60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia

PESQUISA DE BACTÉRIAS PREVALENTES EM INFECÇÕES URINÁRIAS EM PACIENTES AMBULATORIAIS

LARISSA CHAVES COSTA1
LINDOMAR DE FARIAS BELÉM1, 2
PATRÍCIA MARIA DE FREITAS E SILVA1, 3
HERONIDES DOS SANTOS PEREIRA1
GUSTAVO JOSÉ DA SILVA PEREIRA1
FRANCISCO FÁBIO MARTINS DE OLIVEIRA1

1. Departamento de Farmácia/ UEPB
2. Professora Dra./ Orientadora
3. Professora Ms./ Co-orientadora


INTRODUÇÃO:
A Infecção do Trato Urinário (ITU) é uma das patologias mais prevalentes em todo o mundo e ocorre devido à invasão microbiana a qualquer tecido urinário. Frequentemente acomete crianças até seis anos de idade e mulheres jovens. Sua etiologia varia com o sexo, idade, estado imunológico do paciente dentre outros fatores. Normalmente se dá pela via ascendente, podendo também ocorrer através da propagação de bactérias pelo sangue atingindo os rins. São geralmente causadas por bactérias gram-negativas presentes na flora intestinal, sendo a Escherichia coli o agente mais freqüente. Diante da elevada freqüência de ITU, objetivou-se, através deste estudo, avaliar a freqüência de isolamento das bactérias de maior prevalência nas infecções urinárias ambulatorial, verificar a correlação entre piúria e bacteriúria, bem como realizar uma abordagem quanto ao comportamento dos principais patógenos frente aos antibióticos.

METODOLOGIA:
O estudo caracterizou-se por uma pesquisa descritiva documental, na qual foram analisadas 351 uroculturas realizadas em um laboratório de análises clínicas situado na cidade de Campina Grande - PB, no período de setembro de 2007 a janeiro de 2008, adotando-se como critério de positividade a contagem de colônias de um mesmo tipo, em número igual ou superior a 100.000 UFC/mL de urina. Foi considerada a presença de piúria em pacientes com 10 ou mais leucócitos por mm3. No Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos (TSA), o comportamento do patógeno frente aos antimicrobianos usualmente utilizados na rotina, foi de Resistência ou Sensibilidade. Os dados foram coletados a partir de prontuários de cada paciente no arquivo do laboratório e transcritos para um formulário individual elaborado especificamente para a pesquisa.

RESULTADOS:
Das 351 uroculturas analisadas, 103 (29,4%) apresentaram resultados positivos para microrganismos causadores de ITU. Constatou-se que 86 (83,5%) dos pacientes com ITU são do sexo feminino, sendo as faixas etárias mais acometidas entre 30 e 60 anos (28%) e acima de 60 anos (31%). Analisando a incidência de microrganismos mais isolados, a Escherichia coli apresentou índice de 46,6%, seguida da Klebsiella pneumoniae (12,6%), Proteus mirabilis (11,6%), Enterobacter aerogenes (6,8%), Klebsiella oxytoca (6,8%), Staphylococcus saprophyticus (3,9%), Staphylococcus epidermidis (2,9%) e Pseudomonas aeruginosa (2%). Dentre os pacientes com diagnóstico laboratorial de ITU, 64% apresentaram piúria e 36%, não. As bactérias mais incidentes, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis, apresentaram, respectivamente, os seguintes perfis de resistência aos antimicrobianos mais indicados no tratamento de ITU: ao sulfazotrim, 53%, 35,72% e 60%; à ciprofloxacino. 31,25%, 21,43% e 10%; ao norfloxacino, 25%, 28,57% e 10%; e à nitrofurantoína, 4,17%, 42,85% e 40%.

CONCLUSÕES:
Em ambiente ambulatorial, as suspeitas clínicas nem sempre coincidem com a caracterização laboratorial de infecção, pois apenas 29,4% apresentaram resultados positivos para ITU. Chama a atenção o alto índice de pacientes com ITU que não apresentam piúria no sumário de urina (36%). Considerando que, no serviço público de saúde do nosso país, são poucos os laboratórios de microbiologia com capacidade para realização de uroculturas, tais infecções são rotineiramente tratadas exclusivamente com base no resultado do sumário de urina do paciente, o qual relata apenas a quantidade de piócitos ali encontrados. Ora, se não há piócitos no sumário de urina, como caracterizar as infecções urinárias em pacientes sem condições financeiras de recorrer a laboratórios particulares? Como ficam as mulheres grávidas, assintomáticas que, por seu estado de baixa imunidade podem não apresentar piúria em seu sumário de urina?

Instituição de fomento: PROINCI/UEPB

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Infecção do Trato Urinário, Escherichia coli, Piúria

E-mail para contato: larissa_chavesc@hotmail.com