmentos e a formação de corredores ecológicos.

Instituição de fomento: FAPESB, CNPq, UESB

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Mapeamento, Fragmentos florestais, Sistemas de Informação Geográfica

E-mail para contato: taciano@uesb.br