60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 1. Ciência de Alimentos

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DO EXTRATO DO FRUTO DE TERMINALIA CATAPPA LINN SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE SALMONELLA ENTERICA.

Wilson Rodrigues Pinto Júnior1
Davi Novaes Ladeia Fogaça1
Mara Lúcia Albuquerque Pereira2
Ronan Batista2
João Carlos Texeira Dias3
Genebaldo Sales Nunes4

1. Graduando em Engenharia de Alimentos – UESB;
2. Departamento de Estudos Básicos e Instrumentais – UESB;
3. Colaborador – Universidade Estadual Santa Cruz – UESC;
4. Prof. Dr. Departamento de Estudos Básicos e Instrumentais – Orientador – UESB.


INTRODUÇÃO:
O estudo das atividades antibacterianas de substâncias extraídas de plantas tem sido foco de investigações realizadas em vários países, entre eles o Brasil que possui uma grande biodiversidade. Por exemplo, os extratos e óleos essenciais de algumas espécies de plantas, como Vatairea macrocarp (Matos, et al .,1988) e Mikania triangularis (Cruz, et al .,1996) mostraram ação inibitória sobre Staphylococcus aureus . A ação antibacteriana de algumas espécies de vegetais está relacionada a compostos sintetizados pelo metabolismo secundário das plantas. Dentre as classes de compostos que apresentam esta atividade estão incluídos compostos fenólicos como os taninos e as antocianinas (Nascimento, et al .,2000). A Terminalia catappa Linn, popularmente conhecida como amendoeira-da-praia, é uma planta que apresenta ação medicinal. Por essa razão, objetivou-se avaliar a atividade antibacteriana de extratos do fruto da Terminalia catappa Linn para uma possível aplicação como inibidor no tratamento de salmonelose, bem como agente conservante em alimentos. Neste trabalho, avaliou-se a atividade antibacteriana do extrato da Terminalia catappa Linn sobre o desenvolvimento de colônias de Salmonella enterica , sorotipo Rubislaw.

METODOLOGIA:
Os frutos foram coletados na cidade de Itapetinga-BA, em janeiro de 2007. O preparo do extrato etanólico bruto (EEB) da Terminalia catappa Linn foi feito a partir dos frutos in natura , macerados com etanol 96%, filtrados em filtros de papel e concentrado em evaporador rotativo à temperatura de 60°C. Quando utilizados nos bioensaios, foram diluídos com o próprio solvente usado na extração e homogeneizados na proporção de 250 mg mL-1. Discos de papel filtro (6 mm de diâmetro) foram inoculados com 5 µL do EEB na concentração, 250 mg mL-1, sendo os mesmos secos em estufa com ventilação de ar forçada, a uma temperatura de 40°C por 12 horas. O estudo da interferência do EEB sobre o crescimento da bactéria foi realizado através da técnica de disco-difusão em ágar. Uma alíquota de 0,1mL da cultura de S. Rubislaw foi semeada em toda a superfície da placa de petri, contendo ágar Müller-Hinton. Os discos contendo o EEB e os antibióticos foram posicionados logo após a semeadura. Em seguida, as amostras foram incubadas a 37°C por 18 horas (Koneman, et al .,2001). Foram utilizados discos contendo inibidores comerciais como Ampicilina e Clorofenicol, como parâmetros de comparação. A leitura dos halos de inibição de crescimento foi avaliada com o auxilio de uma régua.

RESULTADOS:
A avaliação da atividade antibacteriana realizada com cepas de S . Rubislaw revelou a formação de halos de inibição em todos os discos. Os discos formulados com 5 µL extrato do fruto de Terminallia catappa Linn apresentaram um halo médio de 13,20 mm de diâmetro , enquanto que, os antibióticos comerciais, Ampicilina e Clorofenicol, apresentaram halos médios de 20,00 e 30,00 mm de diâmetro, respectivamente. A espécie S . Rubislaw mostrou-se sensível tanto ao EEB como aos antibióticos analisados. Argôlo Filho (2007), estudando a sorotipagem de Salmonellas isoladas de teiús, identificou que o sorotipo S . Rubislaw apresentou maior resistência aos antibióticos comerciais testados. O EEB formou um halo médio de 13,2 mm, valor inferior comparado com os antibióticos comerciais; o tempo e a temperatura de armazenamento do extrato podem ter mascarado o resultado. Por outro lado, trata-se de um extrato vegetal, e a substância que apresenta ação antibacteriana ainda não foi isolada. É possível, que o isolamento amplie ainda mais a ação antibacteriana do fruto da Terminalia catappa Linn.

CONCLUSÕES:
O extrato etanólico bruto da Terminalia catappa Linn apresentou significativa atividade inibidora de crescimento de Salmonella Rubislaw. Esse é o primeiro trabalho demonstrando a atividade antibacteriana com extratos deste fruto. Novos estudos serão realizados utilizando o fracionamento do extrato em diversas concentrações, bem como a inclusão de novos microrganismos.

Instituição de fomento: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Atividade antibacteriana, Salmonella , Terminalia catappa

E-mail para contato: wilsonavelar@hotmail.com