60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 71. Comunicação

COMUNICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NUTRICIONAL NA DESTERRITORIALIZAÇÃO DO CULTO A IMAGEM CORPORAL

Juan Felipe Sanchez Mederos1

1. Prof. Dr. Instituto de Linguagens - MeEL – ECCO - UFMT


INTRODUÇÃO:
Observa-se neste século, de um lado as atividades econômicas dispostas a consolidar suas redes tradicionais de mercado com a ajuda e crescente privatização dos médios de comunicação e a internacionalização dos processos produtivos e de consumo por todos os territórios do planeta, sempre respaldados pela publicidade poliglota, e por outro lado o resultado desta evolução, que cria novas subjetividades culturais, por meio das quais os indivíduos em todas as comunidades se segregam a partir dos mais variados interesses e critérios, transitando pela sexualidade, atravessando as fronteiras políticas e terminando nas relações de consumo, dentre as que cabe destacar como valido o espetáculo informativo nutricional. Considerando que, cada núcleo ou estrutura social, possui suas próprias características alimentícias, antes condicionadas pelo contexto geográfico e pelos usos, costumes e tradições vinculados aos paliativos éticos-morais que as comunidades estabeleciam como resultado de sobrevivência em determinadas condições de produção e consumo, hoje, uma vez globalizadas essas relações, aparece uma re-ubiqüidade ou desterritorialização das peculiaridades culinárias, quando canalizadas, via meios de comunicação.

METODOLOGIA:
Parâmetros comportamentais na essência humana da cultura, bloqueios de consciência e instantaneidade histórica da informação. Miscigenação do paladar. Veículos comerciais: supermercados, hotelaria e turismo, restaurantes, lanchonetes. Dietas e discursiva dos suplementos alimentares. Conferencia da aculturação subliminar, a revalorização das representações populares e das identidades nacionais, considerando status, razão, ideologia e realidade. Fundamentação dos pressupostos teóricos e trabalho de campo, com analise das versões de abordagem sobre informação nutricional em todos os canais informativos e de divulgação com estatística e transmissões temáticas (televisivas e radiofônicas) veiculadas no transcurso de um a dois anos comparando receptividade, audiência, interesse e repercussão no quotidiano. O culto a estética e efeitos nos distúrbios alimentares: grados de incidências na população, como conjunto genérico de identidades. Aplicação de enquête. Coleta de material áudio visual, publicitário, pesquisa de campo e estudo de corroborações clinicas e acadêmicas para trabalho comparativo, visando destacar como a inerência das produções midiáticas incidem na subjetividade, via padronização de fetiches e da especulação informativa nutricional. Organização de oficinas de apresentação de comidas regionais e discussão dos diferentes códigos de expressão cultural e subjetiva na aceitação dos alimentos internacionalizados. Vínculo com a realidade dos participantes.

RESULTADOS:
: A realidade induzida nas agrupações interculturais é capaz de moldar novos padrões de comportamento, então quanto maior o numero de referencias subjetivas veiculadas nos meios de comunicação mais evidente o grau de fusão dos níveis do imaginário social com a aceitação de referenciais alheios. Territórios geograficamente extensos, onde converge um intercambio cultural intenso propiciam a sustentação do paradoxo entre o discurso publicitário e a constante renovação de identidades, ou seja, aparecem núcleos sociais de transferência de valores e zonas de tolerância subjetiva, onde podem ficar modificados tanto hábitos alimentares como comportamentos sexuais, dentre outros. A informação sobre espaço ou elementos desconhecidos cria pontos de vista que atingem quaisquer individuo ou participante dos diversos espaços sociais com aceso ao processo informativo, criando ideologias que serão sustentadas e usufruídas tanto por aqueles que patrocinam o processo comunicativo quanto pelos consumidores, ainda que convivendo em diferentes territórios geográficos. O resultado de integração de subjetividades, onde aparecem as denominações de cultura cosmopolita e de cultura local, aplicado à disseminação dos hábitos alimentares pelo planeta, revistos sob a ótica de invasão ou descentralização da cultura culinária, pode derivar numa cultura comum nutritiva aliada à estética corporal, monitorada pelos meios de comunicação.

CONCLUSÕES:
Na atualidade é impossível manter uma definição tão precisa de realidade, pois o espetáculo é uma fonte de contradições e de insatisfações no plano pessoal, que quando canalizadas socialmente pode ser visto como um dos fundamentos na luta contra o egoísmo, o individualismo e afastamento cultural dos sujeitos, numa mesma região geográfica ou num macro ambiente metropolitano sustentado pelo marketing publicitário. Essa visão denota lideranças apegadas a um comportamento forjado e recriado na contemporaneidade globalizada que disputam um consumidor irreflexivo, sem consciência cidadã com programas comerciais, videoclipes, modelos de juventude e tendências de moda. Uma vez no espaço público, o espetáculo, seja ele televisivo, radiofônico, digital, de artes cênicas ou qualquer outro gênero tem como fonte e destino à opinião pública, infundida de fortes elementos éticos, que por sua vez não conseguem eximi-la dos condicionamentos que o discurso dos meios de comunicação impõe em todas e cada uma das esferas da vida comunitária. Em escala mais abrangente a informação responde a interesses de grupos econômicos encarregados de difundir o denominado bem estar, tido como status em qualquer sociedade que tente valorizar os padrões de convivência social quase sempre importados ou imitativos de paises com fortes estruturas econômicas.

Instituição de fomento: UFMT - PRODOC - CAPES



Palavras-chave:  Tecnologia comunicativa, realidade, elementos identitários

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