60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 3. Saúde de Populações Especiais

O EFEITO DE UM PROGRAMA DE ATIVIDADE AQUÁTICA NA PSICOMOTRICIDADE DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL ESPÁSTICA

Claudia Teixeira-Arroyo1
Sandra Regina Garijo de Oliveira1

1. Faculdades Integradas Fafibe - Bebedouro/SP


INTRODUÇÃO:
Crianças com Paralisia Cerebral (PC) apresentam comprometimento em seu desenvolvimento motor como conseqüência das desordens neurais causadas por lesão permanente e não progressiva, que ocorre na infância geralmente no período peri-natal. Nestes casos há a necessidade de maior estimulação psicomotora para amenizar os déficits causados pela lesão. Porém, na maioria das vezes, por diversos fatores, estas crianças não têm oportunidades de participarem de programas de atividades físicas, ficando a maior parte do tempo sedentárias, condição que acaba agravando os comprometimentos motores. O conhecimento através da literatura e pela prática, dos benefícios das atividades aquáticas para a saúde, motivou o início desta pesquisa, que teve como objetivo investigar se atividades aquáticas variadas teriam influência sobre o desenvolvimento psicomotor de crianças com PC espástica.

METODOLOGIA:
Utilizou-se pesquisa descritiva exploratória, com estudo de dois casos, um menino de 12 anos Participante 1 (P1) e um de 7 anos Participante 2 (P2) com PC espástica e que apresentavam diferentes comprometimentos motores e cognitivos. A intervenção foi realizada em uma piscina coberta e aquecida à temperatura de 30o C. O instrumento utilizado foi uma Ficha de Avaliação Psicomotora adaptada pelo pesquisador com base no estudo da Técnica de Machover e na Escala de Autoconceito Infanto-Juvenil de Sisto e Martinelli. Os aspectos psicomotores testados através da ficha de avaliação foram: coordenação e equilíbrio, esquema corporal, lateralidade, orientação espacial e orientação temporal. A bateria de testes psicomotores foi aplicada antes e após 5 meses de intervenção que constou de atividades aquáticas, com frequência de duas vezes por semana, no total de duas horas semanais. As atividades propostas consistiam de jogos, deslocamentos em diversas posições e para diversas direções, brincadeiras cantadas e exercícios de equilíbrio sobre diversos tipos de materiais.

RESULTADOS:
Após comparação dos resultados e análise descritiva (porcentagem) foi possível verificar que ambos os participantes obtiveram melhoras consideráveis em todos os aspectos avaliados após a intervenção com as atividades aquáticas. P1 melhorou 33% em coordenação e equilíbrio, 14% em esquema corporal, 40% em lateralidade, 17% em orientação espacial e 41% em orientação temporal. P2 obteve melhora de 21% em coordenação e equilíbrio, 13% em esquema corporal, 28% em lateralidade, 5% em orientação espacial e 33% em orientação temporal. O P1 apresentava maiores comprometimentos físicos, mental e maior inatividade, assim seus ganhos entre o teste inicial e o teste final foram maiores que os do P2 por conseqüência da maior adaptação neural que ocorre no início da prática de exercícios físicos.

CONCLUSÕES:
Com estes resultados pode-se considerar que o programa de atividade aquática proposto, influenciou de forma positiva os aspectos psicomotores dos participantes, sugerindo que esta poderia ser seguramente uma atividade indicada para o estímulo do desenvolvimento psicomotor de crianças com PC espástica. Portanto, devido ao número restrito de participantes, novas pesquisas com amostras maiores desta população, seriam necessárias.



Palavras-chave:  Paralisia Cerebral, Atividade aquática, Psicomotricidade

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