60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

O conhecimento do processo e dos custos de produção é de extrema importância quando se pretende a instalação de uma empresa. A partir do levantamento dos custos de produção é possível determinar se a fabricação de determinado produto é ou não viável, ou até mesmo, direcionar a empresa quanto as melhores formas de reduzir estes custos através da otimização do processo produtivo. No caso de empresas já instaladas, o conhecimento dos custos de produção é de vital importância para a melhoria dos resultados obtidos, pois permite a avaliação das despesas, além de ser uma ferramenta para a tomada de decisões e estabelecimento de planejamento para ações futuras (Duran e Radaelli, 2000). A partir da implementação de uma planilha de custos é possível a visualização percentual da concentração dos maiores gastos, servindo como um parâmetro para decisões entre custo-benefício de um determinado dispêndio (Tubino, 1997). Neste trabalho buscou-se calcular, de forma preliminar, os custos do processo de produção do óleo de linhaça, através da extração supercrítica, para um extrator experimental instalado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

METODOLOGIA:

Inicialmente o óleo de linhaça foi obtido em extrator supercrítico (que usa CO2 como solvente) operando a 250 bar de pressão, temperatura de 50 °C e vazão de 1,5 g de CO2/min. O extrator foi projetado em escala de laboratório e é constituído basicamente por: reservatório de CO2, coluna extratora e tanque pulmão de aço inoxidável, bomba HPLC, dois banhos termostáticos, válvulas, controlador de temperatura e medidores de pressão e de vazão. Para se estimar o custo de produção do óleo foram calculados os gastos com matéria-prima, com solvente e com consumo de energia, sendo desconsiderados os gastos com tributação. O gasto com solvente foi calculado tomando como base a vazão de CO2 utilizada no experimento (1,5 g de CO2/min) e o preço comercial do CO2 (em média R$ 8,00/kg). O gasto com a matéria prima foi calculado a partir do preço comercial da linhaça (R$ 6,00/kg) e da massa de amostra utilizada no experimento (cerca de 140 g). O calculo do custo energético foi obtido a partir da potência de cada dispositivo do equipamento de extração supercrítica, do tempo de uso de cada dispositivo durante o experimento e do valor cobrado por KWh consumido.

RESULTADOS:

O volume da coluna extratora comporta em média 140 g de amostra previamente triturada e preparada nas granulometrias de 24, 28, 32 e 48 mesh, sendo utilizadas respectivamente nas seguintes proporções: 30% ,30% ,20% e 20%. Para as condições de extração adotadas nos ensaios foram obtidos rendimentos médios de 8,6 % (em média 12 g de óleo foram extraídas para uma massa de 140 g de semente de linhaça introduzidas na coluna extratora). O custo total para se produzir 12 g de óleo de linhaça a partir da extração supercrítica foi de R$ 14,78. Sendo que destes, 6,1% foram despesas com matéria-prima, 24,4% com solvente e 69,6 % com energia. Levando em consideração a densidade do óleo de linhaça (0,926 g/mL), o custo para se produzir 100mL do óleo utilizando a extração supercrítica no equipamento experimental seria de R$ 114,00. A técnica de extração do óleo de linhaça normalmente utilizada pelas empresas é a prensagem mecânica. O preço médio encontrado para 100 mL do óleo de linhaça no mercado foi de R$ 15,00.

CONCLUSÕES:

O uso da extração com CO2 supercrítico para a obtenção do óleo de linhaça encareceu demasiadamente o custo final do produto, uma vez que as despesas com energia são da ordem de 69,6%. A extração supercrítica é uma técnica ainda muito cara e seu uso só é indicado para produtos de alto valor agregado e/ou casos em que seja necessária alta pureza do produto final.

Instituição de fomento: CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: óleo de linhaça, custo de produção, extração supercrítica

E-mail para contato: elgalvao@eq.ufrn.br